Nome científico: Pouteria lucuma Ruiz & Pavon
Nome popular: Lucuma
Família: Sapotaceae
Origem e dispersão: Nativa das partes mais baixas das montanhas do Equador e do Peru é tipicamente subtropical. É distribuída em vários países como o Chile, Bolívia, Colômbia, até a Costa Rica. Pensa-se que esta espécie de árvore era já usada pelos índios ameríndios, tendo sido adotada nos vales interandinos do Peru, desde o VIII milénio AC. O apogeu do seu cultivo terá sido no século II AC, com cultura de irrigação e cultura intensiva. Era, pois, parte integrante da dieta dos habitantes do vale. Os europeus só conheceram a lúcuma, no Equador, no ano de 1531, quando o seu cultivo ia dos vales peruanos aos vales do Chile. Na atualidade, é cultivada na Bolívia, na Costa Rica, no Chile e no Peru, onde encontra temperaturas entre os 20 e os 22 °C, sem geadas, com solo arenoso, de boa drenagem, rico de nutrientes e de pH neutro. É resistente à salinidade e à alcalinidade.
Características gerais: Árvore perene, atingindo em média até 15 metros de altura, com copa luxuriante de forma esférica, com as folhas nos ramos tenros, possuindo estas uma forma elíptica, de base achatada. Foi uma das frutas cultivadas na antiguidade como o milho e a goiaba, na cultura dos indígenas mochicas e incas. Tronco: reto e cilíndrico. Flores: são pequenas, de cor amarela ou esverdeada, hermafroditas, solitárias ou em racemos de dois ou três, axilares, com forma tubular. O fruto demora cerca de nove meses a amadurecer, desde a fertilização da flor, com 5 a 7 sépalas velosas, sempre unidas ao ponto de inserção do pecíolo no fruto. Fruto: tem uma aparência oblonga, habitualmente com um ápice cônico arredondado, recoberto por uma casca delgada de cor verde brilhante que se torna parda na maturidade. O fruto pode atingir os 15 centímetros nas variedades cultivares, com cerca de 200 gramas. Maduro, o fruto apresenta uma polpa amarelada ou laranjada, seca a amilácea e é extremamente doce. O período ideal para o consumo da fruta é quando já se encontra muito madura, até vários dias após a sua queda da árvore. Como cuidados de conservação, há que a conservar envolvida em palha ou material parecido durante essa fase. O seu paladar lembra o xarope. É utilizada cozida em doces, tortas e sorvetes, assim como em outras sobremesas. É raro o seu consumo crua, atendendo à peculiaridade do seu paladar. Com alto concentração de amido, pode secar-se a sua polpa, pois a sua farinha é durável, não perecível, doce e nutritiva, com ferro, betacaroteno e niacina. O seu congelamento pode acontecer por longo período de tempo. As suas sementes são ovais e achatadas, com cor parda escura, apresentando um fio esbranquiçado lateral.
Clima e solo: Seu habitat natural é em altitudes entre 1.000 e 3.000 m e temperatura inferior a 5oC. Pode ser cultivada até 1.200 m de altitude ou até em locais mais altos, em climas tropicais. A lúcuma não requer irrigação contínua, suportando períodos de seca e períodos muito úmidos. Contudo, não é resistente a inundações, do mesmo modo que não tolera temperaturas muito altas. Prefere solo arenoso, de boa drenagem, rico de nutrientes e de pH neutro. É resistente à salinidade e à alcalinidade.
Propagação: Pode ser propagada por semente, mas há muita variação. Por isso, o mais recomendado é a propagação vegetativa, sendo, entretanto, um pouco difícil a enxertia. No Chile, tem sido assim propagada com escolha de melhores plantas.
Utilização: Pode ser consumida ao natural e também processada em bolos, pão e pudins, pois é rica em caroteno, niacina e carboidratos. A madeira pode ser usada para a fabricação de móveis. No Peru, a lúcuma é consumida com leite como um suco, em sorvetes, ao natural e processada como farinha, doces, tortas e sorvete. É um fruto simbólico da cultura peruana, tem bom conteúdo de carboidratos, minerais e vitaminas e é também utilizado na medicina caseira.
Foto 1. Frutos típicos de lúcuma, com suas sementes e polpa.
Foto 2. Frutos de lúcuma.
Fontes: Livro Frutas Exóticas (Funep, FCAV/Unesp); DONADIO, L.C.; ZACCARO, R.P. Valor nutricional de frutas.
Os açúcares da lúcuma são glucose, frutose, sucrose e inositol, com aumento de glucose (8,4 %) e frutose (4,7 %) com a maturidade do fruto.
Os ácidos são orgânicos, cítrico e succínico. Contém amido, fibras, antioxidantes, e usada também na medicina popular.
Minerais – 92 mg de cálcio; 186 mg de fósforo.
Vitaminas – Rica em caroteno – 2,3 g, ou 353 UI e niacina – 19,6 mcg; B1 – 0,01 mcg; B2 – 0,24 mcg.
“A lúcuma é conhecida pelo seu aroma delicado e usada em panificação, cremes, milk shakes, bolos e tortas. O fruto é muito bem aceito nos mercados chileno e peruano, mas pouco conhecido em outros locais. O fruto também é utilizado ao natural e para fazer uma farinha. Outros nomes da lucuma são lucmo, lucumo, rucma e mamon” (LISANA, L.A., Professor da Universidade do Chile.Artigo no livro Fruits of Tropical and Subtropical Origin).