Autores: Prof. João Carlos de Oliveira; Prof. Antonio Baldo Geraldo Martins; Prof. Carlos Ruggiero
A multiplicação vegetativa de plantas com características agronômicas favoráveis, é muito utilizada, quer por estaquia, enxertia ou por cultura de tecidos, desta forma mantém-se as características genéticas do individuo. Quanto aos resultados positivos da multiplicação vegetativa do maracujá azedo ainda é incipiente; poucos resultados de produtividade da cultura foram devidamente descritos.
Em locais com histórico de morte prematura de plantas de maracujá-azedo (casca amarela ou casca roxa, ambos Passiflora edulis Sims), o replantio ou instalação de novos ciclos da cultura desta frutífera, pode não resultar em retorno compensador dos investimentos. A reinstalação da cultura é de alto risco. Variedades cultivadas e ou silvestres de Passiflora edulis Sims (formas de frutos com casca amarela ou casa roxa), P. incarnata, P. caerulea, P. serrato digitata, P. maliformis, P. coccínea, P. amethistina foram susceptíveis, com alto índice de mortalidade. Para P. cincinnata a morte é mais lenta. Por outro lado, Passiflora gibertii, P. alata Curtis, P. macrocarpa, P. setacea, P. nítida, mostraram alta tolerância à morte precoce. Com P. laurifólia necessita-se de mais observações.
Na opinião dos autores, os agentes responsáveis pela morte precoce do maracujazeiro-azedo ocorrem naturalmente em algumas regiões rurais e urbanas. Em local de recém introdução do maracujazeiro-azedo, no primeiro ano agrícola a incidência da doença é baixa, nos anos seguintes os danos intensificam-se. Não é possível predizer se o local tem ou não os agentes patogênicos, mas pode-se relatar que já se constatou a doença em Jundiaí, Registro, Jaboticabal, Bebedouro, Barretos e Adamantina. Na região do Triângulo Mineiro^, a ocorrência foi rara.
Em locais com histórico da doença, o plantio de maracujá-azedo enxertado em maracujá-doce (P. alata), maracujá do campo (P. gibertii) resultou em menor mortalidade de plantas e, em consequência, dos prejuízos. Boa parte do sucesso das mudas enxertadas, dependem dos tratos culturais, principalmente o tratamento preventivo e intensivo das doenças. A muda enxertada tem menor vigor, tem baixa capacidade de recuperação quando a planta é desfolhada devido às doenças foliares, pragas, ação de ventos, chuva de pedra, adubação desequilibrada, etc.
O maracujá-azedo responde bem aos diferentes tipos de enxertia. O tipo garfagem fenda cheia tem apresentado bons resultados. O enxerto e o porta-exerto, preferencialmente deve provir de plântulas. A espessura do diâmetro do maracujá-doce é semelhante ao do maracujá-azedo. Na opção de optar pelo maracujá de campo (P. gibertii), o maracujá-azedo deve ser semeado denso, a fim de provocar o estiolamento da muda e daí coincidir com o diâmetro do porta-enxerto. A fim de garantir o contato das regiões de corte no enxerto e do porta-enxerto, sugere-se prender com fita adesiva, tipo fita crepe, não deve-se enrolar a fita se também dispensa-se a sua retirada manual, pois a mesma solta-se sozinha. Para evitar o ressecamento do garfo e da região de enxertia, pode-se protegê-los com recipientes plásticos, tipo “geladinho”, ou mantê-los em câmara úmida. De 8 a 15 dias após, deve-se retirar a proteção do enxerto. As mudas enxertadas devem estar devidamente aclimatadas para o plantio em local definitivo.
A morte precoce de plantas e a murcha causada por fusariose são semelhantes. Plantas em pleno desenvolvimento vegetativo e reprodutivo, inicialmente apresentam nas regiões de crescimento, perda de turgescência e dez dias após estão praticamente secas. Folhas e frutos pequenos caem da planta, frutos desenvolvidos chegam a amadurecer, mas com prejuízo de qualidade.