Nome científico: Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) K. Schum.
Nomes populares: cupuaçu, cupuaçu-verdadeiro.
Família Botânica: Malvaceae
Origem: nativa do Brasil.
Espécie endêmica do Brasil, característica da Floresta de Igapó, Floresta de Várzea e Floresta Ombrófila Densa. É uma das frutas mais populares da região Norte, muito consumida pela população amazônica.
Fruta: apresenta casca dura, forma elíptica e pesa em média 1.250 g. Sua composição é 37,5% de casca, 15,0% de semente e 45,5% de polpa.
Semente: tem uma gordura branca bastante semelhante à gordura de cacau.
Propriedades nutricionais: o cupuaçu contém ferro, fósforo e proteínas, necessários para a formação celular, participando dos processos químicos que permitem a continuação da vida. Vitaminas: C (ácido ascórbico), excelente para evitar gripes, infecções e até o câncer, melhorando o sistema imunológico e varrendo os radicais livres; vitaminas do complexo B ( B1, B2, B5): B1 (tiamina), antiestressante e tonificante dos músculos; B2, (riboflavina), alivia olhos cansados e ajuda na formação das hemácias; B5 (ácido pantotênico), ajuda na proteção do organismo junto aos anticorpos. Possui também taninos, que ajudam a evitar inflamações e toxinas do organismo. As fibras evitam que o organismo acumule toxinas, evitam o ressecamento fecal e combatem a prisão de ventre. As sementes do cupuaçu e sua polpa podem ser indicadas para tratar doenças no trato gastrointestinal, sendo também antioxidante.
Clima e solo: prefere solos profundos, com boa retenção de água, fertilidade e com boa constituição física, pH entre 6,0 e 6,5.
A fruta madura é reconhecida facilmente por seu sabor inigualável, usada para a fabricação de sucos naturais, sorvetes, iogurtes, doces, geleias, pudins, assim como recheios e coberturas. As sementes podem ser aproveitadas para a fabricação do cupulate, que foi desenvolvido na década de 1980 pela pesquisadora aposentada Raimunda Fátima Ribeiro de Nazaré, da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA): as sementes do cupuaçu, que correspondem a cerca de 20% do fruto, depois de fermentadas, secas, torradas e moídas, geram um produto semelhante ao chocolate convencional em sabor e textura, mas livre de cafeína e teobromina. O cupulate pode ser apresentado em barra ou pó, nos sabores ao leite, meio amargo e branco.
Curiosidade: nos últimos anos, o cupuaçu esteve no centro de um debate internacional sobre biopirataria. A empresa japonesa Asahi Foods, que havia registrado o nome cupuaçu para uso exclusivo, teve esse registro cancelado na União Européia, no Japão e nos Estados Unidos, após esforços conjuntos de ONGs brasileiras e do governo federal e de ações movidas contra a empresa japonesa junto à Câmara dos Deputados e o Senado Federal.
________________________________________________________________________________
Fonte: DONADIO, L.C.; ZACCARO, R.P. Valor nutricional de frutas.
Theobroma grandiflorum (Willd. & x Spreng) Schum, Sterculiaceae, espécie nativa da Amazônia brasileira, é uma das mais importantes e passou da fase extrativista para o cultivo há pouco tempo, mas sua reputação já alcança o mercado internacional.
Sua polpa é utilizada para muitos produtos, tais como suco, geleia, doces, sorvete, na culinária em geral e até as sementes podem ser utilizadas para se fazer um tipo de chocolate, chamado cupulate. Também utilizado na indústria de cosméticos e farmacêutica.
Os estados do Pará e Amazonas são os principais produtores, mas a Bahia e o Espírito Santo também são produtores. Essas e outras informações foram citadas no livro recente da SBF, publicado por Souza et al. (2010). Segundo esses autores, o significado do nome do gênero Theobroma é “manjar dos deuses”. Publicações anteriores também deram informações importantes sobre essa fruta (CALZAVARA et al., 1984; VENTURIERI, 1993).
O fruto do cupuaçu é uma baga, com uma casca dura, lenhosa e recoberta por uma pelugem típica, de cor de ferrugem, que se desprende conforme o manuseio do fruto. Apesar da forma do fruto ser variável, o usual é a oblonga, e outras como ovalada, elíptica, obovada ou até redonda. O diâmetro varia de 9 a 15 cm, e o comprimento do fruto vai de 10 a 40 cm, com peso variável de 200 g até 4 kg, com média de cerca de 1,2 a 1,5 kg. A casca é grossa, com 0,6 a 1 cm, e as sementes são numerosas, de 15 a 50 por fruto, com 4 a 7 g cada uma, ovoides, com um tegumento aderido, fibroso. Há frutos sem sementes, chamados de mamau, com maior porcentagem de polpa, que chega até 60 a 68%. O cheiro da polpa do fruto maduro é agradável, característico e chamativo, sendo que, nesse estágio, o fruto cai da planta e é coletado, o que deve ser feito diariamente para manter sua qualidade.
Após a coleta, os frutos são transportados para beneficiamento, que consiste na recepção, lavagem e sanitização, quebra da casca, seleção e despolpa, acondicionamento em recipiente de aço inoxidável e armazenagem, que pode ser em saco de polietileno, congelamento, armazenamento a frio, de-18 a -22 ºC. O florescimento na região de Manaus ocorre de maio a setembro, e a colheita vai ser cerca de 4,5 a 6 meses depois, de outubro a junho, com pico de colheita em março.
Além de suas qualidades alimentares, a polpa do cupuaçu mantém seu aroma em seus produtos, com excelentes características sensoriais e tecnológicas. A polpa congelada é uma das mais consumidas e reputadas, utilizada para se fazer geleia, doces, sucos e outros produtos.
Minerais – cálcio – 13; fósforo – 21; ferro – 0,5; potássio – 331 mg/100 g de polpa.
Vitaminas – vitamina C 12 – 26 mg; B3 – 0,5 mg.
A composição do fruto é de 37% de polpa, 15% de sementes, 3% de placenta e 45% de casca, mas no fruto sem semente a polpa rende mais. Há muita variação na qualidade do fruto, indo de 10 a 14,5 ºBrix de sólidos solúveis totais, de 12 a 26 mg/100 g de polpa, de vitamina C.
O teor de pectina é alto, com 0,39 %, e entre os compostos do aroma há o butirato de etila.
Outros dados são os seguintes: acidez – 2,15 %; aminoácidos – 21,9 mg; extrato etéreo – 0,53 %. A gordura das sementes do cupuaçu tem, em média, índice de refração de 1,4583; índice de iodo – 34-35 wijs; índice de acidez – 3,3 em % de ácido oleico; índice de saponificação – 191; ponto de fusão – 29 a 30 ºC; insaponificáveis em éter etílico – 1,2% (SILVA, 1988).
As sementes de cupuaçu têm maiores índices de proteínas, carboidratos, fibras e ácido graxo oleico, maiores do que os do cacau. Alguns dados de diversos autores, citados por Venturieri (1993) para a polpa – acidez em % de ácido cítrico – 2 a 2,35; sólidos solúveis totais – 10,5 a 10,8 ºBrix; proteínas – 0,53 a 1,92; gorduras – 0,48 a 0,65 %; fibras – 0,5 a 2,47 %; açúcares redutores – 2,8 a 3,1 %; pectinas – 390 a 830 mg/100g; ferro – 1,52 a 2,6 mg; niacina – 0,5 mg.
Foto 1. Fruto típico ainda na planta
Foto 2. Frutos maduros (Foto: Gilberto Fraife Filho)
Foto 3. Frutos cortados mostrando sua polpa (Foto: Gilberto Fraife Filho)
Foto 4. Frutos cortados, mostrando a polpa e as sementes
Foto 5. Produtos à base de cupuaçu (Foto: Gilberto Fraife Filho)