Nome científico: Paullinia cupana Kunth
Nome popular: guaraná, guaranazeiro, uaraná
Família botânica: Sapindaceae
Características gerais: é um cipó originário da Amazônia. É encontrado no Brasil, no Peru, na Colômbia e na Venezuela, sendo cultivado principalmente no município de Maués, AM, e no estado da Bahia. Suas folhas são trifoliadas. As flores são pequenas e brancas. O seu fruto possui grande quantidade de cafeína (chamada de guaraína quando encontrada no guaraná) e, devido a suas propriedades estimulantes, é usado na fabricação de xaropes, barras, pós e refrigerantes. Tem casca vermelha e, quando maduro, deixa aparecer a polpa branca e suas sementes, assemelhando-se com olhos. Na região próxima ao município de Maués, onde é cultivada, os índios da nação saterê-mawé têm lendas sobre a origem da planta.
Efeitos no organismo: o guaraná é rico em substâncias funcionais, dentre elas a cafeína, a teobromina e a teofilina. Alguns efeitos atribuídos ao consumo de guaraná: é afrodisíaco, tem ação tônica, é adstringente, febrífugo, diurético e serve para o cansaço físico e mental, imun0estimulante, antioxidante, combate a obesidade e melhora a pressão arterial. A teofilina e a teobromina têm efeito broncoprotetor, ação imunomoduladora e anti-inflamatória, retardando o processo de envelhecimento e inibindo a deposição de colesterol nas artérias, permitindo melhor irrigação sanguínea em todo organismo ( KUSKOSKI et al., 2005). O consumo do guaraná aumenta o gasto calórico diário e diminui o apetite, por manter estáveis os níveis de glicose no sangue, combatendo assim, a obesidade. É rico em catequina, que é uma substância que combate os radicais livres, tendo efeito antioxidante, prevenindo o envelhecimento. O guaraná é um estimulante. Aumenta a resistência nos esforços mentais e musculares e diminui a fadiga motora e psíquica. Por meio das xantinas que possui (cafeína e teobromina), o guaraná produz maior rapidez e clareza do pensamento. Entretanto, se ingerido em excesso, provoca efeitos colaterais como insônia, irritabilidade, taquicardia, azia e dependência física.
Guaraná em pó. Foto: Wesley H. Brewton Jr. (English Wikipedia)
Industrialização – O processamento do xarope da fruta iniciou-se no Brasil em 1905 por Luiz Pereira Barreto, um médico da cidade de Resende, RJ. Em 1906, foi lançado, pela F. Diefenthaller, uma fábrica de refrigerantes de Santa Maria, RS, o Guaraná Cyrilla. A bebida inicialmente era adstringente e acentuadamente amarga e por isso não se disseminou. A Antarctica desenvolveu um processo de eliminar a adstringência e o amargor, ressaltando o sabor e o aroma característicos da fruta e, em 1921, lançou o Guaraná Champagne Antarctica. Hoje há várias marcas de guaraná espalhadas pelo Brasil. Na Sérvia e em outros países do Leste Europeu, fabrica-se uma bebida energética à base de guaraná, comercializada com este nome, mas que, em vez do gosto doce do refrigerante, tem sabor amargo e efeito cardioacelerador.
Curiosidade: a lenda do guaraná diz que as tribos indígenas de Munducurucânia eram as mais prósperas. Venciam todas as guerras, suas pescas eram ótimas, seus peixes eram os melhores e a doença era rara. Tudo isso por causa de um curumim que, anos antes, nascera naquela tribo. Ele era o mais protegido de todos. Nas pescas, era acompanhado por muitos – os pescadores desviavam dos rios as piranhas, os jacarés ou qualquer outro perigo. Mas, certo dia, toda a segurança foi embora: o Gênio do Mal apareceu em forma de cascavel e feriu o garoto. A tribo entrou em lamentação e em desespero. Tupã, o Deus dos índios, atendeu a todo aquele lamento e disse: “Tirem os olhos do curumim e plantem-no na terra firme, reguem-no com lágrimas durante quatro luas e ali nascerá a planta da vida, que dará força aos jovens e revigorará os velhos”. Os pajés não duvidaram. Arrancaram e plantaram os olhos do curumim e os regaram com lágrimas durante quatro luas. Nasceu ali uma nova planta, travessa como as crianças, com hastes escuras e sulcadas como os músculos dos guerreiros da tribo. E deu frutos de negro azeviche, envoltos por um arilo branco com duas cápsulas de cor vermelho-vivo. Diziam os índios: “É a multiplicação dos olhos do príncipe!” E o fruto trouxe progresso à tribo. ajudou os velhos e deu mais força aos guerreiros.
Fonte: wikipedia.org