Nomes populares: Mirtilo, uva-do-monte; blueberry, nos EUA e no Canadá; arandano, nos países de língua espanhola da América Latina, como Argentina e Chile, onde é cultivado.
Família botânica: Ericaceae
Origem: É uma planta nativa da América do Norte, desde o Sul dos Estados Unidos até o Leste do Canadá.
Características gerais: É uma planta arbustiva, de folhagem decídua no inverno, com a produção ocorrendo no ramo do ano, recomendando-se, assim, a poda de inverno, nos ramos dos anos anteriores. Folhas: são cartáceas, glabras. Flores: são completas, numerosas de coloração brancas a levemente rosadas, abundantes, consideradas uma importante fonte de néctar e pólen para as abelhas, o beija-flor e os demais visitantes florais. Frutos: são do tipo baga, de sabor doce-ácido a ácido, de cor intensa azul-arroxeada. Apresentam significativo valor de mercado, devido ao sabor exótico, seu valor econômico e suas propriedades medicinais.
Clima e solo: Aprecia o clima temperado, com frio invernal, necessitando de temperaturas médias anuais de pelo menos 15°C. Resistente à geada ou à neve. No Brasil só é possível cultivar esta espécie nas regiões serranas do Sul do Brasil. Prefere solo fértil, com pH ácido (de 4,8 a 5,5), drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Depois de bem estabelecido, o mirtilo é capaz de tolerar curtos períodos de estiagem.
Usos: Os frutos são consumidos in natura e, usados em sucos, geleias e iogurtes. Suas folhas podem ser consumidas na forma de salada ou chá. O mirtilo é uma das frutas frescas mais ricas em antioxidantes já estudadas. Tem um conteúdo particularmente elevado de polifenóis tanto na casca quanto na polpa, que lhe conferem funções de proteção sobre as paredes das células. Esse benefício é atribuído aos compostos naturais encontrados no fruto, principalmente às antocianinas, que são pigmentos responsáveis por alto poder antioxidante, capazes de desempenhar importantes funções biológicas, como a prevenção de diversas doenças.
Curiosidades: O nome de gênero Vaccinium significa “vaca” em latim, uma vez que o animal aprecia consumir a planta. Durante a Segunda Guerra Mundial, doses de mirtilo eram adicionadas à alimentação de pilotos da Real Força Aérea Britânica, para melhorar e apurar sua visão durante os combates.
Propagação: A principal forma de propagação do mirtilo é por meio de estacas lenhosas ou semilenhosas.
Variedades: Cultivares como Delite e Powder Blue podem ser cultivados sem maiores problemas.
Foto 1. Frutos de mirtilo (à direita).
Foto 2. Mirtilo (à esquerda) em embalagem vendida em mercado em São Paulo; à direita, groselha.
Fonte: DONADIO, L.C. Dicionário das Frutas; Livro Frutas Exóticas (Funep, FCAV/Unesp).
Vitaminas – Tem 0,04 mcg de riboflavina (B2); 0,42 mcg de niacina (B3); vitamina A – 54 UI; vitamina B1, 10 mg; de vitamina C – 10-60 mg; vitamina K, 19 mg.
Minerais – Potássio 77-112 mg; cálcio – 6-12 mg; fósforo – 12-47 mg; magnésio – 6-8 mg; ferro – 0,3-0,6 mg; selênio – 19 mg.
Tem efeitos medicinais. Contém ácido fólico – 6 mg; ácido pantotênico – 0,1 mg; luteína e zeaxantina – 80 mg.
A qualidade do mirtilo pode variar muito, dependendo da polinização. Mostrou-se que pode chegar até a 14 oBrix, com polinizador adequado, e o número de sementes também varia com o polinizador, indo de 20 a 80 por fruto. O mirtilo ainda é pouco conhecido e consumido no Brasil, sendo comercializado como fruta exótica e de alto valor.
Outros compostos presentes no mirtilo são os taninos, pectinas e antocianinas, estas entre 300 a 725 mg.
Fonte: DONADIO, L.C.; ZACCARO, R.P. Valor nutricional de frutas.
“Estudos epidemiológicos mostram evidências de que o consumo de frutas de coloração intensa, como o mirtilo, está correlacionado à prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, devido à presença de compostos bioativos como as antocianinas, o resveratrol, o ácido elágico, as vitaminas e os minerais, além de ser pobre em calorias. Alguns estudos in vivo mostram que o consumo de mirtilo leva à proteção do cérebro contra danos isquêmicos; melhora a memória; retarda o declínio cognitivo associado ao envelhecimento; protege o coração; reduz a hipertensão, e induz a saciedade, favorecendo a perda de peso. O consumo diário recomendado para pequenas frutas é de ½ copo”. (Dra. MÁRCIA VIZZOTTO, CPACT, Embrapa).