A doença conhecida como “endurecimento dos frutos” é causada pelo vírus Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV), e desde 2014 está presente nos principais polos de produção do Paraná, com alto potencial destrutivo,podendo infectar uma lavoura inteira em apenas quatro meses.
Com base neste cenário o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) lançou um boletim técnico que mostra uma nova técnica para o cultivo de maracujá-amarelo, desenvolvida com o objetivo de viabilizar a produção em áreas onde ocorre a doença.
A recomendação é o plantio das mudas após o risco de geadas, entre a segunda quinzena de agosto e a primeira de setembro. O período de colheita ocorre entre os meses de janeiro a julho. Após a colheita, todas as plantas são eliminadas para um período de vazio sanitário, no mês de agosto. O objetivo dessa estratégia é reduzir a incidência do vírus nos primeiros meses após a implantação do pomar.
O novo modelo utiliza mudas maiores, com cerca de dois metros, que são produzidas de março a agosto em ambiente protegido (telado) para evitar a presença dos pulgões – vetores que transmitem a doença – e a consequente contaminação pelo vírus.
A utilização de mudas maiores possibilita iniciar a colheita em janeiro, e é um aspecto fundamental para a viabilidade econômica deste sistema de produção. Igualmente importante é a implantação do vazio sanitário, com a eliminação de todas as plantas ao término do ciclo da cultura, entre julho e agosto, prática que deve ser adotada por todos os produtores de uma determinada região para garantir a eficácia do novo modelo.
O boletim “Cultivo do maracujá-amarelo em áreas com ocorrência do vírus do endurecimento dos frutos (CABMV)” pode ser baixado gratuitamente aqui.
Os últimos dados, de 2017, apontam no Paraná uma área pouco superior a 1,1 mil hectares cultivados com maracujá-amarelo, com uma produção de 20,4 mil toneladas. Essa produção é destinada ao consumo in natura, culinária e, ainda, para a fabricação de polpa, suco e indústria farmacêutica e de cosméticos. A cultura é uma importante complementação de renda especialmente para agricultores familiares.
Fonte: AGROLINK – Eliza Maliszewski