Nome científico: Maximiliana maripa
Nomes populares: inajá, anaiá, coqueiro-anaiá, anajá, aritá, inajazeiro, maripá e najá.
Família botânica: Arecaceae
Características gerais: é uma palmeira de até 20 metros, nativa do estado do Pará. Possui estipe anelado, com ótimo palmito, folhas dispostas em cinco direções, inflorescências interfoliares, frutos com polpa suculenta, comestível, e amêndoa da qual se extrai óleo amarelo, também comestível.
Curiosidades: segundo o folclore brasileiro, Inaiá era uma linda índia de origem Tupi que reinava nos bosques e matas do Brasil como uma representação de Eva, a mulher original, símbolo de graça e inocência, beleza e poesia. Em alguns lugares do nordeste, a palmeira Copernicia prunifera, mais conhecida como carnaúba ou carnaubeira, também é chamada de inajá.
(fonte: Wikipedia, a enciclopédia livre)
(extraídas do blog “Matérias-primas para biocombustíveis”
http://materiaprimas.blogspot.com.br/2008/07/inaj-maximiliana-maripa.html)
Autor do trabalho: eng. agr. Manoel Neto
O inajá é uma palmeira nativa do Brasil que pode ser encontrada da Amazônia ao Centro-Oeste brasileiro e em regiões adjacentes na Bolívia, no Peru, no Equador, na Colômbia e na Venezuela, tendo sua maior incidência no estado do Pará, mais precisamente no estuário amazônico, onde parece ter a sua origem, chegando até o Maranhão. Ocorre em áreas de florestas primárias e secundárias, campos naturais e cerrados e, principalmente, em áreas alteradas pelo homem, especialmente as áreas de pastagens. Embora tolere áreas alagadiças, é mais adaptada aos lugares com solos bem drenados (FAO, 1983). É tolerante a queimadas, pois as plantas jovens, ao serem queimadas para o cultivo de pastagens, rebrotam com vigor e as sementes, que estavam em processo de dormência, germinam rapidamente. No Acre, ocorre com mais frequência na vale do rio Acre, especialmente nos municípios de Rio Branco, Senador Guiomard, Plácido de Castro e Acrelândia (Ferreira, 2005).
Planta: o inajá é uma palmeira de porte mediano, estipe solitário anelado, medindo de 3 a 20 metros de altura, com tronco de 15 a 25 cm de diâmetro. Ocorre em áreas de florestas primárias e secundárias, campos naturais e cerrados, principalmente, nas alteradas pelo homem, em especial as de pastagens, e que passaram por um processo de queimada.
Folhas: são rígidas, eretas e arranjadas em espiral no ápice do estipe em número de 11 a 25 contemporâneas, de 5 a 8 m de comprimento, dispostas em cinco direções. As bainhas foliares possuem fibras densamente arranjadas, formando uma espécie de “pano”. O pecíolo das folhas é bastante alongado e possui as margens afiadas e cortantes. As folhas ao caírem deixam fixas ao tronco, por um longo tempo, as bases parte dos seus pecíolos. Bainha e pecíolo juntos podem medir entre 1,5 e 2,3 m de comprimento. As pinas das folhas são arranjadas em várias direções, dando às mesmas um aspecto desarranjado.
Frutos: possuem casca fina e polpa suculenta e comestível, amarelada, pastosa e muito oleosa. São relativamente pequenos e geralmente cobertos no seu terço inicial pelo perianto. Seu formato lembra um pouco os frutos da palmeira jaci (Attalea butyraceae) em menor escala (Ferreira, 2005). Cada fruto pode apresentar duas a trrês sementes (Lorenzi et al., 2004). A dispersão das sementes é realizada por mamíferos (Zona & Henderson, 1989). Período de frutificação: de janeiro a julho (Lorenzi, 2000),
Floração: ocorre entre agosto-dezembro (Lorenzi, 2000), com suas inflorescências sendo interfoliares (Lorenzi, 2000). A polinização é feita por abelhas nativas – Melipona spp. (Absy et al., 1980).
Solos: o inajá é tolerante a inundações e a condições de baixa fertilidade do solo. Embora tolere áreas alagadiças, é mais adaptado aos lugares com solos bem drenados (FAO, 1983).
Clima: tropical
Os principais usos da espécie são:
Frutos: têm grande potencial para a produção de óleo. Cada um de seus cachos pode pesar mais de 50 kg e apresentar mais de 2.000 frutos. Além disso, o teor de óleo dos frutos é de aproximadamente 23% de óleo (Blaak, 1993) e a viabilidade para a extração em escala do seu óleo já foram realizados na Colômbia (FAO/CATIE, 1983). A polpa dos frutos é usada pelas comunidades indígenas no preparo de alimentos e seu endocarpo é queimado para extração de sal vegetal e produção de fumaça para a defumação de borracha (Moses, 1962; Braun, 1968). Da amêndoa, extrai-se um óleo amarelo, também comestível.
Folhas: junto com as suas estipes, as folhas são usadas na construção de paredes e cobertura das malocas indígenas e nas habitações rurais. As suas fibras são aproveitadas na confecção de artesanato. Já o pecíolo, que é a base da estrutura de sustentação das folhas, é usado como ponta de flechas.
Cacho: a bráctea peduncular é usada como brinquedo pelas crianças e como utensílio para cozinha; a espata – base de sustentação dos cachos – é utilizada para fabricação de assentos, utensílios para transportar água e cestos.
Palmito: tem boa qualidade, é comestível.
Extração, tratamento e viabilidade das sementes: colher os frutos diretamente da árvore quando tiver início sua queda espontânea ou recolhê-los do chão após a queda; os frutos assim obtidos podem ser usados diretamente para a semeadura, não havendo necessidade de despolpá-los.
Condições de cultivo: colocar os frutos para germinar logo após colhidos em canteiros ou recipientes individuais.
Substrato: argiloso, rico em matéria orgânica.
Desenvolvimento: moderado.
Referência: Lorenzi, H. 2000. Árvores Brasileiras – Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. V.1. 3ªed. Editora Plantarum. Nova Odessa – SP. 368 p
O inajá é rico em fósforo, magnésio e ácidos graxos, podendo ser usado como ração para aves, suínos e peixes, além de fornecer palmito, farinha e óleo para alimentação humana. Também proporciona matéria-prima para a indústria de cosméticos e medicamentos. Outro aspecto que torna esta palmeira interessante é a possibilidade de manejar suas populações naturais em áreas de pastagens visando ao seu adensamento, o que pode ser feito sem necessidade de grandes investimentos financeiros. Em alguns lugares da Amazônia, como Rondônia e Pará, esta espécie forma grandes populações em áreas de pastagens, lembrando muito as extensas áreas dominadas por babaçu no estado do Maranhão.
Anel vermelho: enfermidade produzida pelo nematoide Bursaphelenchus cocophilus (Cobb) Baujard = Rhadinaphelenchus cocophilus Cobb (Nemata, Aphelenchida: Aphelenchoides). Os sintomas variam de acordo com as condições ambientais, a idade e a variedade do hospedeiro. Os sintomas externos são caracterizados pelo amarelecimento das folhas basais, começando pela seca da ponta para a base. As folhas tornam-se necrosadas e quebram na base da ráquis. Com o progresso da doença, as folhas inferiores apresentam-se penduradas, presas ao estipe. Num estádio mais avançado, ocorre o apodrecimento do meristema apical, causado por microrganismos saprófitas, e morte da planta. Plantas mortas apresentam o topo desnudo. O sintoma interno é observado por meio de um corte transversal no estipe, apresentando-se sob a forma de um anel, de coloração marrom ou vermelha, medindo cerca de 4 a 6 cm e distante da periferia cerca de 2 a 3 cm. Plantas afetadas devem ser destruídas. Controle deve ser aplicado ao bicudo ou broca-do-olho-do-coqueiro (principal vetor de transmissão do nematoide).
– Erradicação de plantas mortas, com sintomas da doença ou não.
– Desinfecção das ferramentas utilizadas no corte das plantas doentes.
– Uso de armadilhas atrativas modelo pet ou balde contendo cana mais o feromônio de agregação Rincoforol (rhynchophorol), para captura do inseto vetor e monitorar a população da praga.
– Uso de iscas vegetais impregnadas com inseticidas. Esta medida elimina a mão de obra exigida para a destruição manual dos insetos capturados.
– Controle biológico: o uso de iscas vegetais contaminadas com esporos do fungo Beauveria bassiana é uma alternativa de controle que permite aumentar a infecção do agente microbiano. Após imersão na suspensão de esporos do fungo, as iscas são acondicionadas em armadilhas de autocontaminação, que consistem em baldes plásticos contendo o feromônio da praga, com orifícios laterais que permitem a entrada e a saída dos nematoides. Estes recipientes são distribuídos em pontos estratégicos fora da plantação e de preferência sob arbustos. Com a distribuição quinzenal de seis armadilhas de autocontaminação em uma área de 10 ha, obteve-se uma redução de 72% e 73% na população da praga nos primeiro e segundo anos de liberação do fungo.
Doença de chagas: as bases dos pecíolos que persistem no caule após a queda das folhas velhas formam refúgios , nos quais roedores e marsupiais como Didelphis marsupialis Linnaeus, 1758 e outros hospedeiros de T. cruzi constroem seus ninhos, contribuindo dessa forma para manutenção de ciclos enzoóticos de transmissão de T. cruzi e T. rangeli (Naiff et al. 1998).