Nome científico: Caryocar brasiliense Camb.
Nome popular: piqui ou pequi
Família botânica: Caryocaraceae
Árvore que atinge 10 m de altura, o piquizeiro ou pequizeiro é uma das mais importantes plantas para a alimentação do homem do campo e que cada vez mais conquista destaque nos cardápios dos restaurantes de comidas típicas da região do cerrado brasileiro. Ocorrendo em campo, cerrado, cerradão e em “murunduns” da Bahia, do Distrito Federal e de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo, é considerada também árvore ornamental, pelo formato da copa e pelo arranjo externo das suas flores alvas.
Floresce de junho a outubro e frutifica de agosto a janeiro.
Suas folhas, ricas em tanino, fornecem substância tintorial, usada pelas tecelãs (Barradas, 1971). O caule, com madeira bastante resistente, é usado como fonte de carvão siderúrgico.
As raízes prestam-se para a preparação de cavernames de pequenas embarcações.
Piqui ou pequi é palavra que se origina do tupi pyqui, onde py = casca e qui = espinho (segundo Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais, 1983), referindo-se aos espinhos do endocarpo (parte dura do caroço) do fruto .
A polpa dos frutos cozidos, usada na alimentação humana, tem grande aceitação com farinha, arroz, feijão e galinha. Tanto pode ser usada na fabricação de licores ou sabões caseiros como na alimentação de animais domésticos, ovinos e suínos. Serve também de alimento aos animais silvestres, como arara, cutia, tatu-peba e veados. Era comum a “espera” (caça) dos veados na época de floração do pequi. O gado também se alimenta desses frutos, porém torna-se problemática a ação mecânica, devido aos espinhos, não só no processo de deglutição como no de ruminação (HOEMO, 1939).
É bastante disseminada na medicina popular regional a utilização do óleo do pequi adicionado ao mel de abelha contra gripes e bronquites. Na década de 1940, o óleo do fruto era usado no preparo da “emulsão de piqui”e o “piquióleo”, para tratamento das doenças do aparelho respiratório. Além do aspecto medicinal, esse óleo é usado na alimentação e na indústria de cosméticos para fabricação de cremes e sabonetes.
Artigo científico traz informações sobre os efeitos do pequi na prevenção do câncer do fígado. Confira no link: https://www.todafruta.com.br/oleo-de-pequi-previne-aparecimento-de-cancer-no-figado/
O pequi é fruta medicinal e tem alto teor de óleo, com propriedades medicinais e alimentícias, mas é muito calórica, usada como fonte de energia, além de ser muito apreciada por seu sabor e aroma típicos. A polpa tem alto teor de carotenoides, mas não se sabe se é de vitamina A.
O teor de 3 a 5% de proteína bruta foi obtido da polpa, sendo as sementes mais ricas ainda, com 28%.
O óleo da polpa de pequi tem ácidos monoinsaturados e saturados, como o ácido palmítico, e poli-insaturados em menor proporção, o linoleico com 2%.
O fruto do pequi dura de 3 a 5 dias, quando a casca inicia o amolecimento, fase em que apresenta melhores níveis nutricionais, de proteínas, lipídios, carotenoides, licopeno e vitamina A. Os frutos normalmente são colhidos no chão.
A polpa tem ainda 30 mcg de tiamina; 463 mcg de riboflavina, 0,38 mg de niacina e apenas 12 mg de ácido ascórbico. O pericarpo tem boa concentração de pectina. Já há produtos do pequi, tais como conservas em polpa.
Minerais – Na polpa há: 14 mg de cálcio; 22 mg de fósforo; 1,0 mg de ferro; magnésio – 59 mg; potássio – 201 mg.
Vitaminas – 10 mg de vitamina A; 9-12(78) mg de vitamina C; 0,38 mg de niacina; 0,41 mg de vitamina B2.
Análise dos compostos bioativos da polpa e da amêndoa do pequi mostrou que os lipídios são os compostos mais prevalentes, com os ácidos graxos oleico e palmítico; a polpa tem alto teor de fibra alimentar e compostos fenólicos e carotenoides, associados à prevenção de processos oxidativos (LIMA et al., 2007).
A polpa tem proteínas em cerca de 3%, e a amêndoa, em 25%; lipídios – polpa – 33 g, e amêndoa – 51 g; carboidratos – polpa – 11,45 g, e amêndoa – 8,33 g; com mais fibra alimentar na polpa, com mais de 10 g, e na amêndoa, apenas 2,2 g. O pequi é comido o natural, mas seu uso mais comum é na culinária.
Fonte: DONADIO, L.C.; ZACCARO, R.P. Valor nutricional de frutas
“O pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) é uma espécie típica do Cerrado brasileiro, de ocorrência generalizada, Está fortemente associado à cultura e aos hábitos dos antigos ocupantes do Cerrado. Ribeiro et al. (1996) afirmam que o termo pequi é de origem tupi, no qual o py significa pele e qui, espinhos, em alusão aos pequenos espinhos existentes no caroço. Caryocar vem do grego, somando as palavras caryon (núcleo ou noz) e kara (cabeça), em referência ao seu fruto globoso, e brasiliense significa original do Brasil”. (NAVES, R.V. et al., 2010).
Pesquisador científico da Embrapa Cerrados dá dicas de como formar mudas de pequizeiro. Confira no link https://www.todafruta.com.br/como-se-faz-mudas-de-pequi/