Nome científico: Momordica spp (há cerca de 40 espécies)
Nomes populares: melão-de-são-caetano, melãozinho, melão amargo; bitter melon, em inglês; e, em japonês, niga uri, nigagori ou goya (este último em Okinawa)
Família botânica: Cucurbitaceae
O melão-de-são-caetano ou melãozinho é de origem asiática. É um cipó herbáceo muito comum em cercas e entulhos de terrenos abandonados, havendo cerca de 40 espécies identificadas.
Foi trazido da África ao Brasil pelos escravos, que usavam o seu chá em banhos para facilitar o parto e para baixar febres. A denominação melão-de-são-caetano se deve aos escravos que se estabeleceram na região das minas auríferas e o plantaram ao redor de uma capelinha em Mariana, MG, cujo padroeiro era São Caetano.
Seu fruto cor de ouro com espinhos moles na superfície se abre espontaneamente em três partes, quando maduro. Aí mostra suas sementes vermelhas comestíveis, que se destacam tanto pela beleza quanto pelo sabor suave, muito apreciado pelas crianças.
Seus frutos, dependendo da cultivar, variam muito em tamanho, forma e textura externa, e são normalmente consumidos quando ainda imaturos, cozidos ou como picles. Quando maduros, os frutos se tornam mais amargos e se abrem, porém a polpa que envolve as sementes é doce e pode ser consumida crua. Tanto as folhas jovens quanto as pontas dos ramos podem ser consumidas. O melãozinho também é usado para fins medicinais.
Atribui-se à infusão dos frutos maduros a propriedade medicinas de curar hemorroidas.
As folhas da planta eram usadas pelas lavadeiras para clarear roupas.
No Brasil, os frutos são consumidos principalmente pela comunidade nipo-brasileira. São colhidos e vendidos verdes em feiras livres na cidade de São Paulo onde se concentram estas comunidades, sendo encontrados também em alguns restaurantes japoneses mais tradicionais.
O plantio do melãozinho ou melão-de-são-caetano pode ser feito em vasos de 5 litros ou jardineiras, sendo a planta pouco suscetível a pragas.
Clima: pode ser cultivado em regiões tropicais ou subtropicais. O ideal é um clima quente e úmido, sem baixas temperaturas.
Luminosidade: necessita de alta luminosidade, preferencialmente com luz solar direta, mas tolera sombra parcial.
Solo: a planta cresce bem em solo fértil, bem drenado, rico em matéria orgânica e com pH entre 5,5 e 6,7.
Irrigação: o solo deve ser mantido sempre úmido, mas não encharcado.
Propagação: é feita por meio de sementes, que podem ser colocadas para germinar em um recipiente com papel toalha mantido umedecido. A germinação ocorre em aproximadamente duas semanas. Se semeadas diretamente no solo, o tempo de germinação pode chegar a um mês.
Mudas: podem ser produzidas no local definitivo ou, preferencialmente, em pequenos vasos, copos feitos de papel jornal, saquinhos apropriados para mudas ou outros recipientes. O transplante das mudas para o local definitivo deve ser feito quando atingirem de 10 a 15 cm de altura.
Tratos culturais: embora possa ser cultivado sem suportes, o cultivo rasteiro impõe dificuldades para a colheita dos frutos, que, além disso, podem apodrecer com facilidade em contato com o solo. O ideal é que sejam instalados suportes para a planta utilizar, como estacas, caramanchões, cercas, muros ou paredes, desde que tenham algo onde as gavinhas possam se prender, já que se trata de trepadeira.
Poda: a ponta do ramo principal pode ser cortada para induzir uma maior ramificação da planta. Isso é feito quando surgem as primeiras flores.
Polinização: a floração ocorre 40 a 50 dias após o plantio. A presença de insetos polinizadores, principalmente abelhas, é necessária para polinizá-las e possibilitar a formação dos frutos. A planta apresenta flores masculinas e flores femininas, e se não houver insetos polinizadores na área, a polinização manual pode ser feita com a ajuda de um pequeno pincel de cerdas macias ou colhendo e usando as próprias flores masculinas para polinizar as flores femininas. Os frutos em geral se mostram bastante desenvolvidos 10 dias após a polinização.
Colheita: geralmente começa de dois a quatro meses após o plantio. Os frutos podem ser colhidos imaturos ou maduros. Frutos maduros se abrem e expõem as sementes envolvidas em uma polpa vermelha. Neste caso apenas a polpa vermelha é consumida. Frutos imaturos são colhidos ainda totalmente verdes ou quando começam a mudar de coloração. Estes podem ser preparados em vários tipos de receitas ou utilizados para fazer picles.