Nome científico: Lecythis pisonis Cambess.
Nomes populares: sapucaia, castanha-sapucaia, sapucaia-vermelha, cumbuca-de-macaco, caçamba-do-mato.
Família botânica: Lecythidaceae
Distribuição geográfica e habitat: espécie endêmica do Brasil, ocorrendo principalmente na Floresta Ombrófila Densa e também colonizando áreas antrópicas. Nativa na região amazônica até as Guianas, ocorre na Mata Atlântica, do Ceará ao Rio de Janeiro, sendo também encontrada na Bahia e no Espírito Santo. Outras sapucaias ocorrem no mesmo ecossistema, chamadas de sapucaia-mirim, uma do Amapá, a sapucaia-do-amapá, e outra chamada de sapucaia-grande, todas da mesma família, mas de espécies diferentes.
A planta tem usualmente até 30 m de altura, de copa arredondada, podendo chegar a 50 m, bastante ornamental devido à tonalidade de sua folhagem e flores.
Tronco: reto, forte com ou sem sapopemas, com casca pardo-escura, sulcada.
Folhas: são inicialmente vermelhas ou verdes-suaves, cartáceas, tornando-se verdes, brilhantes, escuras e coriáceas. Alternas, ovadas, elípticas, com base obtusa ou arredondada, ápice acuminado, margens crenuladas.
Flores: zigomorfas, diclamídeas, de coloração violeta-arroxeada.
Frutos: pixídio lenhoso, deiscente, com opérculo contendo sementes angulosas, duras. O fruto pesa de 1 a 2,5 kg, com 14 a 40 sementes. Essas são comestíveis, chamadas amêndoas, com um tegumento que a recobre e é retirado para consumo, que pode ser ao natural ou torrado, rico em proteínas, fibras e selênio.
Fenologia: floresce a partir de meados de setembro, quando a copa fica repleta de novas folhas. A maturação dos frutos ocorre por volta de agosto, 10 meses após o fim da floração.
Clima e solo: pode ser encontrada em temperaturas de 17,2 a 27,6°C, com chuvas uniformemente distribuídas no litoral Norte do estado de São Paulo e no litoral Sul do Rio de Janeiro; uniformes ou periódicas, na faixa costeira do Sul da Bahia; e periódicas nas demais regiões. O regime de precipitação pluvial média anual pode ocorrer desde 1.000 mm, no estado do Rio de Janeiro, a 2.800 mm, no Pará. Geadas ausentes. Prefere solos de alta fertilidade, alta umidade e ricos em matéria orgânica.
As sementes são oleaginosas, vendidas em mercados locais, consideradas afrodisíacas e nutritivas, mas devido à difícil colheita e à predação por animais não alcançam importância econômica.
A amêndoa é coberta por tegumento coriáceo, descartável, com cerca de 51 a 64% de óleo, perfazendo 60% do peso da castanha. Contém 16% de proteína, 8% de fibra e 14% de cinzas, com alto valor nutricional. É fonte de selênio.
A madeira tem vários usos: construção naval, carpintaria, marcenaria e construção civil na forma de vigas, caibros, ripas, tacos, tábuas para assoalho, postes, estacas, esteios, mourões e dormentes.
A casca pode ser usada no combate à tosse.
O óleo e a casca são diuréticos e usados contra o diabetes.
A árvore pode ser indicada para a recuperação de áreas degradadas por possuir frutos atrativos para a fauna. É e de interesse no paisagismo devido a sua bonita copa e coloração de sua folhagem.
Curiosidades: o nome genérico Lecythis provém do grego lecythos (panela de óleo), devido ao fruto parecer com uma panela com tampa. O epíteto específico pisoni é dedicado a Guilherme Piso, médico holandês, chefe da missão cientifica no Brasil holandês. Os macacos jovens colocam a mão na urna do fruto em busca das sementes e não conseguem retirá-la, daí o dito popular “macaco velho não mete a mão em cumbuca”.
Fonte: LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Vol. 1, 3. Ed. Nova Odessa, SP; Instituto Plantarum, 2000. 352 p.
DONADIO, L.C. Dicionário das Frutas. Jaboticabal, 2007. 300 p.
CARVALHO, P. H. R. Espécies Arbóreas Brasileiras, Vol. 2, 2006. 627 p.