O Bioversity International (Roma, Itália), em parceria com a Embrapa, acaba de publicar o manual Descriptors for Mangaba (Hancornia speciosa Gomes).
A publicação é de autoria dos pesquisadores Josué Francisco da Silva Júnior, Ana Veruska Cruz da Silva Muniz, Ana da Silva Lédo, da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE); Maria Clideana Cabral Maia, da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE); Mariana Aparecida Carvalhaes, da Embrapa Meio Norte (Teresina, PI); Sandra Mascimo da Costa e Silva, da Universidade Católica de Goiás; Ehsan Dulloo, do Bioversity International e Adriana Alercia, da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
O Bioversity International, um dos 15 centros de pesquisa do Consultative Group on International Agricultural Research (CGIAR), é uma organização global para o desenvolvimento agrícola, para conservação e uso da biodiversidade, em prol da segurança alimentar e nutricional dos povos. A obra faz parte da série Bioversity Descriptors editada pela instituição e é a segunda publicação do gênero realizada em parceria com a Embrapa (a primeira também foi uma fruteira nativa, o butiá, em 2015).
O manual pode ser baixado gratuitamente, por meio do site do Bioversity, clicando em https://www.bioversityinternational.org/e-library/publications/detail/descriptors-for-mangaba-hancornia-speciosa-gomes/ , ou do CGIAR System, no link https://cgspace.cgiar.org/handle/10568/90693
O livro é fruto de um trabalho de vários anos, envolvendo desde a articulação até o intercâmbio de conhecimentos e definição dos descritores entre especialistas brasileiros e estrangeiros. Representa um avanço significativo para os recursos genéticos da mangabeira e deve nortear e padronizar, a partir de agora, as pesquisas envolvendo caracterização e avaliação da espécie, que possui uma distribuição ampla no território brasileiro, mas também ocorre no Paraguai, Bolívia e Peru.
Descritores – Os descritores são parâmetros empregados para definir padrões genéticos e ambientais das espécies, auxiliando pesquisadores, estudantes e agentes de campo no seu reconhecimento a partir de características presentes nelas e no ambiente em que ocorrem. São fundamentais para sistematizar os protocolos de conservação em bancos de recursos genéticos em todo o mundo.
A lista de descritores padronizada pela Bioversity International abrange informações sobre Passaporte (informações gerais e básicas para registro e formação dos acessos no banco), Manejo Ambiente (fundamentam a gestão dos acessos no banco e padrões para multiplicação e regeneração), Caracterização (descreve as características fenotípicas e hereditárias) e Avaliação (características de base mais técnica e específica, que podem demandar estudos agronômicos, celulares e moleculares) da espécie, e foi confeccionada em um formato internacional, com o propósito de uniformizar a “linguagem” para a conservação dos recursos genéticos da mangabeira, bem como das demais espécies já catalogadas.
“A publicação somente foi possível devido à articulação da pesquisadora Adriana Alercia, atualmente no International Treaty on Plant Genetic Resources for Food and Agriculture (ITPGRFA), da FAO, que não mediu esforços para a sua concretização”, reconhece Josué Francisco.
A Embrapa Tabuleiros Costeiros tem investido fortemente nas pesquisas envolvendo conservação ex situ e in situ (respectivamente, fora e dentro do local de ocorrência nativa da espécie) da mangabeira com resultados significativos na última década. Exemplos disso são a criação do seu Banco de Germoplasma, que é o Fiel Depositário para a espécie no país, e o desenvolvimento de estratégias para conservação de recursos genéticos com a participação de comunidades tradicionais, que já resultaram em importantes políticas públicas a favor da espécie e da população”, afirma Josué, que é curador do Banco de Germoplasma de Mangaba da Embrapa.
Mais informações sobre o tema – Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) – www.embrapa.br/fale-conosco/