Nome científico: Cereus jamacaru DC; C. peruvianus (L.) Miller (koubo)
Nomes populares: jamacaru, mandacaru-de-boi, cardeiro, cumbeba, koubo, princesa-da-noite (ornamental); mandacaru em tupi é omãdaka ru, que significa espinhos agrupados danosos. Outra espécie citada é a C. hildmannianus K. Schum., mutação do mandacaru, nativo na região litorânea do RN e CE.
Família botânica: Cactaceae
Distribuição geográfica e habitat: é uma cactácea nativa do Brasil, da floresta estacional semidecídua, adaptada às condições climáticas do Semiárido e das caatingas e dos cerrados. Conhecida também como Koubo em Israel, de material provindo da Califórnia. A espécie do koubo pode ser nativa no Peru.
A planta é um cacto de porte alto, ereto, colunar, no início simples e depois ramificado, com altura entre 5 e 12 m, ou menor, dependendo da região, como no cerrado, onde é menor. Possui um formato que pode lembrar um candelabro. Não tem folhas, ou modificadas para espinhos, mas os ramos são verde-escuros, com diâmetro ao redor de 15 cm, com 6 costelas agudas, com 5 cm de altura e 1 cm de espessura, com ápice arredondado, aréolas lanosas, com ou sem espinhos. A planta espinhenta sobrevive às secas devido à sua grande capacidade de captação e retenção de água. No koubo há tipos com e sem espinhos. As flores são brancas, solitárias, em forma de um funil, saem das aréolas, são noturnas, com cerca de 10 a 12 cm de comprimento. O koubo tem flor autoincompatível, com tipos autocompatíveis, de hábito noturno e com abertura durante apenas uma noite. Ocorrem no período quente, de junho a outubro, em Israel. O fruto é ovoide, carnoso, elipsoide, amarelo-violáceo, quando maduro, deiscente, por 3 fendas longitudinais. É uma baga, oblonga, com 6 a 8 cm, com casca grossa, vermelha, lisa e brilhante. A polpa é branca, com muitas sementes, pequenas, negras e brilhantes. O koubo é um fruto semelhante ao mandacaru, que demora cerca de 45-50 dias para desenvolver e ser colhido, em Israel.
Clima e solo: como nativo de áreas de clima semiárido ou do cerrado, adapta-se bem em locais de altas temperaturas e secas, com longos períodos sem chuvas. Suas raízes têm capacidade de retirar a água do lençol freático. Em Israel, o koubo não suporta temperatura de -6ºC, por algum tempo e há tipos que sofrem com temperaturas de –2ºC. Suporta vários tipos de solo, inclusive os pobres e rasos.
A polpa do fruto é comestível, inclusive as sementes, bem como os ramos novos, após retirada dos espinhos, principalmente para animais em época de seca, devido seu alto conteúdo de proteínas, com mais de 11%. O koubo deve ser colhido quando já inicia a mudança de cor, para não rachar na planta e pode ser conservado a 10ºC entre duas semanas a um mês. Os açúcares principais são a glucose e a frutose, com níveis baixos, e ácido málico, além do cítrico, oxálico e succínico. Tem um odor típico, devido ao linalol. A cor do fruto muda de verde, antes de amadurecer, para violeta e depois vermelho, em certos tipos. É um fruto não climatérico. O mandacaru é importante para a restauração de solos degradados, serve como cerca natural e alimento para os animais, Em Israel, foram desenvolvidos produtos do koubo, tais como geleias, licores e liofilizados, além de poder ser usado na medicina, por sua mucilagem conter polissacarídeos, como arabinogalactana, com efeito antiúlcera. É usado também em cosméticos.
Curiosidade: o nome mandacaru é de origem tupi, significando “árvore ou fruta de espinheiro que se come”