Nome científico: Psidium guajava L.
Nome popular: goiaba
Família botânica: Myrtaceae
Características gerais: é uma das frutas mais ricas em nutrientes, sendo também uma das mais importantes, cultivadas e comercializadas. Pela sua origem nas Américas, possivelmente entre o México e Brasil, adapta-se muito bem em nosso país, maior produtor, com cerca de 45% da produção mundial, sendo também cultivada na Índia, no México, na Malásia, na Tailândia, no Paquistão, no Egito e em vários outros países americanos e africanos. Ocupa posição importante entre as frutas mais produzidas no Brasil, com área cultivada de cerca de 9 mil ha, com 52% no NE. Outros 30% provêm de São Paulo, e a CEAGESP comercializa a maior parte da produção, mas ainda há injúrias no fruto, muito sensível, apesar de as variedades terem sido melhoradas para esse aspecto. A antracnose tem ainda presença na pós-colheita da goiaba. Na pós-colheita, há perda da cor verde, amolecimento, ocorrência de podridões, murcha do fruto e perda de brilho, mesmo a fruta sendo colhida em ponto ideal de colheita. As variedades Kumagai e Campinas amarelecem, e o uso de reguladores pode melhorar sua pós-colheita. Foi distribuída para todo o mundo onde é cultivada e comercializada. Foi muito melhorada nas últimas décadas, tendo sido obtidas muitas variedades de alto valor nutricional. O fruto típico é de tamanho médio (de 118 a 470 g), com casca amarelada ou esverdeada, de polpa vermelha ou branca, mas com muita variação. É colhida usualmente no verão, mas também produzida fora dessa época, por técnicas de poda e controle da produção. Há dois picos de oferta, uma entre agosto e outubro, e outra, maior, de janeiro a abril. O sabor é agradável, com forte aroma, boa % de polpa, muitas sementes, de tamanho pequeno, que podem ser consumidas junto com a polpa.
Propriedades: a goiaba vermelha também é rica em licopenos, antioxidante importante para a saúde humana. Além de seu consumo ao natural, a goiaba pode ser utilizada em produtos como doces, geleias, sucos, purês, compotas, chutney, néctar e outros. Já há no mercado goiaba minimamente processada, cuja temperatura ideal de conservação é de 5 oC, e com corte em rodelas. A variedade Paluma, estudada em São Manoel-SP, mostrou que, colhida em 3 estádios de maturação, de 1 a 3, deu pesos médios de 118 a 147 g, 126 a 166 g e 141 a 171 g, indicando que o referido estádio é importante no tamanho do fruto, com grau Brix de 9 a 11, acidez de 0,40 a 0,5%. Os dados médios da variedade Paluma são: peso, entre 140 e 250 g, formato piriforme, com pescoço curto, polpa de cor vermelha intensa, com baixa % de sementes e alto rendimento em polpa, até 93%. A consistência do fruto é firme, o sabor é bom, como também a capacidade de conservação pós-colheita, servindo para produção de suco, massa e ao consumo ao natural. A variedade Kumagai, para ser conservada em refrigeração, deve ser na temperatura de 10 oC e 85 % de umidade, podendo ficar até 12 dias,para frutos de vez, 9 dias para frutos maduros, e as primeiras deram maior teor de polifenóis totais, com maior atividade antioxidante, e ácido ascórbico. Essa variedade tem frutos grandes, entre 280 a 480 g de massa, casca lisa, consistência firme e resistente, cor verde-amarelada, polpa branca, espessa, saborosa, levemente ácida e com cavidade placentária cheia com poucas sementes. A maior oferta no Ceagesp é nos meses de agosto a outubro e de janeiro a abril.
Cultivo: a goiabeira é uma planta tropical e oferece condições ótimas de cultivo em quase todas as regiões do Brasil. Não existem goiabas modificadas geneticamente. A goiabeira é uma árvore perene e produz frutos comercialmente por pelo menos 15 anos. Pelas características próprias de seu cultivo, a goiabeira permite o respeito ao período de carência da pequena quantidade de agrotóxicos empregados no seu cultivo. Assim, por ocasião da colheita, já não haverá risco para o consumidor por esse motivo, sejam as goiabas consumidas na mesa ou levadas para processamento industrial. Existem plantações de goiaba que oferecem excelentes frutos sem a necessidade de irrigação, sobretudo na região sudeste do país (ainda a maior produtora brasileira). Em verdade, a goiaba constitui uma planta digna de uma cultura preocupada com a manutenção do meio ambiente.
Goiaba vermelha mostrando casca, polpa e sementes
As goiabas branca e vermelha têm níveis nutricionais próximos, com cerca de 50 kcal, proteínas, de 1 a 1,2 g, carboidrato de 9 a 13 g, sendo os minerais, potássio, fósforo e cálcio os principais, com bons níveis para frutas, destacando-se também os níveis de vitamina C, entre 60 a 70 mg.
Vitaminas – Para a vitamina A, foram encontrados de 330 a 2.450 UI, além de 59 a 190 mcg de B1; 154 a 183 mcg de B2; 0,77 a 1,2 mg de B3; vitamina C – 60 – 70 mg.
Minerais – magnésio – 7 – 30 mg; fósforo – 16 – 60 mg; sódio – 4 mg; potássio – 198-420 mg; ferro – 0,2 mg; cálcio – 25 mg.
Fonte: DONADIO, L.C.; ZACCARO, R.P. Valor nutricional de frutas
“No Brasil, o melhoramento genético da goiabeira iniciou-se com os trabalhos desenvolvidos por Soubihe Sobrinho, na ESALQ de Piracicaba, publicados em 1951. Os institutos de pesquisa, como o IAC e a Embrapa, realizaram trabalhos de seleção, mas as principais variedades surgiram de trabalhos desenvolvidos por produtores de origem japonesa, como Kumagai, Ogawa, Pedro Sato e Sassaoka. Algumas das principais variedades atuais em cultivo foram obtidas pela Unesp de Jaboticabal, como Paluma, Rica e Século XXI”. (PEREIRA, F.M. & NACHTIGAL, J.C. Cultura da Goiaba. 2009).
PALUMA, VARIEDADE SUPERIOR – Desenvolvida na UNESP de Jaboticabal, a híbrida Paluma, variedade da goiaba vermelha, oferece um fruto de cor vermelha profunda e sabor mais intenso que as variedades Pink cultivadas em outros países. Ela é, provavelmente, uma das frutas mais saudáveis para consumo do planeta. Comparada com outras frutas normalmente ingeridas, a goiaba vermelha oferece níveis excepcionais de licopeno, vitamina C e fibras, entre outros. É também uma boa fonte de beta-caroteno, folato e das vitaminas B niacina e piridoxina. Um artigo publicado pelo Centro para a Ciência no Interesse Público (Center for Science in the Public Interest), em 1998, descreveu a goiaba como a “Superfruta”. Quando comparada com as frutas mais comumente consumidas, ela mostra a mais excepcional combinação de nutrientes.