GOMOSE DE PHYTOPHTHORA DOS CITROS
Recomendações para a coleta de amostras em pomares
*Eduardo Feichtenberger, Eng. Agrônomo Pesquisador Científico. Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Sorocaba, APTA/SAA.
Em pomares, as amostras podem ser coletadas em plantas que apresentam os sintomas típicos da doença ou em plantas suspeitas, pois os patógenos podem estar provocando podridões de raízes e radicelas sem que as plantas ainda estejam manifestando os sintomas reflexos da doença na sua parte aérea.
A melhor época de coleta de amostras em pomares não irrigados é durante os meses quentes e chuvosos do ano, quando as populações do patógeno são maiores. Como as amostras devem ser representativas da área, haverá situações em que a coleta de um grande número de amostras será necessário. Uma boa amostragem não significa a coleta de grandes volumes de solo e radicelas em poucos locais, mas sim a retirada de pequenos volumes desses materiais em um número maior de locais.
As amostras devem ser coletadas na área de projeção da copa da planta, em 4 a 5 pontos ao redor do colo, na região da rizosfera (região de contacto entre o solo e as raizes das plantas), e a uma profundidade de 5 a 20 cm, pois a população do patógeno é sempre maior na rizosfera e nas camadas mais superficiais do solo. As amostras coletadas de cada planta devem ser processadas individualmente. As 4 ou 5 subamostras de cada planta devem ser colocadas em recipiente limpo (como saco plástico) e serem depois bem misturadas até sua completa homogeneização. Uma fração de cerca de 200g de solo e 10g de radicelas deve ser então retirada para compor a amostra final que será encaminhada ao laboratório. Dez ou mais amostras compostas devem ser coletadas por hectare.
Os seguintes cuidados devem ser observados com as amostras coletadas: 1) embalar cuidadosamente as amostras em sacos plásticos resistentes, removendo-se o excesso de ar dos sacos para evitar que elas percam umidade; 2) identificar as amostras e preencher uma ficha de campo contendo informações sobre sua procedência, hospedeiro (copa e porta-enxerto), idade das plantas, e um breve histórico da doença na localidade (sintomas e sua evolução, padrão de distribuição temporal e espacial das plantas afetadas, produtos utilizados na área, e outras que considerar importantes); 3) evitar a exposição das amostras aos raios solares e temperaturas elevadas; 4) remeter as amostras o mais rápido possível ao laboratório, e caso isso não seja possível, armazenar as amostras em local fresco e bem ventilado, evitando-se o seu armazenamento em geladeira.