Foto: Paulo Lanzetta
Uma fruta presente no Brasil desde 1870, a noz pecã foi trazida por imigrantes americanos para o interior de São Paulo, mas encontrou no Rio Grande do Sul a expansão para o seu plantio. Entre as décadas de 1960 e 1970, a cultura recebeu incentivo para florestamentos e reflorestamentos e teve seu primeiro grande ciclo de produção. Agora a cultura se encontra em seu segundo ciclo, dessa vez para atender a demanda do mercado. O consumo cada vez maior de frutas secas faz o preço aumentar, incentivando os produtores a implantar pomares em sua propriedade.
A falta de experiência e de informação ainda são obstáculos para os produtores que pretendem fazer um pomar comercial em sua propriedade. A pecaneira é uma planta perene, que pode ser explorada economicamente por mais de 100 anos, por isso as escolhas de local e cultivares são essenciais. E na hora de fazer essas escolhas, surge uma série de mitos que podem deixar o produtor confuso:
O pomar de pecã deve ser feito em solo úmido – Mito. Muitas pecaneiras são encontradas em beira de rios, e por isso, acredita-se que a umidade é necessária para o desenvolvimento da planta. “A pecaneira necessita de um solo seco e bem drenado para se desenvolver, ela não suporta o encharcamento”, afirma o pesquisador Carlos Martins.
A cultura não se adapta ao clima quente – Mito. A pesquisa tem encontrado áreas com pecã com até 100 horas de frio. “O manejo tem que ser diferenciado em relação a outras regiões”, afirma o pesquisador.
Para fazer um pomar de pecã é necessário de uma grande área – Mito. Existem pomares comerciais de 0,4 a 800 hectares, a diferença vai ser no manejo de cada pomar.
É possível integrar o pomar com lavoura ou pecuária – Verdade. Esse é um dos principais diferenciais e o motivo principal que leva muitos produtores investirem na pecã. É possível na mesma área do pomar integrar com bovinos, equinos, ovinos e até mesmo em pequena escala com frangos.
É necessário plantar mais de uma cultivar no mesmo pomar – Verdade. Os pomares comerciais que a pesquisa da Embrapa está recomendando, normalmente se utilizam de duas a quatro cultivares de pecã; destas, duas podem ser as principais e as demais polinizadoras.
Fonte: Embrapa – 17/04/19 | Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
Colaboração de Catarine Thiel
Embrapa Clima Temperado
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