A sorva, fruta típica da região da Amazônia, que ajudou os irmãos Glauco e Gleison, de 7 e 9 anos, sobreviverem na mata durante os 26 dias que ficaram perdidos é rica em carboidratos.
A sorva, fruta típica da região da Amazônia, que ajudou os irmãos Glauco e Gleison, de 7 e 9 anos, sobreviverem na mata durante os 26 dias que ficaram perdidos é rica em carboidratos.
“Ela é uma fruta rica em carboidratos, que é a nossa fonte primária de energia e então isso garantiu suporte energético. Também rica em gorduras e vitamina A. As propriedades da vitamina A da sorva ajudaram a preservar os órgãos das crianças”, explicou a nutricionista Nathalia Santos.
Glauco e Gleidson continuam internados no Hospital da Criança, em Manaus, e estão se recuperando bem. Eles são acompanhados pelo distrito e saúde indígena da capital amazonense.
FICHA TÉCNICA
Nome científico: Couma utilis (Mart.) Muell. Arg.
Nome popular: Sorva, sorva-pequena, sorvilha, cumã, cumai, saruvina, gaimaro-macho.
Família botânica: Apocynaceae
Distribuição geográfica e habitat: Brasil e Venezuela. Ocorre na Amazônia Central sendo característica da Floresta Pluvial de terra firme, em altitudes de até 1.000 metros.
Características gerais: Planta lactescente, medindo de 2 a 13 m de altura. O tronco é cilíndrico, ereto, revestido por casca lisa. As folhas são simples, com 5 a 10 cm, coriáceas, oblongo-ovaladas, opostas e alternadas. Flores dispostas em inflorescências corimbosas, com flores hermafroditas, gamopétalas, pentâmeras e de cor rosada a púrpura. Fruto: baga arredondada, com casca delgada, com 2 a 4 cm de diâmetro, com mesocarpo carnoso, com média de duas sementes pequenas por fruto; globoso de coloração verde, passando a castanho-escura quando maduro, casca fina contendo suco leitoso e viscoso; polpa mucilaginosa e de coloração amarelada.
Clima e solo: Adapta-se em clima quente e chuvoso, áreas não inundáveis em solos ácidos.
Usos: Do tronco das sorveiras, Couma utilis (sorva-pequena), é possível extrair boas quantidades de um látex espesso, branco e viscoso, que é comestível e de paladar adocicado. Retirado das árvores por um processo semelhante ao da extração do látex da borracheira, o látex da sorveira tem, também, grande utilidade como matéria-prima industrial, em especial na fabricação de goma de mascar. Coagulado e misturado com outras substâncias, por exemplo, esse látex é muito empregado na calafetação das embarcações e caiação das paredes das habitações amazônicas. O látex do tronco com água fervida é usado como bebida. Esse látex pode ser ingerido puro, porém sempre diluído em água. Dessa forma, é usado como bebida em substituição ao leite de vaca, acrescido de café ou, ainda, como ingrediente no preparo de mingaus. A polpa é consumida ao natural, pelo sabor doce e agradável. Em 100 g de polpa há 68,7% de umidade, 3,6% de proteínas, 6,9% de lipídios e 15,8 g de glucídios. Apesar de apresentarem um sabor bom e adocicado e de se constituírem em importante alimento para as populações regionais, sendo consumidos in natura ou como bebida refrigerante, os frutos da sorveira não são os únicos produtos que podem ser extraídos dessa árvore. A madeira é moderadamente pesada, usada na marcenaria em geral. É utilizada na medicina popular. A árvore pode ser usada como ornamental devido à bonita floração.
Fontes: DONADIO, L.C. Dicionário das Frutas; LORENZI, H. Árvores Brasileiras.; Jornal da Band.