Nome científico: Smilax aspera. Há várias outras espécies do gênero Smilax, todas com propriedades similares às da S.aspera.
Nome comum: salsaparrilha
Família botânica: Liliaceae
A planta, nativa da América Equatorial, ocorrendo em vários países, principalmente no México, no Brasil e no Peru, é uma trepadeira com raízes carnosas espessadas, tuberiformes e alongadas. Seu caule é cilíndrico, lenhoso e armado de pequenos espinhos. Suas folhas, reunidas em rosetas espaçadas, são sésseis e lanceoladas, simples, pecioladas e ovaladas. As flores são pequenas e de coloração esbranquiçada. Os frutos são bagas, contendo numerosas sementes.
Propagação e plantio: propaga-se por sementes ou por mergulhia de estaquia ou rebentos. As mudas e plantas jovens necessitam de tutor ou suporte, no qual possam prender-se e prosperar. As mudas e plantas jovens não devem apanhar radiação solar direta. Prospera bem em climas equatoriais e tropicais, vegeta ao longo dos cursos dos rios e em terrenos úmidos, em campos e cerrados. Para melhor enraizamento, o solo deve ser solto, fofo e fértil, com bastante matéria orgânica. A melhor época do plantio é no início da estação chuvosa, no inverno ou primavera tropical, e, na falta de chuvas, deve-se irrigar com regularidade as mudas recém-plantadas e as plantas mais jovens. Quando feita a colheita das raízes, convém deixar intactos alguns rizomas, que em geral são curtos e grossos, para assegurar o nascimento de novas plantas. O espaçamento pode ser feito de forma semelhante ao adotado para as culturas da uva e do maracujá (4 m x 2 m).
A salsaparrilha (principalmente a planta inteira seca, incluindo raízes, folhas e frutos) é utilizada há muitos anos nas Américas e na Europa no tratamento de infecções crônicas, doenças inflamatórias e problemas da menopausa. O médico e botânico espanhol Nicolás Bautista Monardes, o primeiro a escrever sobre as plantas das Américas, com obras traduzidas para o inglês, o francês e o alemão, descreveu o uso da salsaparrilha no tratamento da sífilis em 1574. Posteriormente, em 1812, observou-se que soldados portugueses com sífilis se recuperavam com mais rapidez usando a salsaparrilha, em vez do mercúrio, tratamento padrão à época. Desde a década de 1960, a salsaparrilha tem sido usada não só no tratamento da sífilis, mas igualmente de outras doenças sexualmente transmissíveis no mundo inteiro. Também foi documentada sua eficácia como adjuvante para o tratamento da lepra. A habilidade da salsaparrilha de ligar-se às endotoxinas pode ser um possível mecanismo de ação dos efeitos farmacológicos da planta. A salsaparrilha é usada em muitas culturas para tratamento de outras doenças. Na dermatologia, é empregada no tratamento de eczemas, tanto para uso interno quanto para lavar as áreas afetadas. Também é usada para tratar a psoríase, neste caso em associação com labaça-crespa (Rumex crispus). Também contribui para aliviar problemas de pele e sintomas de artrite associados à menopausa. Outros usos documentados da planta incluem melhora do apetite e da digestão.
Curiosidade – A salsaparrilha tem sido divulgada como fonte de testosterona e afrodisíaco natural. Trata-se de propaganda enganosa. Sabe-se que a saponina sarsasapogenina, um dos princípios ativos presentes na planta, pode ser sinteticamente transformada em testosterona, mas é improvável que isso ocorra in vivo. Porém, algumas fontes indicam que a salsaparrilha exibe ações testosterônicas no corpo, como o aumento do volume muscular, e também ações estrogênicas, aliviando problemas femininos, em especial na menopausa.