(Fonte: Governo do Rio Grande do Sul. Foto: Luiz Chaves/Palácio Piratini)
Monte Belo do Sul, RS – A colheita da uva no Rio Grande do Sul foi aberta oficialmente no sábado, 4 de fevereiro de 2017, na propriedade da família Barbieri, no município de Monte Belo do Sul, na Serra. A safra 2016/2017 tem projeção de colher mais de 600 milhões de quilos de uva, que serão processadas para elaboração de sucos, vinhos, espumantes e outros derivados. “Nada se faz sem trabalho. Precisamos exaltar o trabalho das pessoas que se dedicam o ano todo. O setor vitivinícola é muito importante para nossa economia. Avançamos bastante em tecnologia e o governo do Estado é parceiro nessa caminhada”, afirmou o governador José Ivo Sartori.
A estimativa é que neste ano a safra tenha um aumento de 100% no volume a ser colhido, em razão de que na safra passada houve uma quebra de 57% em relação a 2014/2015. Segundo informações do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), o número de propriedades vitícolas no estado é de 14,4 mil. São cerca de 680 empresas, entre as quais mais de 90% são vinícolas micro ou pequenas empresas.
O Cadastro Vitícola, fornecido pela Embrapa Uva e Vinho, diz que até 2015 a área total plantada com videiras no Rio Grande do Sul é de aproximadamente 40 mil hectares, 32 mil só na Serra. O estudo revela ainda que são produzidas 138 variedades de uvas no estado.
O secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, afirmou que este é um momento marcante, porque a colheita celebra e festeja o trabalho de muito meses dos agricultores. “A Secretaria da Agricultura é parceira desse setor e está sempre em busca de unir forças com todos os órgãos e entidades ligadas para melhor atender as demandas da sociedade”, afirmou.
Comercialização
O presidente do Ibravin, Dirceu Scottá, informou que, segundo dados da entidade, houve em 2016 uma queda de 18% na venda dos produtos nacionais. “Tivemos um cenário complicado em 2016. Afetou o produto, as vinícolas, a economia local e os consumidores. Essa já é uma safra de volumes normais. Vamos arregaçar as mangas e mostrar nosso trabalho”, destacou. De janeiro a dezembro de 2016, as vinícolas venderam 185,1 milhões de litros de vinho, o que representa uma retração de 18,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Após a abertura da vindima, o governador Sartori participou da Colheita Simbólica do Vinhedo do Mundo, na sede da vinícola Dal Pizzol Finos, em Farias Lemos, Bento Gonçalves. O Vinhedo do Mundo é considerado uma das três maiores coleções de videiras privadas do planeta, com cerca de 400 variedades de mais de 30 países dos cinco continentes, ocupando um pequeno espaço de 0,7 hectare.
Sartori colheu a variedade Chuscia Sciavi, de origem da Georgia. As uvas colhidas nessa safra serão vinificadas em conjunto e darão origem ao vinho Vinummundi 2017, que será apresentado na colheita de 2018. O Vinummundi é um vinho cultural que expressa e simboliza a solidariedade dos povos e sua cultura. Ele não é comercializado.
Também foram enterradas garrafas de vinho a uma profundidade de um metro do solo. Esse é um evento cultural e histórico que resgata hábitos dos ancestrais da família Dal Pizzol e ocorreu pela primeira vez na vinícola. O governador enterrou uma garrafa do vinho Vinummundi que será recolhida no ano de 2022 e lhe será entregue.