Foto: Miguel e Marilene na estação sobre manejo de pragas no dia de campo na Apta.
Equipe da Empresa e parceiros estiveram de 5 a 9 de março no Vale do Ribeira (SP) para participar da Feira da Bananicultura (Feibanana), que aconteceu de 7 a 9, em Registro, e aproveitar para visitar propriedades de bananicultores onde estão instalados experimentos de pesquisa.
O grupo da Embrapa era formado por oito pessoas, sendo seis da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) — o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, Aldo Vilar, os pesquisadores Miguel Dita, responsável pelo campo avançado (CA) da UD sediado na Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP), Edson Amorim, líder do Programa de Melhoramento Genético da Bananeira e dos Plátanos da Embrapa, e Marilene Fancelli, o analista Herminio Rocha e a jornalista Alessandra Vale — ; o técnico da Embrapa Meio Ambiente Henrique Vieira, que atua diretamente com Miguel na implantação dos experimentos pelos quatro principais polos de banana no estado de São Paulo (Vale do Ribeira, São Bento do Sapucaí, Penápolis e Marinópolis); e a pesquisadora da Embrapa Informática Agropecuária Poliana Giachetto. Havia também o pesquisador Luiz Teixeira, do Centro de Solos do Instituto Agronômico (IAC), que atua em conjunto com Miguel nas ações do campo avançado.
A primeira parada foi no Sítio Pinheirinho, em Aguaí. O grupo foi recebido por um dos sócios, o produtor Amauri Miranda, e percorreu os experimentos com plátanos e bananas. O sítio destina uma área de um hectare aos experimentos, que envolve a avaliação de cinco variedades (BRS Princesa, BRS Platina, Maçã, Prata Anã e BRS Tropical) em seis blocos, sendo três com manejo convencional e três com manejo alternativo. Nessa mesma área, vem sendo feito um trabalho que coloca em prática algumas ações do plano de contingência para raça 4 de Fusarium (fundo causador da doença conhecida como mal-do-Panamá). Numa área de produção de banana Maçã, em que as plantas foram mortas, se fez a cobertura com lona plástica, e, a partir daí, está se buscando matar o fungo.
No dia seguinte (6), a equipe seguiu para o município de Jacupiranga a fim de visitar dois produtores. Juntou-se ao grupo profissionais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta Polo Vale do Ribeira), que também atuam em conjunto nas ações do campo avançado. Na fazenda Santa Maria, de Orivaldo Dan, visitaram a unidade demonstrativa dedicada à avaliação de genótipos de plátanos (12 tipos) levados pela Embrapa. Vale destacar que é a primeira vez que os genótipos de plátano (banana tipo Terra) são analisados no estado de São Paulo. Em seguida, foram ver a área com a banana BRS Princesa. São hoje 12 mil pés da variedade, que, segundo Dan, tem tido uma excelente aceitação. Ele destacou como vantagens a resistência ao mal-do-Panamá e à Sigatoka-negra e também ao frio.
Depois o grupo seguiu para outra fazenda próxima, a Univale, do produtor Silvio Romão. Médico, Romão há 30 anos tem essa fazenda que era voltada apenas para pecuária e, de nove anos pra cá, passou a contar com plantação de banana. Lá foram instalados apenas experimentos com plátanos. O produtor se diz bem animado com a possibilidade de produzir essa cultura. “Tenho visto se alargar cada vez mais a banca de banana tipo Terra nos mercados de São Paulo”, pontua.
Depois, à noite, houve a abertura oficial da feira, que contou com a fala de Aldo, representando a Embrapa, além do presidente da Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (Abavar), Vilmar Beber, organizador do evento, e do prefeito de Registro, Gilson Fantin.
Dia de campo
As atividades da Feibanana começaram com palestras e dia de campo na sede da Apta Polo Vale do Ribeira, em Pariquera-Açu. O público de aproximadamente 120 pessoas, entre produtores, técnicos e estudantes, assistiu às exposições dos representantes da Apta, do IAC e da Embrapa, que fizeram um apanhado das pesquisas realizadas pelas instituições na região. Da Embrapa Mandioca e Fruticultura, falaram Miguel e Edson. Em seguida, o grupo foi para o dia de campo, dividido em três estações. Edson e Herminio comandaram a estação sobre a pesquisa com plátanos. Miguel e Marilene, junto com Teixeira, ficaram responsáveis pela estação que tratou do manejo de pragas e doenças. E, por fim, a apresentação sobre manejo do solo estava a cargo do pesquisador Edson Nomura (Apta).
À tarde, o público foi para Registro, na sede da Abavar, onde estava montada a Feibanana, para assistir a palestras. E, fechando as atividades, houve visita aos estandes. No da Embrapa, havia para degustação frutos da BRS Princesa e BRS Platina, e o público obteve informações também sobre o manejo integrado da murcha de Fusarium e o manejo da broca da bananeira.
No dia seguinte, a equipe participou de mais um dia de campo. Dessa vez, na Fazenda Salto do Berrador, em Jacupiranga, do produtor José Luiz Corrêa. Mais de 200 pessoas participaram das palestras e demonstrações no bananal.
Rodada tecnológica
Dois momentos de negócio importantes aconteceram durante a rodada tecnológica promovida pela Embrapa Mandioca e Fruticultura na Feibanana: os acordos firmados com os produtores Orivaldo Dan e José Luiz Corrêa (que passou a ser o mais novo parceiro da Embrapa na região) para transferência da BRS Princesa. “A Embrapa vai disponibilizar competências e a tecnologia. E os clientes vão entrar com a estrutura de suas fazendas e a experiência mercadológica para um processo de adoção e inovação mais rápido e eficiente”, explica Aldo.