21/11/2013 – Canal Rural

Fruto nativo da Mata Atlântica tem grande potencial para a alimentação

O cambuci, nativo da Mata Atlântica, tem grande potencial para a alimentação, mas é muito pouco explorado. Em Natividade da Serra, interior de São Paulo, produtores de outras culturas estão investindo no cultivo da fruta como uma alternativa para aumentar a rentabilidade no campo. A ideia agora é unir forças e criar uma associação para difundir o produto.

O produtor Paulo Nakanishi é um dos pioneiros na produção de cambuci em Natatividade da Serra, interior de São Paulo. Ele plantou o primeiro pé da fruta em 2008, e hoje tem 1,3 mil árvores, que dão frutos o ano todo. Além da fruta in natura, ele produz diversos derivados, como geléia, licor, xarope, doces, entre outros. Hoje, eles são comercializados por encomenda ou na rota gastronômica, que percorre as principais regiões produtoras do Estado.

– Através da rota gastronômica que nós temos no cinturão que passa por Pianapiacaba, Salezópolis, Caraguatatuba, Mogi das Cruzes, são esses lugares onde a gente comercializa o cambuci. Vendemos tanto a fruta quanto os derivados – afirma Paulo.

A região é a maior produtora da fruta no Estado de São Paulo, porém a produção ainda é pequena. Paulo explica que muitos produtores ainda não investem no cambuci porque o cultivo leva tempo.

– Tem pé cambuci que chega a dar frutos em três anos. Mas alguns pés daqui mesmo começaram a dar frutos com seis anos – continua o produtor.

Mas ele garante que o produto é rentável. De 2011 até hoje, o quilo da fruta já dobrou de preço. Satisfeito, Paulo incentiva produtores de outras culturas da região a investir no cultivo do cambuci.

José Alencar é um deles. Produtor de búfalos e suínos, ele resolveu cultivar o cambuci como uma alternativa para aumentar a renda na propriedade. Ele plantou 50 pés da fruta há dois anos, e agora espera otimista pela primeira colheita.

– Eles vão crescendo. Daí, de repente, você vê o dinheiro cair no chão – conta Alencar.

Hoje, na região de Natividade da Serra, mais de 20 produtores cultivam o cambuci.  Agora, eles estão unindo forças e criando uma associação. A ideia é comercializar em maior escala e aumentar a rentabilidade.

– O objetivo da associação é colocar a fruta nas escolas, na merenda escolar. Já temos proposta para começar a colocar tanto em Taubaté quanto em Caraguá. Nessas regiões, os prefeitos estão interessados no fruto para a merenda escolar – diz Paulo.