Artigo assinado em 18 de julho pelo jornalista Mauro Zafalon, responsável pela coluna “Vaivém das Commodities” na Folha de S.Paulo, dá conta de que, enquanto as exportações brasileiras de suco de laranja concentrado (FCOJ) caíram desde o início do século 21, as vendas externas do produto não concentrado (NFC) estão em ascensão. Entre 2001/02 e 2016/17, as vendas de FCOJ caíram de 1,13 milhão de toneladas para 655 mil toneladas; em contrapartida, as de NFC subiram de 24 mil toneladas para 1,21 milhão de toneladas.
Ele afirma que “esse tipo de suco pode ser o caminho para a indústria brasileira e para o produtor de laranja”. E acrescenta comentário de Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos): “O consumidor faz a sua escolha, e as indústrias se preparam para atendê-lo”.
Zafalon completa a coluna com algumas informações, transcritas abaixo, sobre as diferenças entre os dois tipos de suco:
- O suco concentrado, após a passagem por caldeiras, perde a água. O importador o devolve ao estágio inicial com adição de água. Já o suco não concentrado é apenas pasteurizado. Nesse caso, as indústrias operam com volumes maiores, o que exige investimentos novos em armazenagem e navios maiores para o transporte.
- A produção do suco não concentrado exige cuidado. A variação do clima durante a safra e as variedades de laranja determinam a qualidade do produto. As duas últimas safras, por exemplo, foram desafiadoras para a produção, de acordo com o executivo da CitrusBr.
- A produção do suco não concentrado passa a ser quase outra atividade dentro da cadeia cítrica. Os cuidados devem começar no pomar, com variedades de fruta que auxiliem na qualidade do suco.
- O bom para o setor é que o consumo cresce nos mercados de maior demanda. Na safra que terminou em junho, as exportações de suco não concentrado foram recordes para a União Europeia, somando 848 mil toneladas. E os preços na gôndola superam os do suco concentrado.