A vassoura-de-bruxa e a broca-do-fruto são dois dos principais problemas que afetam a cultura do cupuaçu na região Norte do país, causando prejuízos e perdas para agricultores. Com o objetivo de ajudar o produtor a combater tanto a praga e a doença, a Embrapa Amazônia Ocidental elaborou duas cartilhas enfocando a adoção de boas práticas agrícolas na cultura do cupuçuazeiro. As publicações serão lançadas no dia 29, em evento com a participação de produtores rurais de Presidente Figueiredo (AM), na sede do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) daquele município. As cartilhas serão distribuídas também para produtores de cupuaçu de outros municípios.
O objetivo das publicações é repassar informações para produtores, enfocando as boas práticas agrícolas para o combate tanto para a broca-do-fruto como para a vassoura-de-bruxa, auxiliando, com isso, no aumento da produtividade de quem trabalha com o cupuaçu. Segundo a pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental Aparecida Claret de Souza, as publicações foram elaboradas com uma linguagem simples e objetiva e com muitas ilustrações, facilitando a compreensão dos leitores. As duas cartilhas são ações do projeto “Pesquisas e Inovações Tecnológicas para o Desenvolvimento da Cultura do Cupuaçuzeiro no Estado do Amazonas”, liderado pela Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus/AM), financiado com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e com apoio da Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror).
Nas cartilhas são explicadas de forma didática a broca-do-fruto e a vassoura-de-bruxa, como atuam sobre as plantas e os prejuízos que podem trazer para a cultura. Além disso, são repassadas informações sobre práticas de manejo que podem evitar o surgimento dos problemas, bem como evitar que se alastrem depois de identificadas em uma área de cultivo. Outro ponto ressaltado é a importância da interação entre instituições de pesquisa e de assistência e extensão rural e produtores para o combate à praga e à doença. “Temos diferentes centros de pesquisa que desenvolvem tecnologias para o combate a esses problemas na cultura do cupuaçu. Essas informações são repassadas para técnicos da extensão rural, que orientam os produtores na aplicação dessas tecnologias e também na disseminação de boas práticas em relação à cultura”, ressaltou Aparecida Claret de Souza.
A broca-do-fruto é um inseto que existe naturalmente nas matas da região, e ataca o cupuçuazeiro quando está na fase de larva, estragando a polpa e levando até a perda total da produção. Quando a praga se instala em um plantio, se estabelece um ciclo de reprodução de difícil controle, pois o inseto deposita os ovos nos frutos gerando as larvas, que passam a se desenvolver dentro do cupuaçu e quando o fruto cai no chão, se instalam também no solo, onde geram novos insetos adultos, recomeçando o ciclo. Por isso a necessidade de um bom manejo de frutas já atacadas para que a população não aumente e tome conta de todo o plantio. Já a vassoura-de-bruxa é um fungo que infecta diferentes partes da planta, levando a anomalias que levam a grande perdas na produção. Por meio de vento e chuva o fungo é levado, podendo chegar a áreas de plantios vizinhos ou mesmo mais distantes. Na cartilha está explicado de que forma é possível impedir a propagação do fungo, evitando a contaminação de outras árvores ou de outros plantios.
Projeto – O projeto de desenvolvimento da cultura do cupuaçuzeiro no Amazonas abrangeu ações integradas entre a pesquisa, a extensão e os agricultores. De acordo com a pesquisadora Aparecida Claret de Souza, líder do projeto, entre os objetivos estão ações inovadoras de pesquisas para o controle da broca-do-fruto e da vassoura-de-bruxa, problemas que afetam a produtividade da cultura no estado. “O projeto prevê também ações de transferência de tecnologias, levando ao produtor os avanços que a pesquisa vem obtendo tanto no controle de doenças como no desenvolvimento de cultivares resistentes e mais produtivas”.
Entre as ações desenvolvidas está a instalação de Unidades de Referência Tecnológicas (URTs) em áreas de produtores, utilizando cultivares desenvolvidas pela Embrapa e também disseminando boas práticas de manejo. Outro ponto importante do projeto diz respeito à capacitação dos produtores e técnicos de Ater. Nesse sentido, foram realizadas 25 atividades, entre cursos, reuniões técnicas e palestras. “A capacitação dos produtores é essencial, possibilitando que tenham ferramentas para um melhor manejo das plantas, aumentando assim a produção e a renda das famílias”, ressaltou a pesquisadora. O projeto está sendo desenvolvido em rede, em parceria entre Unidades da Embrapa no Amazonas (Embrapa Amazônia Ocidental), Rondônia (Embrapa Rondônia) e Brasília (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e o Instituto para o Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam).
Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) – Manaus/AM – fernando.goss@embrapa.br –
www.embrapa.br/amazonia-ocidental
*Fernando Goss – Jornalista – Núcleo de Comunicação Organizacional – Embrapa Amazônia Ocidental