O Monalisa, programa de melhoramento da Epagri, foi lançada em 2009 pelos pesquisadores Aníso Pedro Camilo e Frederico Denard, porém o trabalho de melhoramento é complexo, e nove anos depois o programa continuou com outros pesquisadores a frente. O Monalisa é um melhoramento genético da Epagri de Caçador e São Joaquim. O cultivar Monalisa foi desenvolvido como produto de cruzamento realizado em 1987 envolvendo a gala (mãe) e uma seleção local denominada Malus 4. No ano de 1995, a planta que deu origem a esse cultivar foi selecionada por apresentar boa adaptação ao clima da região Meio Oeste Catarinense, resistente a sarna, além de frutas com aparência exuberante e alto qualidade gustativa. “O Monalisa tem entre as principais virtudes a boa adaptação climática e a alta fitossanidade, além da aparência que é muito apreciada. O sabor dela é um pouco mais acido, mas contém muito açúcar, isso significa que além de boa aparência o sabor também agrada a maioria que provam”.
Por ser resistente, a variedade Monalisa não precisa de tantos tratamentos com agrotóxicos. “Este é mais um ponto favorável a esta variedade. Enquanto a Fuji e a Gala precisam de até 30 tratamentos por ano, a Monalisa precisa de 10 a 15 tratamentos. É uma variedade com bastante cor, mais resistente na planta mesmo em períodos de maturação avançada e o produtor pode reduzir o seu custo de produção uma vez que os agrotóxicos respondem por grande parte deste custo”, enfatiza. Maraísa ressalta que o sucesso do programa de melhoramento genético da Epagri deve-se ao fato de produzir maçãs em um local com menor acúmulo de frio que o ideal. “Os países de forma geral estão tentando se precaver devido o à elevação das temperaturas. E por isso o interesse nas variedades que estamos desenvolvendo e que têm melhor a essa adaptação climática, além de qualidade, sabor e aparência”.
A Monalisa é uma das variedades que tem mostrado grandes chances de consolidação no exterior, visto que já está registrada e protegida em nome da Epagri em aproximadamente 20 diferentes países.
Vantagens – O cultivar Monalisa apresenta resistência genética as principais doenças da Macieira (sarna, mancha foliar de agromella), além de boa tolerância a podridão amarga e ao oídio. Após avaliações criteriosas, também foi verificada a não preferencia ao inseto praga . Todas essas preferencias garantem ao cultivar Monalisa, quando comparado aos tradicionais (Gala e Fuji), maior facilidade na produção de frutos de alta qualidade com menos custo de produção. A economia na quantidade de agrotóxicos usados no Monalisa, também resulta em menos riscos de danos ao meio-ambiente e a saúde de fruticultores e consumidores. Essa mesma característica ainda tem possibilidade de sair mais barata no bolso do consumidor, conforme explica a pesquisadora Maraísa Crestani Hawerroth. “Se o produtor gasta menos com agrotóxicos para manter a qualidade do fruto, consequentemente ele irá chegar mais barato ao bolso do consumidor. Entretanto, ainda existem outros fatores que determinam o valor deste fruto, por exemplo, ele pode ser muito valorizado pela aparência atrativa e ter poucos produtores, então o valor de mercado é bem variante”, destaca.
As plantas – As plantas do cultivar Monalisa requerem um frio de em torno de 550 a 600 horas menos 7,2C°, segundo estimativas. Possuem também alta precocidade no que se refere ao inicio da produção, resultando em retorno de capital mais rapidamente. Alto potencial produtivo, os ramos têm crescimento horizontalizado, o que requer menos mão de obra para o arqueamento. O fruto – Os frutos são uniformes em tamanho, formato e coloração. Tem a cor vermelho-escarlate, cobrindo de 80% a 100% da superfície sem estrias e manchas. O formato é arredondado cônico, com tamanho médio. Os frutos amadurecem aproximadamente entre cinco e dez dias antes da Gala. Apresenta altos teores de açúcar e acidez na polpa, com balanço acidez/açúcar ligeiramente mais elevado que na Gala. A conservação é semelhante a Gala.
Fonte: *Andrielli Zambonin/Jornal Extra/Caçador-SC