(Entrevista publicada originalmente em julho de 2013 e republicada em fevereiro de 2017 – TodaFruta)
A propósito da entrevista a seguir, o Prof. Dr. Carlos Ruggiero comenta: “Aproveitando nossa participação no exame de defesa de dissertação de mestrado, realizado em 22 de fevereiro de 2013, do Engº Agrº Rafael Roveri Sabião, aluno do curso de pós-graduação em Agronomia na área de Produção Vegetal, julgamos importante realizar uma proveitosa entrevista, que deixamos online no Portal TodaFruta”.
Título do Trabalho: AVALIAÇÃO DE PROGÊNIES INTERESPECÍFICAS DE MARACUJAZEIRO E ESTAQUIA DE ESPÉCIES POTENCIAIS COMO PORTA-ENXERTO
TodaFruta – Fale sobre a equipe envolvida no projeto.
RAFAEL – Todos os envolvidos fazem parte do Grupo de Estudos em Fruticultura (GEFrut) da FCAV/UNESP de Jaboticabal, orientados pelo Prof. Antonio Baldo Geraldo Martins. Entre os integrantes do grupo estiveram presentes alunos da pós-graduação, como Adriana de C. C. da Silva, Fernando M. Chiamolera e Camila K. B. Franco, e da graduação, como Pedro S. Lima e Lucas B. Pigari, além da importante ajuda de um mantenedor de conhecimento, o Prof. João Carlos de Oliveira, que sempre auxiliou no esclarecimento das dúvidas sobre as espécies, os cruzamentos e o manejo da cultura.
TodaFruta – Qual a origem do maracujá? Qual a importância de conhecermos a origem das plantas?
RAFAEL – O maracujá tem origem nas Américas Tropical e Subtropical, incluindo o Brasil, que possui grande banco de variabilidade genética. São conhecidas aproximadamente 500 espécies do gênero Passiflora, sendo que 150 delas estão em território brasileiro. O centro de origem das plantas armazena o material genético original da espécie. É no “berço” que encontramos a maior variabilidade genética, como exemplo materiais resistentes a pragas, a doenças e a fatores abióticos, e também variações nas características físicas e químicas das flores e dos frutos. Um bom exemplo foi desenvolvido no presente trabalho, onde buscamos a resistência genética a doenças em outras espécies nativas, do mesmo gênero, para inseri-las no maracujazeiro azedo.
TodaFruta – Quais são os principais produtores brasileiros de maracujá?
RAFAEL – Antes de citar os produtores, precisamos destacar a produção nacional na cultura. No ano de 2011, a área colhida de maracujá no Brasil foi de 61,6 mil hectares, a produção de 923 mil toneladas, com valor de produção de R$ 851,4 milhões e produtividade média de aproximadamente 15 t/ha. O estado da Bahia é responsável pela maior parte do volume, com 410 mil toneladas, seguido de Ceará (181 mil t), Sergipe (45 mil t), Espírito Santo (53 mil t), Minas Gerais (39 mil t) e São Paulo (35 mil t). Obs.: em 2017, quando esta entrevista foi republicada, os dados mais recentes disponíveis, divulgados pelo IBGE, eram relativos a 2013, indicando uma produção nacional de 838 mil t, confirmando o estado da Bahia como maior produtor nacional (355 mil t), seguido por Ceará (214 mil t), Espírito Santo (48 mil t), Minas Gerais (33 mil t), Sergipe (32 mil t), Amazonas (23,5 mil t) e São Paulo (22,5 mil t).
TodaFruta – Para entendermos melhor o mercado do maracujá, qual o destino da produção brasileira?
RAFAEL – Até a década de 1970, a produção brasileira atendia somente ao consumo de fruta in natura. A partir da década de 1980, as indústrias processadoras favoreceram a expansão da cultura e o comércio de maracujá começou a ter o destino de produto industrializado. Atualmente a produção brasileira destina-se basicamente ao mercado interno, principalmente às indústrias processadoras de polpas e sucos, que consomem de 50% a 60% do volume total produzido no País, variando de ano a ano de acordo com a demanda do mercado consumidor, preço, oferta dos produtores e estoque de polpa e concentrados. O principal órgão que detalha o comércio internacional de frutas, a FAO, não apresenta dados exatos de exportação brasileira de fruta fresca ou processada. Apesar de o Brasil ser o maior produtor mundial de maracujá, o volume exportado da fruta in natura é insignificante, de aproximadamente 1,5% do volume total de exportação, sendo que os produtos do maracujá mais exportados são a polpa e o suco concentrado. O mercado internacional é muito exigente e a qualidade do maracujá produzido no Brasil, na sua maioria, não atende ao perfil do consumidor internacional. Entretanto, há uma grande demanda por produtos saudáveis, e o consumo de sucos, néctares e bebidas à base de frutas tem crescido significativamente tanto internamente quanto no mercado internacional, e as bebidas à base de maracujá ocupam a segunda colocação no consumo total brasileiro, ficando atrás somente da laranja.
TodaFruta – Existem relatos de vários produtores solicitando informações sobre as razões de ser a cultura do maracujá anual. Como seus estudos estão relacionados na solução desse problema?
RAFAEL – A cultura do maracujazeiro possui um grave problema fitossanitário: patógenos causadores de doenças tanto do sistema radicular quanto da parte aérea, destacando-se a morte prematura de plantas e o vírus do endurecimento dos frutos, respectivamente. A morte prematura é o principal causador da baixa longevidade dos pomares, pois não há controle químico eficiente e nem cultivares de maracujá-azedo resistentes à doença. Além de tornar a cultura anual, a morte prematura de plantas também transformou o maracujá em “nômade”, pois os produtores migram de áreas, procurando por solos sem histórico de contaminação da doença. O nosso estudo está diretamente relacionado a essa grave doença, pois avaliamos um híbrido resultante do cruzamento de maracujazeiro-azedo (Passiflora edulis) com um maracujá resistente a essa doença, chamado de Passiflora setacea, procurando também manter a qualidade dos frutos já conhecida pelo mercado consumidor. Outra parte do trabalho foi avaliar o enraizamento de estacas de sete espécies de Passiflora, também resistentes a doenças de solo, para futuramente utilizá-las como porta-enxerto.
TodaFruta – Como a maior área cultivada é com maracujá amarelo, quais as produtividades obtidas em algumas regiões do Brasil?
RAFAEL: As maiores produtividades são alcançadas nas regiões Sudeste e Centro-oeste, ambas com média de 18 t/ha, seguida pela região Nordeste (14,5 t/ha), Sul (13,86) e Norte (12,76 t/ha). Quando se compara os principais estados produtores, observamos que o maior, a Bahia, possui baixa produtividade (13,7 t/ha, caindo para 11,96 t/ha em 2013) em relação aos concorrentes Ceará e Espirito Santo, ambos com uma média de 22,5 t/ha (subindo para respectivamente 22,95 e 23,97 t/ha em 2013). Ainda dentro dos maiores produtores citados anteriormente, Sergipe possui a menor produtividade (9,5 t/ha, subindo para 9,56 t/ha em 2013), São Paulo (16,7 t/ha, caindo para 16,33 t/ha em 2013) e Minas Gerais (15,2 t/ha, subindo para 16,29 t/ha em 2013) aproximam-se da média nacional (15 t/ha, que caiu para 14,63 t/ha em 2013).
TodaFruta – Qual a vantagem de se trabalhar com estaquia? Pode contribuir para solucionar os problemas fitossanitários que você citou?
RAFAEL – A estaquia, por ser um processo de clonagem, tem como vantagem a multiplicação de um indivíduo selecionado, preservando as características dessa planta matriz e ainda garantindo uniformidade de plantas nos pomares. No caso especifico do maracujá, esse processo é importante para a produção de porta-enxertos resistentes a doenças, pois propagando os materiais selecionados é possível utilizar o sistema radicular de plantas resistentes. Sendo assim, as plantas enxertadas sobre os porta-enxertos resistentes podem ser levadas às áreas com histórico da doença, preservando a copa de interesse comercial.
TodaFruta – Como cultivamos no Brasil basicamente o maracujá amarelo, buscando-se altas produções de frutos de boa qualidade, sua equipe está estudando a influência de grãos de pólen na qualidade dos frutos. Como esse trabalho vem se desenvolvendo?
RAFAEL – Sabe-se que em algumas espécies de maracujazeiros, como no maracujá amarelo, o pólen da flor de uma planta não fecunda o óvulo da própria flor ou da própria planta. Chamamos a isso de auto-incompatibilidade. Consequentemente, para termos produção de frutos em uma planta de maracujá, precisamos de outra planta (que não seja clone) doadora de pólen. No trabalho, por termos um híbrido de duas espécies, seria possível que a polinização com uma dessas espécies fosse mais favorável do que com outra, e foi exatamente o que observamos, pois a polinização com o Passiflora edulis possibilitou a produção de mais sementes e frutos maiores do que com o pólen de P. setacea. Esse fenômeno também acontece em outras espécies e é conhecido como xenia, quando há efeito do pólen no embrião e no endosperma, e metaxenia, quando há efeito sobre os tecidos do ovário, ou seja, nas características do fruto.
TodaFruta – Como a enxertia está relacionada na solução de problemas fitossanitários, quais os resultados obtidos pelo Eng. Agr. José Carlos Cavichioli, como enxertia na região da Alta Paulista?
RAFAEL: A enxertia tem como vantagem utilizar duas plantas vivendo como uma só, onde se pode utilizar o sistema radicular (porta-enxerto) de uma planta ou espécie resistente a uma doença, como a morte prematura de plantas, e produzir frutos de interesse comercial na copa, como o maracujazeiro azedo, que é susceptível a essa mesma doença. O pesquisador Cavichioli estuda alguns porta-enxertos na cultura do maracujazeiro, procurando espécies resistentes a morte prematura de plantas, entre elas o P. alata e o P. gibertii, que, em trabalhos conduzidos em áreas com histórico da doença, mostraram bom desenvolvimento das plantas enxertadas e tolerância à doença, com destaque para o P. gibertii, que apresentou maior sobrevivência de plantas (91,4%), enquanto o P. alata apresentou 60% de sobrevivência e o maracujazeiro azedo (P. edulis) apenas 8,6%. A qualidade de frutos também não é afetada pelo porta-enxerto, pois os mesmos porta-enxertos testados mantiveram os padrões de comercialização de frutos produzidos pela copa, sendo que o teor de sólidos solúveis e a acidez titulável não é afetada pelos diferentes porta-enxertos estudados. Planta enxertadas em P. gibertii produz frutos ligeiramente menores que plantas enxertadas em P. alata e de pé franco (P. edulis), entretanto seus frutos apresentam maior rendimento de polpa.
TodaFruta – Como foram escolhidas as espécies para seus trabalhos?
RAFAEL – Nosso banco de germoplasma, na FCAV-UNESP de Jaboticabal, possui grande quantidade de espécies de maracujazeiro. Dentre elas, temos algumas de destaque, que apresentaram sobrevivência quando plantadas em área contaminada com morte prematura de plantas. As plantas dessa coleção que apresentaram bom desenvolvimento, sanidade, sem sintomas de pragas, doenças ou deficiência nutricional, ramos vigorosos e bem enfolhados, foram selecionadas para realizar a estaquia. Para a hibridação utilizamos o maracujazeiro azedo (P. edulis) que é a espécie mais cultivada e conhecida e o P. setacea que possui boa resistência a doenças, e foi observado pelo Prof. João Carlos de Oliveira que cruzamentos entre P. edulis e P. setacea possuíam boa suscetibilidade de geração de progênies, então utilizamos esses dois parentais para gerar o F1, e retrocruzamos a fim de fixar as características dos pais.
TodaFruta – Você poderia fazer uma breve descrição das espécies selecionadas?
RAFAEL – Algumas espécies de maracujazeiro possuem características desejáveis e são potenciais para uso no melhoramento genético e como porta-enxerto. As espécies que utilizamos no trabalho são as seguintes:
Passiflora edulis Sims – Existem dois tipos de maracujazeiros dessa espécie, que são cultivados em escalas discrepantes, o maracujá amarelo, que ocupa 95% dos pomares brasileiros, e o maracujá roxo, que ocupa 2% da área cultivada e foi introduzido visando à exportação. Ambos ocorrem na sua forma silvestre em quase todo o país, principalmente em todo o litoral brasileiro. Portanto, o maracujazeiro-amarelo é o mais difundido e comercializado, pois possui frutos grandes, com polpa ácida, amarelo alaranjada, sendo muito aromático e apreciado no mundo todo na forma de suco. Entretanto, apresenta muitos problemas fitossanitários como a morte prematura e o vírus do endurecimento dos frutos.
Passiflora alata Curtis – O maracujazeiro-doce ocorre naturalmente em várias regiões do Brasil, seu consumo é in natura e muito apreciado na região norte do país, porém pouco divulgado nas outras regiões brasileiras. Os frutos são grandes, de coloração alaranjada e polpa muito doce. Os formatos dos frutos podem variar de ovais a piriformes, lembrando os frutos de mamão papaya. Suas folhas são utilizadas na indústria farmacêutica para extração da passiflorina, que é calmante e sedativo. Essa espécie é resistente à morte prematura de plantas, mas é suscetível ao vírus do endurecimento dos frutos.
Passiflora cincinnata Mast. – Nativo do nordeste e centro-oeste brasileiro, tem folhas quinquelobadas, flores muito atraentes, de coloração intensa de azul a roxo e muito ornamentais, frutos arredondados, de sabor atraente, permanecem por um longo período ligados à planta, têm maturação lenta, com alta longevidade de prateleira, característica importante para conservação pós-colheita. É tolerante ao nematoide Meloydogyne sp. e à mancha bacteriana causada por Xantomonas campestris pv. passiflorae.
Passiflora coccinea Aubl. – Distribuído em toda América do Sul, de elevado valor ornamental, com flores abundantes de coloração vermelho intenso. Floresce durante o ano todo, com abertura das flores no início da manhã e permanecendo abertas o dia todo. Folhas inteiras, grandes, oblongas, brilhantes na face superior e denteadas. Fruto ovoide, estriado de verde e com seis saliências e ácido. Tolerante a bacteriose e suscetível a nematoides.
Passiflora gibertii N. E. Brown – Nativa do sul da América do Sul, folhas trilobadas e membranosa, frutos pequenos, ovoides, casca amarelo-cenoura a vermelho claro, coriácea, baixo conteúdo de suco, sabor adocicado. É um porta-enxerto em potencial, pois é resistente à morte prematura de plantas, apresentando 100% de sobrevivência das plantas cultivadas em área com histórico da doença.
Passiflora laurifolia L. – Nativo da América do Sul e da floresta Amazônica, as folhas são oblongo-ovaladas ou elípticas, com a base arredondada e ápice pontiagudo, grossa e coriácea. As flores são perfumadas, de coloração vermelho ao roxo, filamentos da corona com traços de vermelho, azul, roxo e branco. Frutos de formato elipsoidal a ovoide e coloração amarelo-alaranjado. Resistente a Xanthomonas campestris pv passiflora, morte prematura de plantas e apresentou resistência a nematoides de galha na Flórida. Apresenta danos leves de cladosporiose em comparação a outras espécies.
Passiflora nitida HBK – Nativo de terras baixas do trópico úmido da América do Sul, folhas oblongas e lustrosas nas duas faces, flores grandes de coloração branca e azul púrpura, abrem na manhã e permanecem abertas durante boa parte do dia. O fruto tem alto potencial de consumo in natura, saboroso, adocicado, transparente, casca amarelo alaranjada, espessa e esponjosa, o que facilita sua abertura com as mãos. Assim como a banana, possui “embalagem natural”, de fácil abertura e não suja as mãos, fácil de ser transportado e consumido. Resistente à antracnose e à morte prematura de plantas.
Passiflora setacea DC – Nativa do Brasil, muito vigorosa, folhas trilobadas e pilosas, flores brancas com abertura no início da noite e florescimento durante o ano todo. Frutos saborosos, ovoides, casca coriácea, verde amarelada, com estrias longitudinais verde-escuras. Possui o maior potencial para melhoramento genético, pois é resistente a seca, a morte prematura de plantas, tolerante a bacteriose, verrugose, antracnose, e ao vírus do endurecimento dos frutos.
TodaFruta – Um projeto em desenvolvimento pelo Dr. Narita, na região de Presidente Prudente, é formar as mudas em ambientes protegidos, em recipientes grandes, para possibilitar levá-las para campo mais tarde. Você poderia dar informações sobre esses estudos?
RAFAEL – A tecnologia difundida pela APTA, por meio do Dr. Narita, é a de convivência com o vírus do endurecimento dos frutos, levando as mudas em maior estádio de desenvolvimento (com altura acima de 1,5 m) ao campo. As mudas devem ser produzidas em ambiente coberto por plástico, protegido nas laterais com tela antiafídeo, e posteriormente levadas a campo nos meses de agosto e setembro, ficando assim por mais tempo protegidos contra a infecção de vírus e diminuindo também o número de pulverizações, pois a disseminação do vírus do endurecimento dos frutos na cultura é muito rápida, podendo, em quatro meses, contaminar todas as plantas.
TodaFruta – Realizamos visitas com alunos da pós-graduação e uma delas foi para o viveiro FLORABRASIL, na região de Araguari-MG, que realiza um bonito trabalho formando mudas por via sexuada. Por que não utiliza enxertia?
RAFAEL – O custo de produção de mudas seminíferas é muito inferior ao de mudas enxertadas, pois o tempo para que essas mudas sejam propagadas assexuadamente é maior. O porta-enxerto precisa se desenvolver, depois se enxerta a copa de interesse, espera-se seu desenvolvimento e assim fica pronta para ser comercializada. O preço dessas mudas enxertadas ainda não é aceito pelos produtores, que consideram a cultura anual e não aceitam o custo mais alto. Por isso é preciso difundir o benefício da tecnologia dessas mudas enxertadas, para que os produtores entendam que o custo maior na implantação de mudas de qualidade garante maior sucesso e longevidade na cultura.
TodaFruta – Você comentou que na UNESP de Jaboticabal existe um bom banco de germoplasma de maracujá. Que trabalhos poderiam ser desenvolvidos e relacionados ao seu projeto?
RAFAEL – O banco de germoplasma da UNESP de Jaboticabal possui várias espécies com características importantes para a cultura, que podem ser transferidas para o maracujazeiro azedo por meio do melhoramento genético. É importante continuar o programa de melhoramento, fazendo novos cruzamentos e avaliando as plantas resultantes tanto na sua resistência a doenças, como na produção de frutos de qualidade. Como tivemos uma planta com boas características agronômicas no nosso trabalho, é preciso propagá-la e colocá-la no campo para observar sua resposta às doenças de solo. Além disso, deve-se utilizar plantas de outras espécies, propagadas por estaquia, como porta-enxerto do maracujá azedo, atentando também para a resposta de compatibilidade e produção do maracujazeiro enxertado.
TodaFruta – O que fazer para estimular a cultura no estado de São Paulo e no Brasil?
RAFAEL – Primeiramente difundir um pacote tecnológico de cultivo, de maneira que o produtor consiga produzir frutos de qualidade, com alta produtividade, retorno rápido e maior longevidade dos pomares. Uma das maneiras é utilizar mudas enxertadas sobre porta-enxertos resistentes à morte prematura de plantas. Outra recomendação é o plantio de mudas maiores (“mudões”), com o objetivo de diminuir o tempo de desenvolvimento inicial no campo e minimizar o ataque por pulgões e consequente contaminação com o vírus do endurecimento dos frutos. E é preciso estimular a exportação com a produção de frutos de qualidade e com certificações que atendam ao mercado internacional.
TodaFruta – Que outras informações você gostaria de acrescentar?
RAFAEL – Fico à disposição para qualquer dúvida sobre meu trabalho ou sobre a cultura do maracujazeiro, bem como as espécies citadas, no e-mail fael_sabiao@hotmail.com. Gostaria de agradecer aos envolvidos no trabalho, aos integrantes da banca; ao Prof. Antonio Baldo Geraldo Martins, orientador acadêmico e pessoal, amigo, “pai” e conselheiro que tenho desde meu ingresso na graduação, só tenho que sempre repetir o “muito obrigado” pelo conhecimento transmitido; a Profª. Simone Rodrigues da Silva e o Prof. Carlos Ruggiero, que além de contribuírem para o enriquecimento de meu estudo, sempre me atenderam com muito entusiasmo. E gostaria de finalizar dizendo que foi uma honra trabalhar, conviver e ter a ajuda dos dois maiores nomes no assunto Passiflora, os professores Carlos Ruggiero e João Carlos de Oliveira, que fazem parte da história do maracujazeiro no mundo e que me agregaram todo o conhecimento que tenho sobre o assunto.
O portal Todafruta agradece à equipe envolvida no projeto, por esta contribuição ao desenvolvimento da fruticultura brasileira.