19/06/2012 – Gazeta Digital
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) a cultura do abacaxizeiro vem crescendo no mundo. Em 10 anos (1998 a 2008) a área plantada aumentou em 30%. No Brasil este aumento foi de apenas 13%, sendo que em Mato Grosso foi maior ainda, cerca de 161% neste mesmo período, passando de 856 hectares em 1998 para 2.235 ha em 2008, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010). Contudo, apesar deste aumento na área plantada, a produtividade da cultura do abacaxizeiro no Estado (24.650 frutos por um hectare) continua abaixo da média nacional, que é de 24.820 frutos por 1 ha.
Com o objetivo de beneficiar aqueles que cultivam e os que pretendem ingressar na produção da fruta, e implementa a produção e industrialização no Estado, pesquisadores da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) estão trabalhando no desenvolvimento de novas variedades. No Campus da Unemat de Tangará da Serra vários trabalhos estão em andamento para o desenvolvimento da fruticultura, com destaque para o abacaxi. Em uma dessas pesquisas, iniciada em agosto de 2010 com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) está sendo trabalhado o projeto: Caracterização e Conservação de Recursos Genéticos e Identificação de Fontes de Resistência à Fusariose do Abacaxizeiro no Estado de Mato Grosso.
O objetivo, segundo o coordenador, professor doutor Willian Krause, é conseguir o melhoramento genético da fruta, com tamanhos maiores, mais resistência às doenças, com sabor que agrade mais o paladar, tendo pouca acidez e uma coloração mais clara. De acordo com Krause, o programa ainda está em fase inicial, ou seja, na formação de um banco de germoplasma de abacaxi, bem como a sua caracterização morfológica, molecular e em relação a resistência genética ao fusarium guttiforme. Já na segunda etapa serão iniciados os cruzamentos e a avaliação das progênies para a seleção. Em relação às variedades testadas, foram feitas coletas de materiais em todo o Estado, totalizando cerca de 20 amostras. Até o momento identificamos que a grande maioria é da cultivar Pérola, mas há também iniciativas com as cultivares Vitória, IAC Fantástico, Imperial, Smooth cayenne, explica o pesquisador. Ele diz ainda que o programa de melhoramento genético da cultura do abacaxi visa obter cultivares adaptadas as condições edafoclimáticas do Estado de Mato Grosso. Com tecnologia e cultivar adequada, todas as regiões podem ser cultivadas. Os locais atualmente que possuem a maior área plantada é na região de Tangará da Serra, até mesmo pelo incentivo propiciado pela presença da indústria Tropical polpa de frutas, instalado no município. Hoje, as cultivares atualmente disponíveis no mercado foram desenvolvidas em São Paulo, Bahia e Espírito Santo.
Autor: Wisley Tomaz