Pesquisas recentes indicam que certos alimentos têm a capacidade de nos proteger de doenças fatais, alterando o funcionamento dos genes ligados a elas. A evidência vem de um estudo de uma equipe internacional liderada por pesquisadores das universidades McGill e McMaster, ambas no Canadá. Eles compararam dietas de mais de 27 mil pessoas de diferentes etnias cujos DNAs foram analisados para detectar a presença de um gene conhecido como variante genética 9p21. Em 2007, um time de caçadores de genes começou a desconfiar que as pessoas que possuíam essa variante em seu DNA enfrentavam um risco maior de sofrer ataques do coração.
No entanto, por incrível que pareça, o 9p21 não tem nenhum envolvimento mais óbvio com o funcionamento do coração. O link desse gene com as doenças do coração não é direto como é normalmente o caso de genes ligados a doenças comuns. Porém, uma pista importante emergiu agora do estudo das dietas.
A pesquisa revelou que a variante genética 9p21 é mais propensa a levar a um ataque do coração se os portadores dela lançam mão de uma dieta que não inclui frutas frescas ou vegetais. Em outras palavras: se aumentarem a quantidade de saladas na entrada e frutas na sobremesa durante as refeições, os portadores do gene malfazejo podem se esquivar de seus piores efeitos. Na verdade, eles passam a ter o mesmo nível de risco de sofrer problemas do coração da população em geral.
Exatamente por que isso acontece é algo que ainda não está suficientemente claro para os pesquisadores, mas a conclusão mais importante é a de que você não precisa fazer um escaneamento total do corpo ou uma complexa terapia para diminuir o risco de infarto por meio da genética, basta mudar um pouco a sua dieta.