(notícia publicada em 12/06/2013 – Globo G1)
De porte médio, cada árvore pode atingir até 10 metros de altura. João Alencar é engenheiro agrônomo e um dos pesquisadores do noni no Ceará. Ele conta que a planta tem origem asiática e adaptou-se bem ao clima do Brasil. As plantas, em condições ideais de água e nutrientes, produzem fruta durante o ano inteiro e com uma característica especial. Em um único galho é possível ver todas as fases do crescimento: da florzinha até o noni no ponto de colheita. O ponto certo de colheita é quando acontece a fase chamada de leitosa. Maduro, o noni ganha uma coloração mais esbranquiçada e fica molinho e pronto para o consumo.
As pesquisas da Embrapa começaram em 2008. O agrônomo explica que o noni começou a ser pesquisado depois que se tornou popular nas feiras livres e que a fruta tem atraído a atenção da população porque é rica em nutrientes. “É rica em vitamina C e antioxidantes e a Embrapa vendo isso, começou a trabalhar no desenvolvimento agronômico da fruta”, diz João Alencar.
A fruta vem causando polêmica em Pernambuco porque é vendida nas feiras livres como se fosse planta medicinal. Nas ruas de Recife é muito fácil encontrar gente comprando e vendendo noni. O cheiro da fruta é muito forte, aliás, o cheiro e o gosto. Então, antes de consumir, para não sentir tanto, é preciso misturar com outras frutas como cajá, limão, goiaba ou uva. A uva é mais usada, as pessoas fazem um suco e, em geral, tomam duas vezes por dia. Não tem receita, um conta para o outro.
Apesar do entusiasmo da população, a Vigilância Sanitária faz um alerta. Não existe nenhum produto industrializado à base de noni permitido no Brasil e todo alimento deve ter autorização da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, para ser comercializado.