Embora o Brasil não seja o principal abastecedor de uvas ao bloco europeu, o País ocupa posição importante, detendo a sexta colocação entre os maiores fornecedores da fruta de fora do bloco, segundo o Trade Helpdesk. A participação do Brasil no mercado europeu cresceu de 2014 para 2018, passando de 4% para 6%, também de acordo com o Trade Helpdesk.
Ainda que seja um market share pequeno e não haja ambições de desbancar grandes exportadores, como África do Sul, Chile e Peru, é um indicativo de que as uvas brasileiras têm ganhado espaço e, com a consolidação do acordo, os envios de uvas brasileiras possam aumentar. Os principais concorrentes do Brasil já são isentos de tarifas e, desta forma, exportadores entrevistados pela Hortifruti Brasil consideram o acordo com a União Europeia determinante para a sobrevivência na atividade.
No início da safra brasileira, exportadores nacionais concorrem com a uva europeia (Espanha, Grécia e Itália) e, no final da janela de embarques, com o Peru. Também pesa negativamente sobre a competitividade brasileira os elevados custos de produção nacionais – segundo entrevistados, os custos de insumos e de mão de obra do Chile, por exemplo, são mais baixos que os do Brasil.
Atualmente, a inserção brasileira fora da janela de exportação nem sempre é vantajosa, já que os preços são mais baixos, diante da maior oferta da fruta europeia. Ao isentar a uva brasileira de tarifas, é possível que se amplie a participação nacional fora das janelas atuais (que ocorrem, principalmente, de março a abril e de agosto a novembro).
Por outro lado, exportadores consultados pela Hortifruti Brasil temem um possível aumento nas barreiras sanitárias, visando a proteção da produção europeia. Grandes redes supermercadistas europeias, por exemplo, já impuseram exigências rigorosas quanto aos níveis de resíduos e isso preocupa o setor nacional.
Fonte: Cepea/Hortifruti