O mirtilo, também chamado de blueberry, é nativo da América do Norte, mas se adaptou muito bem à região Sul do Brasil, sendo cultivado por pequenos produtores em Santa Catarina. De acordo com cálculos da Secretaria da Agricultura do estado, os pomares ocupam 30 hectares e, na época da colheita, em 2017, foram produzidas mais de 77 toneladas. As maiores produções se concentram nas regiões da Serra e no Oeste, mais precisamente no município de Itá, graças ao microclima único na região, em razão da presença do lago de uma usina hidrelétrica.
O engenheiro agrônomo Lindomar Pritsch, explica: “A água, sendo uma substância que equilibra, absorve muita energia para mudar o seu estado, para aumentar ou diminuir o calor. Isso acabou resultando em uma amplitude térmica um pouco maior na região de Itá. Ou seja, temos um grau a mais nas temperaturas mínima e máxima, e essa diferença parece ter influenciado significativamente no resultado do mirtilo”.
Conforme ressalta Milvo Zancanaro, maior produtor do estado, o interesse pelo mirtilo tem aumentado muito: “O consumo, ano a ano, vem crescendo acima dos 25%”, acrescentando que recebe em torno de R$ 65,00 por uma embalagem com pouco mais de 1 kg da fruta. Os maiores compradores são empresas que fabricam de tudo, até cosméticos, pois calcula-se que haja cerca de 45 produtos derivados da fruta. Porém, o forte mesmo são os pratos à base do mirtilo. E turistas de várias regiões brasileiras vão a Itá para comprar o mirtilo.
Fonte: Globo Rural (4 de novembro de 2018)