O Mal-do-Panamá é uma doença que afeta alguns cultivares de banana, especialmente banana maçã e banana prata. A planta doente morre e o bananal perde a viabilidade econômica, trazendo grandes prejuízos aos produtores. Recentemente surgiram novas técnicas que estão possibilitando reduzir a incidência da doença e manter a rentabilidade do bananal.
O fungo Fusarium oxysporum é o agente causador do Mal-do-Panamá. Trata-se de um fungo de solo que está presente naturalmente na maioria dos solos e que se manifestam durante o desenvolvimento da bananeira. Na cultura da banana maçã, a doença é tão severa que a lavoura tornou-se semi perene e migratória, pois, a lavoura morre muito cedo e tem que ser plantada e outra área. No caso da banana prata, os prejuízos também são grandes, levando muitos bananais à erradicação.
Alguns fatores predispõe a planta ao Mal-do-Panamá. Solos arenosos, solos ácidos, solos com alto teor de alumínio e solos de baixa fertilidade são mais propensos à manifestação da doença nos bananais, embora, ela ocorra também em solos pesados e férteis. Adubações pesadas, especialmente com cloreto de potássio, que elevam a concentração de sais na solução do solo é outro fator de predisposição. Já a infestação de nematoides é altamente maléfica, pois, a praga causa ferimentos nas raízes, que facilitam a penetração do Mal-do-Panamá, inclusive, é possível que 100% de bananais com a doença tenham também a presença do nematoide, fato que merece atenção das empresas de pesquisa. Mudas de rizoma, oriundos de lavouras contaminadas é fator certo de disseminação.
Para manter o bananal livre do Mal-do-Panamá ou minimizar seus danos é recomendado um conjunto de medidas. Escolha de solos mais férteis, uso de mudas sadias, uso de cultivar comercial tolerante, correção de solo com calcário e gesso (quando for o caso), programa de nutrição equilibrado, uso de adubação organomineral e o uso de trichoderma aplicado mensalmente, têm possibilitado manter os bananais livres do Mal-do-Panamá, ou pelo menos, com baixa infestação da doença.
Dentre estas práticas preventivas, o uso adequado e permanente de trichoderma tem sido o diferencial para vencer a luta contra a doença e manter a rentabilidade do bananal. O trichoderma é aplicado regularmente a cada 30 dias, sendo a dose variável em função do diagnóstico geral do bananal. Na maioria dos casos é necessário aliar o trichoderma ao controle biológico dos nematoides.
Contudo, nem todo trichoderma encontrado no mercado é eficaz no controle do Mal-do-Panamá. Trata-se de um organismo vivo, que deverá ser capaz de colonizar o solo, se multiplicando. As diversas marcas comerciais se diferem por vários fatores:
a) Existem diferentes espécies de trichoderma (T. harzianum, viridae, conidae, etc.).
b) Há diferentes cepas de uma mesma espécie.
c) Há diferença na agressividade do trichoderma, de acordo com a espécie e/ou a cepa.
d) Há diferentes concentrações entre as marcas, sendo algumas até 30 vezes mais concentradas que outras.
O produtor deve ficar atento também sobre a forma que o produto é armazenado e transportado, pois, temperaturas elevadas podem matar o agente ativo.
Por fim, é preciso ter os cuidados adequados na aplicação do produto para que ele não perca sua viabilidade, como não aplicar nas horas quentes do dia e incorporar com irrigação.
Portanto, o segredo para o controle do Mal-do-Panamá em banana maça e banana prata, além dos fatores mencionados acima, passa principalmente por um programa de nutrição equilibrado, com uso de adubos organominerais e pelo uso regular de um trichoderma comprovadamente eficaz.
Autor: Antônio Lopes de Souza – Engenheiro Agrônomo pós-graduado em Fruticultura Comercial e Gestão de Empresas. Fonte: http://mundodabanana.com.br