Autores: Wilson Carlos Pazini1& Júlio Cesar Galli2
A praga de goiabeira que tem requerido maior frequência de controle, na região de Jaboticabal, SP nos últimos anos, é o psilídeo Triozoida limbata. Os machos deste inseto têm a face dorsal do tórax preto e abdome verde escuro, medindo aproximadamente 2 mm de comprimento. As fêmeas medem cerca de 2,4 mm e efetuam a postura (19 a 92 ovos por fêmea) ao longo dos ramos do ponteiro e folhas novas. Os ovos são de coloração branca. Dos ovos nascem as ninfas de coloração esverdeada, cobertas de secreção de cera branca, com o corpo de forma achatada.
PREJUÍZOS – Os prejuízos dos psilídeos são causados pelas ninfas que sugam a seiva elaborada dos bordos das folhas. Estas ninfas fazem a pré-digestão através da injeção de toxinas no bordo superior das folhas, que se enrolam e deformam-se, adquirindo coloração amarelada e depois necrosam. Examinando-se o interior dos bordos enrolados, encontram-se colônias de ninfas recobertas por secreção cerosa de aspecto floculoso, entre gotículas de substância açucarada e esbranquiçada. Assim, prejudicam as folhas que, com o tempo, se tornam necróticas e acabam caindo.
O dano provocado pelo psilídeo na folha da goiabeira está diretamente relacionado com sua densidade populacional e o estado fisiológico da planta. A maior injúria acontece quando coincide alta população de psilídeos com goiabeiras lançando vegetação nova com algum tipo de estresse, como, por exemplo, falta temporária de água. Neste caso, as folhas novas se enrolam totalmente, inviabilizando o ramo.
MONITORAMENTO DO PSILÍDEO
A população do psilídeo deve ser acompanhada semanalmente, talhão por talhão, através da coleta de folhas novas nas plantas. Cada folha deve ser retirada dos dois últimos pares, localizadas no ramo superior da copa. Avalia-se o número de folhas sadias e o número de folhas com presença de ninfas vivas, com o auxilio de lupa de 10 vezes de aumento, para obter a percentagem de infestação.
O inseticida deve ser aplicado imediatamente após a infestação atingir 30% das folhas com ninfas vivas. A pulverização será feita somente no talhão que atingir a infestação mencionada.
CONTROLE DO PSILÍDEO
O controle biológico natural do psilídeo é realizado por joaninhas, aracnídeos, crisopídeos, sinferobídeos, sirfídeos, tacnídeos, estafilinídeos, nabídeos, moscas cecidomídeas, microhimenópteros calcidídeos e encirtídeos.
O único inseticida registrado para controle de psilídeo T. libata é o imidacloprid (Provado 200 SC).
Com a adoção do monitoramento de T. limbata, e aplicação no nível de infestação é possível diminuir o número de aplicações (feitas através de calendário programado) e utilizar inseticidas menos agressivos ao meio ambiente e ao homem.
O TodaFruta agradece a colaboração dos autores.
1Engenheiro Agrônomo – Doutor em Entomologia Agrícola – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Câmpus de Jaboticabal, Unesp – Univ Estadual Paulista, Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane s/n CEP 14.884-900 Jaboticabal, SP, Brasil e-mail wpazini@fcav.unesp.br
2Professor Doutor – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Câmpus de Jaboticabal, Unesp – Univ Estadual Paulista, Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane s/n CEP 14.884-900 Jaboticabal, SP, Brasil e-mailjcgalli@fcav.unesp.br