(Artigo divulgado em maio/2017 pelo Fundo de Defesa da Citricultura – Fundecitrus)
Autores: Renato Beozzo Bassanezi; Marcelo Pedreira de Miranda; Sílvio Aparecido Lopes; Franklin Behlau; Geraldo José da Silva Junior; Ivaldo Sala.
Um pomar com baixa incidência de pragas e doenças, decorrente da adoção de práticas adequadas de controle, permite que as frutas de laranja permaneçam por mais tempo na árvore e sejam colhidas somente quando atingirem os melhores indicadores de qualidade do suco, além de apresentar melhor qualidade externa.
Os danos de pragas e doenças podem ser externos (afetam a qualidade da casca) ou internos (afetam a qualidade do suco). Entretanto, os danos externos também podem afetar indiretamente a qualidade do suco. Algumas doenças como a leprose dos citros (Citrus leprosis virus), o cancro cítrico (Xanthomonas citri pv. citri) e a pinta preta dos citros (Phyllosticta citricarpa), assim como algumas pragas como o ácaro da falsa ferrugem (Phyllocoptruta oleivora) e o ácaro branco (Polyphagotarsonemus latus), causam apenas danos à casca dos frutos sem normalmente causar prejuízos diretos à qualidade do suco. Estes danos comprometem o valor da fruta para o mercado de fruta fresca e, no caso do cancro cítrico e da pinta preta, comprometem sua venda para regiões em que estas doenças ainda não foram relatadas e são consideradas quarentenárias.
A leprose, o cancro cítrico e a pinta preta, além de depreciarem o valor da fruta para o comércio in natura, provocam acentuada queda prematura de frutos com lesões na casca, podendo atingir até 100% em pomares altamente contaminados, sem controle ou com controle insatisfatório das doenças. Em geral, frutos com três ou mais lesões de leprose ou com lesões de cancro cítrico acima de 5 mm de diâmetro tendem a cair prematuramente, antes do ponto ideal de colheita. No caso da pinta preta, quando a média da severidade da doença nos frutos da planta atinge 3%, normalmente os frutos com severidade mais alta começam a cair. O huanglongbing (HLB ou greening – Candidatus Liberibacter asiaticus) também causa acentuada queda prematura de frutos produzidos nos ramos com sintomas da doença (até 60% de queda), sendo a queda proporcional à área da copa ocupada pelos sintomas.
A queda prematura de frutos em pomares com alta incidência de leprose, cancro cítrico, pinta preta dos citros e HLB faz, muitas vezes, com que o produtor, para reduzir seus prejuízos, antecipe a colheita das frutas do pomar doente antes do estádio ideal de maturação ou recolha as frutas caídas no chão e as envie juntamente com as frutas colhidas para a indústria. No entanto, estas práticas fazem com que a qualidade da fruta que chega à indústria para processamento não seja a ideal. Além disso, as frutas levadas do chão podem estar em estágio inicial de apodrecimento ou contaminadas por bolores que darão maior mold count no suco e afetarão a qualidade deste. Portanto, estas práticas devem ser evitadas.
Algumas pragas e doenças podem causar danos internos e afetar diretamente a qualidade do suco de laranja por causar danos na polpa, favorecer a entrada de organismos que provocam esses danos e o apodrecimento da fruta, ou afetar diretamente a maturação dos frutos pela redução do transporte de água e nutrientes e translocação de fotoassimilados para os frutos nos estádios de desenvolvimento e maturação.
As fêmeas da mosca-das-frutas (Ceratitis capitata e Anastrepha spp.), ao realizarem a oviposição, perfuram a epiderme dos frutos para deposição dos ovos. Após a eclosão, as larvas iniciam o processo de alimentação na polpa, causando danos que afetam a qualidade dos frutos produzidos. Frutos atacados por moscas-das-frutas apresentam lesão de coloração escura com aproximadamente 2 cm de diâmetro em volta do local onde foi realizada a oviposição. O orifício de oviposição e o processo de alimentação das larvas favorecem a entrada de patógenos (principalmente fungos) que causam o apodrecimento e a queda dos frutos. Por apresentar um ovipositor mais longo, as espécies do gênero Anastrepha podem atacar frutos a partir do início da maturação, enquanto C. capitata ataca preferencialmente frutos em estágio de desenvolvimento avançado ou durante a maturação. Por outro lado, após o acasalamento, as fêmeas do bicho-furão (Gymnandrosoma aurantianum) depositam ovos na casca dos frutos, de onde eclodem as larvas, que fazem galerias internas e se alimentam da polpa, alterando a qualidade das laranjas produzidas. As posturas ocorrem preferencialmente em frutos maduros, porém, em altas infestações podem ocorrer em frutos em início de maturação. No local de penetração das lagartas, forma-se um halo de coloração amarelada que, com o tempo, torna-se de cor pardo-escura. Como consequência, as galerias no fruto servem de entrada para microrganismos (principalmente fungos), que aceleram o apodrecimento e a queda dos frutos. É possível detectar facilmente o orifício de penetração da lagarta e suas excreções, que endurecem e ficam grudadas na casca do fruto. Os frutos atacados ficam inviáveis tanto para o consumo in natura quanto para a indústria de suco.
Ocasionalmente, lesões de cancro cítrico podem penetrar mais profundamente na casca expondo o interior do fruto a infecções secundárias por fungos decompositores e, assim, causar indiretamente a perda de qualidade do suco. Da mesma forma, frutos com muitas lesões de pinta preta na casca podem levar à perda de qualidade da polpa durante o processamento da fruta.
Doenças como tristeza (Citrus tristeza virus) e morte súbita dos citros (MSC – agente causal desconhecido), que bloqueiam o fluxo normal de fotoassimilados para as raízes e, consequentemente, reduzem a absorção e transporte de água e nutrientes para os frutos através dos vasos do xilema da planta; ou como o declínio (agente causal desconhecido), que obstrui os vasos do xilema com plugs amorfos e, consequentemente, bloqueia o transporte de água e nutrientes, levam à redução do tamanho (menos 13 a 25%) e peso (menos 32 a 56%) dos frutos nas plantas doentes, assim como na redução da quantidade de sólidos solúveis totais (SST) por fruto (menos 18 a 42%). Entretanto, os frutos das plantas doentes apresentam maiores concentrações de SST (Brix) (mais 14 a 34%) e acidez (mais 16 a 41%) e, com isso, proporcionam maior rendimento industrial, isto é, maior quantidade de SST por caixa de fruto (mais 21 a 33%). Nos frutos de plantas doentes, não há alteração no ratio, isto é, na relação da concentração de SST/acidez, e também na porcentagem de suco no fruto.
Da mesma forma, a clorose variegada dos citros (CVC – Xylella fastidiosa), que forma um biofilme bacteriano nos vasos do xilema e reduz o transporte de água e nutrientes nestes vasos, causa a redução do peso dos frutos (menos 16 a 75%) e a redução do número de frutos com tamanho normal (menos 14 a 91%), em função da severidade dos sintomas nas plantas doentes. Os frutos também ficam mais duros e mudam a coloração da casca mais rapidamente, tornando-os mais predispostos à queimadura pelo sol. A redução do tamanho dos frutos de árvores com CVC sem interferências diretas em outros processos metabólicos faz com que estes frutos tenham maiores concentrações de SST (+25%) e maior acidez (+66%) em relação aos frutos de plantas sadias, embora a quantidade de SST por fruto seja menor (-14%). Entretanto, o ratio nos frutos de plantas com CVC também é menor em relação aos frutos sadios (-22%). Além disso, os frutos de plantas doentes apresentam uma diminuição na intensidade da cor do suco.
Entre as doenças que afetam os citros, o HLB é a que mais afeta a qualidade do suco de laranja. A infecção das plantas pela bactéria do HLB causa o acúmulo de amido nas folhas, o rompimento dos cloroplastos e o bloqueio da translocação de fotoassimilados pelas células do floema para os frutos e raízes, evitando o acúmulo de carboidratos nestes órgãos da planta. Os frutos de ramos com sintomas da doença são menores (menos 7 a 19%) e mais leves (menos 17 a 42%) que os frutos de plantas sadias ou de ramos assintomáticos das plantas doentes. Estes frutos podem apresentar a casca com manchas verde-amareladas, às vezes com coloração de maturação invertida (iniciando da base do pedúnculo para a zona estilar) e normalmente são deformados, apresentando um desvio do eixo da columela central, com um lado do fruto se desenvolvendo mais que o outro. Os frutos de ramos com HLB podem apresentar menor porcentagem de suco (menos 10 a mais 4%) e o suco é mais ácido (mais 5 a 45%), tem menor concentração de SST (menos 0,2 a 17%), menor ratio (menos 4 a 62%), menor quantidade de SST por fruto (menos 13 a 56%) e menor quantidade de SST por caixa (menos 25 a mais 4%). Também se percebe maior conteúdo de óleo no suco de frutos de ramos com sintomas. O HLB também altera o sabor do suco, tornando-o mais azedo e amargo. Essa alteração de sabor associada ao suco produzido com frutos com sintomas de HLB ocorre pela baixa concentração de açúcares, alta concentração de ácido e de compostos que conferem o amargor como o maior conteúdo de limonin (mais 5 a 425%) e nomilin (mais 26 a 64%), embora estes últimos estejam abaixo dos limiares relatados. Quando o suco de laranja apresenta 25% ou mais da sua composição proveniente de suco de frutos de ramos com sintomas de HLB, mais de 40% dos degustadores detectam alteração no sabor do suco e mais de 25% deles reconhecem essa alteração como suco de frutos com HLB. Essas alterações estão relacionadas à maturação incompleta dos frutos nos ramos com sintomas da doença. A qualidade de frutos de ramos assintomáticos é praticamente a mesma da qualidade de frutos de plantas sadias.
Em suma, as doenças e pragas que ocorrem no campo podem afetar a qualidade do suco de laranja, seja diretamente pela alteração na sua composição, ou indiretamente, por exigir colheita antecipada antes do ponto ideal de maturação, ou por causar queda prematura de frutos que posteriormente poderão ser misturados aos frutos colhidos na planta, acarretando redução da qualidade do suco a ser produzido.
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