A fruticultura brasileira é a terceira maior do mundo. As lavouras de maçã, mamão, manga e melão espalhadas em mais de 2 milhões de hectares geram emprego para 5 milhões de pessoas. Todo esse trabalho é fruto do esforço dos produtores rurais que dependem do clima, de acesso à linha crédito e variações de preços no mercado nacional e internacional. Além disso, o produtor enfrenta uma das principais pragas da fruticultura mundial: as moscas-das-frutas da família Tephritidae, que causam prejuízo de aproximadamente US$ 120 milhões ao ano em perdas de produção, custos de controle e comercialização.
Para resolver o problema, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), lançou o Programa Nacional de Combate às Moscas-das-Frutas (PNMF), instituído pela Instrução Normativa Nº 20, de 8 de setembro de 2015. O programa prevê um investimento de R$ 128 milhões, até 2018, em pelo menos dez Estados brasileiros para reduzir as pragas de importância coletiva e aumentar a viabilidade dos investimentos na produção de frutas.
O PNMF foi apresentado aos representantes do setor na quinta-feira (27/11), durante reunião na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). De acordo com o assessor técnico da Comissão Nacional de Fruticultura da CNA, Eduardo Brandão Costa, o objetivo do encontro foi analisar o texto do programa e propor sugestões de melhoria para apresentar aos produtores. “Toda a cadeia precisa alinhar o discurso para que o PNMF dê certo, e como resultado, ampliar o potencial brasileiro de frutas”, afirmou.
A diretora da consultoria Agropec e também redatora do projeto, Regina Lúcia Sugayama, explicou que a ideia principal do PNMF é melhorar o status fitossanitário do Brasil, permitir abertura de mercados mais exigentes e aumentar a participação brasileira nas exportações de frutas do mundo. “O programa estabelece a política fitossanitária para a prevenção, controle e erradicação das moscas-das-frutas de importância econômica e quarentenária para o Brasil e para os mercados importadores de frutas brasileiras”, disse Regina.
Dentre as políticas inseridas no programa estão a erradicação de Bactrocera carambolae, Área Livre de Praga (ALP) para Anastrepha Grandis, Sistema de Mitigação de Risco (SMR) para o mamão e construções de biofábrica de machos estéreis e parasitoides. “A execução do PNMF dependerá do alinhamento de esforços entre o MAPA, órgão estaduais e setor privado, contando com o suporte estratégico da pesquisa e da expansão”, disse Regina.