Nasceu o Colmeia Viva, um movimento do setor de defensivos agrícolas sob a governança do Sindicato Nacional das Indústrias de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) cujo objetivo é incentivar o diálogo entre agricultores e criadores de abelhas para encontrar caminhos para uma relação que valorize a proteção racional dos cultivos, o serviço de polinização realizado por abelhas, a proteção das abelhas e do meio ambiente e o respeito à apicultura.
Abrigado no site www.colmeiaviva.com.br, o movimento presta assistência técnica e esclarecimentos a todos os que, na agricultura, têm de utilizar abelhas para a polinização de suas lavouras.
O cultivo de melão, por exemplo, só é possível com a presença de abelhas. “Sem abelhas não produziríamos melão”, diz o empresário cearense Tom Prado, CEO da Itaueira Agropecuária, empresa com sede em Fortaleza e com fazendas de produção dessa fruta nos estados do Piauí e da Bahia. A Itaueira tem 2.500 colmeias com as quais garante a polinização de sua plantação de melão e, de quebra, produz um saboroso mel, que é comercializado nos supermercados com a marca Rei.
Por sua vez, Luiz Roberto Barcelos, CEO da Agrícola Famosa, maior produtora e exportadora brasileira de melão, com campos de produção no Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, disse a este colunista que as abelhas são tão importantes e vitais para a sua atividade, que sua empresa já tem hoje 6.500 colmeias.
Muitas pequenas empresas produtoras de melão chegam a alugar colmeias para garantir a polinização.
De acordo com o movimento Colmeia Viva, na agricultura as culturas dependentes de polinização animal (incluindo as abelhas) contribuem com 35% do volume de produção mundial de alimentos, representando 5% a 8% em valor de produção mundial. Os dados fazem parte do relatório divulgado em 2016 pela Plataforma Intergovernamental de Serviços Ecossistêmicos e Biodiversidade (IPBES, da sigla em inglês).
Para o Colmeia Viva, o conceito de dependência de polinização na agricultura está ligado a quanto certo cultivo depende da polinização para alcançar todo o seu potencial produtivo, não só em quantidade, mas também em qualidade.
Atualmente, no Brasil, a prática do aluguel de colmeias ocorre nos cultivos dependentes de polinização por abelhas que. Se não são polinizados, os cultivos podem ter uma redução na produção de 40% a 100%, como nos casos da maçã (na região Sul do país) e do melão (na região Nordeste).
Por isso, as práticas de manejo agrícola e apícola devem ser realizadas sob medida, segundo as características dos cultivos e sua relação com a polinização. Por isso, os cultivos agrícolas são classificados como dependentes, beneficiados e não dependentes de polinização realizada por abelhas.
Quem quiser conhecer a tabela de mais de 80 culturas agrícolas e a taxa de dependência de polinização, é só acessar o site www.colmeiaviva.com.br/agricultura-e-polinizacao/
Ainda segundo o Comeia Viva, o setor de defensivos agrícolas acredita na complementaridade entre eles e a polinização realizada pelas abelhas. Ambos contribuem para a melhoria da produtividade no campo e para a melhor qualidade do produto e do seu consumo.
O Colmeia Viva atua a partir da função das abelhas na agricultura e de sua interação com uso de defensivos agrícolas. Neste sentido, para o Colmeia Viva, a organização das abelhas se dá por:
No entanto – diz o Colmeia Viva – “há uma confusão entre mortandade e sumiço em torno das abelhas Apis mellifera, que não é uma abelha nativa brasileira, mas é a espécie mais utilizada na atividade apícola para produção de mel, própolis, geleia real, por exemplo. No Brasil, pesquisadores afirmam que não há casos de Síndrome do Desaparecimento das Abelhas (CCD) até agora. Aqui, os casos são de mortalidade de abelhas criadas por apicultores, como demonstrado nos resultados do Colmeia Viva”.
Fonte: Diário do Nordeste