Divisão do Departamento do Agronegócio promove café da manhã para divulgação das propriedades dos produtos
Doces, bolos, pães, sorvetes, brigadeiros, granola e produtos saudáveis como farinhas sem glúten, pastas energéticas, barras de cerais e azeites. Mas também cremes para o corpo, cabelo, óleos hidratantes e para ingestão que auxiliam e promovem a saúde. São inúmeras as formas de utilização e consumo das nozes e castanhas produzidas no Brasil e, por isso, o Departamento do Agronegócio da Fiesp (Deagro), por meio da sua divisão que representa o setor, realizou nesta quarta-feira (18/5) um café da manhã para promover a divulgação e aproximação entre produtores e sindicatos variados.
Na ocasião, representantes das castanhas de baru, do-pará, macadâmia e pecã apresentaram seus produtos, formas de utilização e consumo e, principalmente, as propriedades nutricionais que tanto fazem das oleaginosas uma opção de alimentação saudável.
Presente no encontro, Michelle Martins Bedolini, especialista em nutrição da Gerência de Promoção da Saúde do Sesi-SP, explicou que esse grupo de alimentos é capaz de fornecer energia, combater radicais livres (que promovem o envelhecimento) e também é fonte de proteínas, vitaminas e minerais. “Além disso, já há estudos que indicam que o consumo de nozes e castanhas pode combater o diabetes e até auxiliar a prevenção de Alzheimer”, comenta. “Esse grupo de alimentos é utilizado até em tratamentos para fumantes que querem abandonar o hábito, uma vez que a sensação de saciedade promovida pela ingestão ajuda a combater a ansiedade.”
Contudo, os benefícios dessas culturas não se limitam à saúde. Financeiramente, tornar-se um produtor de macadâmia, por exemplo, pode trazer rentabilidade para o agricultor.
O presidente da Divisão de Nozes e Castanhas do Deagro, José Eduardo Camargo, conta que os produtores de cana que não poderão mais cultivar a planta devido à declividade de seus terrenos podem substituí-la pelas árvores de macadâmia. Apesar da demora para a primeira colheita – que pode demorar de 5 a 7 anos – o produto tem uma demanda futura promissora.
“Tomamos como o exemplo nosso vizinho Chile. Em dez anos eles aumentaram sua produção em mais de 15 vezes”, exemplifica. “Hoje conseguimos exportar US$ 135 milhões em nozes. Se fizermos o mesmo, esse número passa para US$ 2 bilhões, e nosso produto passará a figurar na lista dos ’10 mais’ da pauta exportadora. É muito significante.”
Para criar uma pasta de baru, semelhante ao creme de amendoim popular nos Estados unidos, Peter Oliveira, representante do babaçu e do baru, conta que sua empresa fez uma pesquisa e descobriu que toda a produção brasileira anual não seria capaz de suprir um único dia de consumo dos norte-americanos. “Há muito potencial para crescer. E além de economicamente viável a produção envolve todo um trabalho social e ambiental. Praticidade e sustentabilidade são pontos fortes para o crescimento de desenvolvimento das nozes no Brasil.”
A produção de nozes e castanhas no Brasil é dividida, praticamente, desta maneira: castanha-do-pará no Norte, de caju no Nordeste, baru no Centro-Oeste, macadâmia no Sudeste e pecã no Sul. Porém, de acordo com os especialistas, o produtor precisa de mais estímulos para poder atender a demanda, que não para de crescer.
Como o estímulo à exportação é necessário para o máximo aproveitamento do mercado, o evento contou ainda com a participação do gerente do escritório paulista da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Gustavo Bueno Norberto, que explicou quais os meios e exigências para inserir um produto no mercado internacional, além de apresentar as plataformas da agência que podem auxiliar as empresas nessas questões.
Conheça as nozes e castanhas apresentadas
Pecã – Originária do Sul dos Estados Unidos, a noz pecã possui baixo conteúdo de ácido graxos e alto nível de vitaminas e moléculas bioativas. É geralmente consumida in natura, barras de cereais, doces e pães. Cleiton Afonso Wallauer, representante da cultura, conta que a empresa já está fazendo testes para o encapsulamento do óleo da noz. “Dessa forma é possível que o consumidor tenha mais comodidade para levar para academia ou o escritório todos os benefícios do produto.” Ele também conta que hoje, no Brasil, é possível plantar cerca de cem árvores por hectare, que podem render de 1.500 a 2.000 quilos do produto final.
Castanha-do-pará – É um fruto com alto teor calórico e proteico. Além disso, contém o elemento selênio, que combate os radicais livres e que muitos estudos recomendam para a prevenção do câncer. Como o próprio nome diz, é proveniente do Norte do Brasil e, apesar da comercialização ser predominantemente proveniente da cultura extrativista, já há fazendas que adotam o cultivo da árvore. É o que diz a produtora Ana Luiza Vergueiro. “Reconstruímos totalmente a área de pasto da empresa para poder abrigar as castanheiras.” Além da benesse ambiental, ter uma área de produção fixa, ela diz, é importante para controlar o nível de selênio do fruto, uma vez que “seus índices são influenciados pelas características do solo”.
Macadâmia – Esta noz foi descoberta pelos aborígenes da Austrália e levada ao Havaí pelos exploradores europeus. Hoje, o país de origem continua sendo o maior produtor, junto com a África do Sul, que promoveu a produção da cultura ao longo das décadas. O Brasil é o sétimo maior produtor mundial, e quase toda sua produção é utilizada pelas indústrias de alimentos e cosméticos. A representante do setor, Beatriz Camargo, explica que há “estilos” do produto que são utilizados de acordo com a função que irá ter no alimento. “Para se comer pura ou coberta de chocolate, por exemplo, usamos a noz inteira, maior e arredondada. As menores e em filetes são geralmente utilizadas em cookies e bolachas. Daí temos moída para pastas e cremes, para a indústrias de sorvetes, por exemplo, ou em óleo, para cosméticos.” Dentre as propriedades funcionais da macadâmia estão o poder antioxidante e o aumento do “bom” colesterol (HDL).
Baru/babaçu – Menos conhecido entre as castanhas, o baru tem experimentado uma ascensão exponencial. Edson Cunha, representante do setor, viu sua produção aumentar 60 vezes em apenas quatro anos. “Nossa capacidade inicial era de uma tonelada por ano. Hoje, conseguimos atingir a marca de 60 toneladas/ano.”
Matéria-prima de bolos, brigadeiros, pastas cremosas e até mesmo farinhas que auxiliam a redução da gordura abdominal o Baru é encontrado predominante em Goiás, mas também é possível cultivá-lo em outras áreas de cerrado, como Minas Gerais.
“Ficamos surpresos com tamanha aceitação dos produtos em tão pouco tempo”, alegra-se Cunha, que destaca ainda os efeitos da castanha na saúde. “Pudemos constatar que uma única barra de cereal com baru é suficiente para evitar a anemia em crianças. Além de ser deliciosa.” Em agosto, a Fiesp vai sediar o I Encontro Latino-Americano de Nozes e Castanhas.
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