Foto: Marcelino Ribeiro
A ameaça da ocorrência de míldio e oídio, duas das doenças que mais preocupam os produtores de uva no submédio do vale do rio São Francisco, não precisa ser respondida com aplicações sistemáticas de fungicidas protetores e curativos, seguindo um calendário de aplicações semanais.
Com acesso à internet e alguns cliques no computador, o produtor vai estar à frente da plataforma digital SISALERT (Sistema de Previsão de Risco de Epidemias de Doenças de plantas) e consultar o sistema de Risco de Epidemias para o míldio e oídio da videira para saber das previsões do risco de ocorrência dos fungos responsáveis por causar estas doenças.
“Obtivemos também reduções entre 26 a 37,5% no número de pulverizações utilizando o SISALERT, quando comparado com o número de aplicações realizadas pelos produtores para conter o fungo nos seus parreirais”, revela a pesquisadora Francislene Angelotti, da Embrapa Semiárido.
Esse sistema reúne e processa dados meteorológicos obtidos de estações automáticas e de prognósticos de tempo, de modelos de crescimento e desenvolvimento da cultura, além de modelos epidemiológicos das doenças. Em resumo, agrega informações sobre a interação patógeno-hospedeiro-ambiente, simula o risco de ocorrer doenças e deixa a informação disponível para os produtores.
O míldio da videira, causado pelo fungo Plasmopara viticola, é uma das principais doenças da videira no Submédio do Vale do São francisco, especialmente no primeiro semestre do ano quando há alta umidade relativa e ocorrência de chuvas contínuas na região. O oídio também é uma doença de grande importância para a cultura da videira, sobretudo em condições semiáridas, onde o clima seco e com baixa ocorrência de chuvas favorece a incidência da doença durante todo o ano.
Para Francislene Angelotti, o emprego de sistemas de previsão tem se “destacado como uma alternativa para otimizar o manejo integrado de doenças, uma vez que dão suporte ao processo de tomada de decisão”. Os resultados do seu uso em culturas como maça e trigo registraram o risco de ocorrência de epidemias, com redução no número de pulverizações, nos custos com aquisição de produtos químicos e menor dano ao homem e ao meio ambiente.
Marcelino Ribeiro (MTb / BA 1127) – Embrapa Semiárido