O orientador dos projetos, professor Jarbas de Oliveira, explica que, quando as células do fígado são lesionadas, seja por uso contínuo de álcool, de algum medicamento ou por consequência de hepatite C, ocorre uma inflamação. Ela ativa as chamadas células estreladas, que acabam criando fibras, gerando a fibrose ou a cirrose. “Incubamos células ativadas para gerar fibrose com uma molécula retirada do extrato da pimenta, chamada Capsaicina, e no caso do cacau, a Catequina. Estudos pré-clínicos comprovaram que elas desativam a inflamação e o crescimento das fibras, consequentemente causando uma melhora geral no quadro”, afirma. No caso da pimenta, os resultados apontaram queda de 50% na formação das fibras e de 70% no número de células ativadas por inflamação.
A Capsaicina é uma substância anti-inflamatória, responsável pelo sabor picante da pimenta. Oliveira diz que o próximo passo é realizar testes em modelos animais e após, em humanos. “Ainda é muito cedo para falar em cura, pois isso depende também do estágio em que está a doença. Mas já podemos afirmar que as pessoas que consomem esses frutos têm um tipo de proteção no fígado”, alerta.