Para 2019, colaboradores do Hortifruti/Cepea esperam que os menores preços de 2018 impactem na produção – estima-se que a área nacional de banana se reduza em 1,1% ou até mais. O comportamento do clima também é essencial para definir perspectivas para este ano, pois, enquanto o Norte de Minas Gerais enfrenta problemas relacionados à seca (mesmo com a chuva mais presente no começo de 2018), o Vale do Ribeira (SP) apresentou grande prejuízo com os vendavais no início de novembro. Quanto à qualidade das frutas para 2019, são esperados padrões inferiores devido ao atraso das adubações, que estiveram mais caras devido ao dólar.
Colaboradores do Hortifruti/Cepea esperam que a produção de mamão se mantenha no Brasil neste ano. Isso porque, mesmo com os bons retornos financeiros em 2018, eles ainda não devem ser suficientes para estimular novos investimentos na cultura, já que os produtores estiveram descapitalizados diante da baixa rentabilidade no ano passado. Assim, mamocultores devem apenas renovar a área e investir em tecnologia – cenário que, vinculado às consideráveis chuvas de 2018, pode favorecer a produtividade em 2019. A perspectiva de manutenção do elevado custo de produção pode seguir limitando a entrada de novos produtores.
Colaboradores do Hortifruti/Cepea esperam que a área de melão permaneça estável em 2019, já que a intenção de investimento na cultura segue baixa e apenas produtores mais tradicionais devem continuar no setor. Quanto à rentabilidade, melonicultores esperam rendimento positivo, porém, limitado.
Enquanto no Vale do São Francisco (PE/BA), o uso de sementes inferiores (F2) pode afetar a qualidade da fruta, a rentabilidade no Rio Grande do Norte/Ceará pode ser impactada pela maior produtividade da atual temporada 2018/19, que pode pressionar as cotações. Vale ressaltar que a maior produtividade tem diluído os gastos nesta safra. Assim, o custo diminuiu, mesmo com o aumento dos preços dos insumos (alta do dólar e encarecimento do frete).
Em 2019, os investimentos em novos plantios de manga devem continuar nas regiões de Petrolina/Juazeiro (PE/BA) e Norte de Minas Gerais, mas em ritmo menos intenso do que o observado em 2018, haja vista a grande área já plantada recentemente e que, inclusive, deve resultar em aumento da oferta em 2019 e nos anos seguintes. Neste cenário, a rentabilidade da cultura da manga pode ser mais apertada em 2019, ainda mais se não houver aumento proporcional das vendas, principalmente ao mercado externo, com foco na União Europeia – o plantio de mangas sem fibra (como palmer, keitt e kent), cujo principal destino é o bloco europeu, foi maior em relação à tommy.
A temporada principal 2018/19 e a safrinha 2019 podem ter bons preços para as uvas finas e niagara, já que devem ter pouca oferta, devido aos problemas climáticos durante o desenvolvimento. No Vale do São Francisco, o leque varietal deve seguir expandindo, garantindo competitividade no mercado externo e aliviando a disponibilidade de uvas no comércio doméstico. Apesar disso, é esperado crescimento um pouco mais tímido da área enxertada de BRS vitória e variedades patenteadas (como a sugar crisp e sweet globe), o que pode impulsionar a rentabilidade destas uvas. Em Pirapora (MG) e Jales (SP), a rentabilidade dos produtores deve seguir estimulando os investimentos e o crescimento da cultura.
Fonte: hfbrasil.org.br