(Notícia divulgada em 21/08/2012 pela Embrapa Amazônia Ocidental)
A fruta desperta a curiosidade de muitos, mas a árvore do caramuri torna-se cada vez mais difícil de ser encontrada na floresta. Isso tem ocorrido porque, para a retirada dos frutos, que ficam na copa da árvore, as pessoas costumam cortar o tronco. Nos próximos dias, os pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM) Roberval Lima, da área de silvicultura tropical, e Aparecida Claret, que trabalha com melhoramento genético e é responsável pela coleção de fruteiras tropicais, vão visitar um local de ocorrência natural da árvore, numa localidade ribeirinha chamada São Francisco do Caramuri, nas proximidades do município de Itacoatiara (AM). O local foi identificado pelo idealizador do projeto, Caramuri – o nome da bola 2014, Vaubel Mafra. Lá a equipe pretende coletar mudas nativas e sementes para iniciar experimentos de propagação da árvore.
Faz parte do planejamento dos pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental organizar um curso de coleta de frutos e de sementes para que se evite derrubar a árvore. Além disso, serão feitos experimentos para propagação e manejo da espécie, visando cultivos.
De acordo com Roberval Lima, pretende-se adotar algumas linhas de pesquisa com essa espécie: primeiro a prospecção e coleta de germoplasma nas populações nativas para estabelecer banco de matrizes ex-situ (fora do local de ocorrência); a partir daí estudar os processos de germinação e conservação das sementes, estabelecer métodos para produção de mudas e estudar o manejo e a silvicultura de plantio da espécie.
O idealizador do projeto, Caramuri – o nome da bola 2014?, Vaubel Mafra, esteve na Embrapa Amazônia Ocidental e apresentou palestra explicando porque sugeriu a fruta como nome da bola da Copa, que será sediada no Brasil. A ideia é a seguinte, se nós conseguirmos colocar o nome (Caramuri) na bola da Copa do Mundo, isso irá chamar a atenção para a preservação da Amazônia como um todo, não só da flora, mas também da fauna, da água e das nossas riquezas, afirma.
Ele oficializou a sugestão em 2011 ao Ministério dos Esportes, à Federação Internacional de Associações de Futebol (Fifa) e à fabricante da bola, Adidas, e desde então vem divulgando a ideia em diversos fóruns, principalmente nas capitais que serão sede do evento esportivo. Vaubel Mafra é natural do município de Maués (AM), conta que conheceu a fruta desde a infância e em seu município o fruto do caramuri é relacionado aos períodos de copa, a cada quatro anos, por isso o argumento para dar nome à bola oficial. O caramuri é uma fruta deliciosa e está cada vez mais rara, pois o modo de colheita é feito de forma bárbara. A fruta é pequena e nasce colada nos galhos que ficam na copa de sua imensa árvore que chega a medir 25 metros de altura”, afirma o folheto da campanha. De acordo com relatos, as pessoas costumam derrubar a árvore para colher o fruto.
A divulgação do nome Caramuri para a bola da copa, contou com vários materiais promocionais, como camisetas, adesivo de carro, folhetos. Também foi editado um minilivro com o conto infanto-juvenil: Caramuri, festa na floresta, de autoria da jovem escritora Laura Cavalcante.
Síglia Regina – Jornalista (siglia.regina@cpaa.embrapa.br)