(Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe – Anba – fevereiro/2017)
Dentro de alguns dias, o primeiro lote de maçãs da safra brasileira 2017, cuja colheita começou nas últimas semanas, partirá para o exterior. O destino dessa carga inaugural serão os Emirados Árabes Unidos, um dos mercados do Oriente Médio para onde o Brasil exporta a fruta todos os anos. A região já chegou a responder por 10% do total dos embarques da fruta produzida no País, segundo Moisés Albuquerque, diretor executivo da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM). “Arábia Saudita, Emirados Árabes, Kuwait e Omã são alguns dos principais destinos entre os árabes”, conta o executivo.
A ABPM não faz projeções de embarques por país, mas estima que de 70 a 100 mil toneladas de maçã serão exportadas este ano. Este volume representa a média de envios em um ano de safra boa, algo que o Brasil não tem há pelo menos dois anos. “Em 2015 e 2016 houve quebra de produção por causa de fatores climáticos”, conta Albuquerque. Segundo o diretor da ABPM, a produção de maçã exige estações do ano bem definidas: frio no inverno, primavera com poucas chuvas e verão chuvoso, mas sem exagero. “Quando chove pouco, é menos catastrófico. Quando chove muito, é bem ruim”, diz.
Como no ano passado o inverno foi bem intenso, a primavera teve pouca umidade e o verão teve chuvas “na medida”, a expectativa é de uma boa safra neste ano. Albuquerque estima retorno aos níveis históricos, com 1,1 milhão de toneladas de maçãs produzidas. “Com uma qualidade excelente. O verão teve madrugadas frias, o que ajuda na pigmentação da fruta: teremos maçãs bem vermelhinhas”, conta o executivo.
O fato é um alívio para quem passou por dificuldades nos últimos anos. A safra passada, por exemplo, gerou apenas 830 mil toneladas de maçãs, muito por conta de geadas tardias, que impediram o aparecimento da primeira flor – e geraram frutos de menor calibre. As exportações também sofreram: giraram em torno de 30 mil toneladas, cerca de 20% do recorde de 150 mil toneladas de maçãs exportadas em um mesmo ano.
Historicamente a produção nacional de maçãs abastece o mercado doméstico. Segundo Albuquerque, a fruta é uma das mais consumidas pelos brasileiros, só atrás de laranja e banana. As regiões de São Joaquim (SC), Fraiburgo (SC) e Vacaria (RS) sediam 89% das áreas de plantação da fruta – a porcentagem de fornecimento por tonelada nestas regiões é maior, pois são produzidos frutos mais robustos.
A União Europeia é o principal destino dos embarques, embora o país que mais importa maçãs brasileiras esteja na Ásia: Bangladesh foi o principal cliente nos últimos dois anos. Além da maçã natural, o Brasil exporta também o suco da fruta concentrado. Mas, segundo a ABPM, há envios apenas para os Estados Unidos.