Nome científico: Solanum paniculatum. Obs.: essa espécie tem quatro sinônimos reconhecidos: Solanum chloroleucum Dunal; Solanum jubeba Vell; Solanum macronema Sendtn; e Solanum manoelii Moric.
Nomes populares: jurubeba, jurideba e jupeba
Família botânica: Solanaceae
Características gerais da jurubeba
É uma planta medicinal de sabor amargo, comum em quase todo o Brasil. Não deve ser confundida com outra solanácea, Solanum grandiflorum, conhecida popularmente como lobeira, fruta-de-lobo-doce, jurubebão, jiló e guarambá arbóreo.
A Solanum paniculatum é um arbusto de caule espinhoso, folhas cordiformes, sinuosas e angulosas, lisas na parte superior e peludas na parte inferior.
Flores: são terminais, dispostas em panículas.
Fruto: é uma baga esférica de cor verde clara. Sua textura é dura e nervosa e suas fibras são pequenas.
A casca que reveste o caule é escura e sua espessura varia de acordo com a idade da planta.
Todas as partes da planta são amargas.
Pison e George Marcgraf distinguiram a S. paniculatum em macho e fêmea. Ambas produzem frutos. O macho é menor, tem as folhas menores e não muito sinuosas, a fêmea é mais alta, bastante espinhosa, com folhas maiores e cobertas de pelo na parte inferior e com flores também iguais, porém mais nítidas.
Fonte: Wikipedia
Artigo assinado por Alice Branco, publicado em 17/8/2017 no site greenme, traz informações adicionais sobre a jurubeba, conforme segue:
“JURUBEBA – BENEFÍCIOS E CONTRAINDICAÇÕES DESSA PLANTA MEDICINAL BRASILEIRA”
Falou em jurubeba a gente lembra de fígado doente – e está certo! A jurubeba é uma planta amarga, hepatoprotetora, aperitiva e digestiva muito conhecida, e usada, em todo o nosso território.
Aqui estou falando da jurubeba-verdadeira, a Solanum paniculatum. É preciso ter atenção com as plantas dessa família, as solanáceas, pois, apesar de muitas serem alimentícias e medicinais, muitas também são venenosas, mortais (folha de tomate, folha de batata, trombeteiras, tabaco, só para citar algumas mais conhecidas). Como são da mesma família têm “parecenças”, certo? Solanum paniculatum é essa da foto:
No caso das jurubebas, não confunda a Solanum paniculatum com:
– Solanum grandiflorum ou a Solanum lycocarpum, plantas do mesmo gênero e, de certa maneira parecidas, mas diferentes. A Solanum paniculatum é boa para o ser humano; as outras duas são boas para o lobo-guará, por isso também se chamam fruta-de-lobo, guarambá ou lobeira.
– Solanum variabile, que tem menos espinhos, flor branca e é conhecida como jurubeba-falsa ou jurubeba-velame. O uso medicinal da jurubeba-velame pode até ser bom, mas não estamos falando dela aqui; portanto, não confunda as plantas.
– Solanum fastigiatum, também chamada de velame ou jurubeba-do-sul, bastante tóxica para animais (não duvide de que é tóxica para você também).
A jurubeba da qual falamos aqui, boa para o fígado, para a pele e com muitos outros benefícios, é uma arbustiva, espinhuda, espontânea no solo brasileiro, invasora de cultivos, com folhas novas com o formato de coração que, mais tarde, se dividem em lóbulos.
Jurubeba que se preze tem espinhos na folha, de ambos os lados, e nos ramos também. Os frutos, redondinhos, em cachos, ficam amarelos quando maduros e não ultrapassam 2 cm de diâmetro. Para não se enganar, identifique bem a planta antes de fazer o chá ou comer os frutos, está bem? Lembre-se de que as solanáceas são tóxicas.
O uso medicinal da jurubeba é muito antigo. A garrafada ou pinga temperada com os frutos, para abrir o apetite, tratar do fígado, febres e depurar o sangue é obrigatória no sertão. Também se usa fazer o chá das folhas, bem-vindo quando o fígado sofre por sobrecarga de comida ou bebida.
Segundo o site plantamed, especializado em fitoterapia, a jurubeba apresenta as seguintes propriedades medicinais: aperiente, anti-inflamatória, carminativa, cicatrizante, colagoga, depurativo do sangue, descongestionante, desobstruente do fígado e do baço, digestiva, diurética, emenagoga, estimulante, estomáquica, febrífuga, hepatoprotetora, hepatotônica, laxante, tônica.
Raízes e frutos são antidiabéticos, aperientes, desobstruentes, colagogos, antianêmicos, diuréticos, febrífugos, anti-hidrópicos, antidispépticos, amargos e tônicos.
As indicações da jurubeba e seus preparados, na medicina popular têm a ver com os tratamentos aos seguintes problemas de saúde: abcessos internos, acidez da secreção gástrica, anemia ferropriva, anorexia, atonia gástrica, azia, bronquite, catarro na bexiga, cicatrização de mucosa, cistite, contusão, debilidade, diabete, dispepsia, ingurgitamento do fígado e do baço, erisipela, febre intermitente, feridas, gastrite e úlcera péptica, gripe, hepatite, hepatoesplenomegalia, hepatopatia crônica, icterícia, impaludismo, inapetência, malária, náusea, síndrome pós-hepatite, tosse, tumores abdominais e uterinos, úlcera. Também é indicada, tradicionalmente, para tratar anemias, como tônica e descongestionante.
Há diferenças nos resultados se você for usar as folhas, os caules, a raiz ou os frutos. Todos têm valor medicinal, mas a maneira de se preparar cada um e potencializar a cura é diferente.
Chá de folhas, frutos ou flores: ferva 1 litro de água e junte 2 colheres de sopa da erva picada. Abafe, coe e tome até 3 xícaras ao dia para tratar problemas de fígado, febres e debilidade do organismo.
Suco de frutos e raízes: indicado para tratar cistite, anemia, tumores, abcessos internos. Com mel de abelhas terá ação diurética e será bom para bronquite e tosse.
Cataplasmas das folhas: indicadas para tratar feridas e úlceras (uso externo), para lavar feridas, ulcerações, tumores. Em caso de erisipela, use o suco ou a infusão das folhas.
Decocção das raízes: boa para diabetes, prisão de ventre, dispepsias, baço inflamado. Macere folhas e frutos verdes em água fria, esprema e use como tintura ou, em vinho branco, e tome pequenas doses
Como tudo, a jurubeba tem contraindicação no abuso. Não se deve usá-la por mais de uma semana, sem interromper o uso por igual período, pelo menos, sob risco de provocar intoxicação, por acúmulo de seus alcaloides e esteroides no organismo.
Os sinais de intoxicação são os seguintes: diarreia, duodenite erosiva, elevação das enzimas hepáticas, gastrite, náuseas, sintomas neurológicos, vômitos.