(Fonte: FUNDECITRUS)
Chuvas frequentes como as que ocorreram em janeiro, com média de distribuição em 23 dias do mês, tornam necessária a intensificação do controle de psilídeo Diaphorina citri, inseto transmissor de HLB (huanglongbing/greening), pois colaboram com a ocorrência de um pico no surgimento de brotações nos pomares. Essa fase de desenvolvimento das plantas é a preferida do inseto para se alimentar e reproduzir, o que impacta em maior infestação e contaminação nos pomares.
Em janeiro de 2017, choveu em média 306 milímetros em todo o parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais, 28% a mais do que a média histórica que é de 239 milímetros, de acordo com informações da Somar Meteorologia. Nesse mesmo período, o Alerta Fitossanitário do Fundecitrus, que monitora o índice de presença do inseto em nove regiões do parque citrícola, apontou a presença de ao menos um psilídeo para cada 10 armadilhas monitoradas pelo sistema e 27% das plantas estão com brotos novos.
De acordo com o pesquisador do Fundecitrus Renato Bassanezi, os citricultores precisam estar atentos à presença de brotos e de psilídeos no pomar. “O momento é propício para que o psilídeo se multiplique e transmita a bactéria para as plantas, por isso é necessário intensificar o controle”, diz.
Um dos agravantes para essa situação é a diminuição do período residual das pulverizações. Resultados inicias de um estudo do Fundecitrus que está em desenvolvimento apontaram que chuvas a partir de cinco milímetros já afetam a eficiência das aplicações para o controle do inseto.
“A ocorrência de chuvas todos os dias dificulta a aplicação, tanto no aspecto operacional quanto no efeito, pois lava os produtos. O indicado é que sejam feitas reaplicações logo após um período de chuvas seguidas para não deixar as plantas desprotegidas e assim diminuir as chances de infecção”, afirma o pesquisador do Fundecitrus Marcelo Miranda.
Devido à essa situação e aos dados do Alerta Fitossanitário, o Fundecitrus emitiu alertas de pulverizações conjuntas de 6 a 13 de fevereiro para os citricultores que participam do sistema em todas as regiões monitoradas, com o objetivo de aumentar a eficiência das aplicações e diminuir a incidência do inseto nos pomares. Para mais informações acesse: http://www.fundecitrus.com.br/alerta-fitossanitario
O laboratório de Controle Biológico do Fundecitrus completou, em dezembro, a produção de 1.025.355 de Tamarixia radiata, vespinha que é inimigo natural e faz o controle biológico de psilídeo Diaphorina citri, transmissor da bactéria de HLB (huanglongbing/greening).
Na foto à esquerda, a vespinha Tamarixia radiata, inimiga natural do psilídeo Diaphorina citri (foto à direita)
A biofábrica de criação da vespinha foi inaugurada em março de 2015, está instalada em uma área de 342 m² e tem capacidade de produzir até 100 mil unidades por mês. “O objetivo do Fundecitrus é contribuir com o manejo sustentável de HLB, proporcionando um meio natural de reduzir a população de psilídeo e, consequentemente, diminuir a necessidade de pulverizações nos pomares”, afirma a bióloga Ana Carolina Pires Veiga, responsável pelo laboratório.
A Tamarixia radiata utiliza as ninfas de psilídeo para se reproduzir, matando-as no processo. Cada uma pode eliminar até 500 ninfas. A liberação no meio ambiente não causa desequilíbrio ecológico, uma vez que a vespinha não atinge outras espécies de inseto ou plantas.
As vespinhas são liberadas em áreas com citros e murta que não têm controle químico, como pomares abandonados, espaços urbanos, chácaras e sítios. Os locais são determinados pelo sistema de Alerta Fitossanitário do Fundecitrus, que monitora a população de psilídeo no parque citrícola. As liberações são feitas durante todo o ano, desde que haja presença de ninfas de psilídeo, e já cobriram 2.420 hectares desde que foram iniciadas, em março de 2015.
O laboratório de Controle Biológico do Fundecitrus tem apoio da Bayer CropScience, como parte da parceria firmada entre as instituições com o objetivo de desenvolvimento de novos produtos e tecnologias sustentáveis.