Nome científico: Inga marginata Will
Nomes populares: ingá-feijão, ingá-dedo, ingá-mirim.
Família botânica: Fabaceae-Minosoideae
Distribuição geográfica e habitat: Brasil, Bolívia, Argentina, Colômbia, Costa Rica e Equador. No Brasil é disperso em toda a região Amazônica, com maior ocorrência na região do rio Negro. Ocorre na Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta de Terra Firme, Floresta de Várzea e colonizando áreas antrópicas, desde 5 a 1.000 metros de altitude no Paraná. Fora do Brasil, pode atingir até 1.800 metros na Bolívia.
É árvore perene, semidecídua e copa ampla, com 3 a 12 m de altura, ramos cilíndricos a levemente angulosos, glabros ou glabrescentes quando jovens, tornando-se glabros quando maduros, densa ou esparsamente lenticelados.
Tronco: geralmente reto e curto. A casca é áspera e de coloração marrom-escura, cilíndrico.
Folhas: são pinadas, com 3 pares de folíolos, elípticos, de tamanhos diferentes, com pecíolo alado e glândulas.
Flores: são tubulosas, com 10 cm de comprimento e com corola branca e revestida por pelos seríceos. Produz flores em picos de florações ao longo do ano, sem períodos definidos de floração, as flores são bastante aromáticas e atrativas para os insetos, principalmente abelhas, moscas e lepidópteros.
Frutos: são vagens arqueadas, com até 35 cm de comprimento, secção transversal retangular e cerca de 5 cm de largura, com bastante polpa de cor branca envolvendo as sementes. Os frutos são pequenos legumes indeiscentes de coloração levemente amarelada quando maduros e pequenas constrições nas sementes. São consumidos por aves e mamíferos, que se alimentam da sarcotesta adocicada e dispersam as sementes. Os frutos são saborosos, porém a sarcotesta ocorre em pequena quantidade.
Clima e solo: a árvore pode ser encontrada em temperaturas entre 10,7 a 28,2°C, com chuvas uniformemente distribuídas na região Sul e, de pequenas a moderadas nas demais regiões. O regime de precipitação pluvial média anual que tolera varia de 950 mm, em Minas Gerais, a 3.000 mm, no Pará. Suporta geadas. Ocorre preferencialmente em capoeiras e capoeirões situados em solos úmidos. É também comum na orla de florestas e margens de rios.
Propagação: por sementes, devendo ser semeada assim que colhida. Porcentagem de germinação: alta. Emergência: entre 7 e 12 dias. Tempo para a produção das mudas: 4 a 5 meses. Sementes/kg: 680 unidades.
A polpa adocicada de sabor mediano é consumida ao natural. Na medicina popular os frutos são usados para o tratamento de úlceras vaginais.
A casca contém de 10 a 15% de tanino. O decocto da casca é adstringente e hemostático.
É produtora de néctar e pólen.
É uma bela árvore, não muito grande, de folhagem densa e floradas exuberantes, muito perfumadas, sendo indicada para a arborização de ruas e parques. Por atrair animais durante a frutificação, auxilia na recuperação de solos pobres e, por suportar encharcamento, é indicada para plantio em áreas degradadas.
Curiosidades: é polinizada principalmente por abelhas, mariposas e beija-flores. A dispersão ocorre por zoocoria, com destaque para morcegos, Artibeus lituratus, macaco-bugio, Alouatta guariba, e pássaros.
Fonte: LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Vol. 2, 3. Ed. Nova Odessa, SP; Instituto Plantarum, 2009. 384 p.
CARVALHO, P. H. R. Espécies Arbóreas Brasileiras, Vol. 2, 2006. 627 p.