01/06/2011 – Embrapa Informação Tecnológica
Apresentar ao produtor rural os cuidados que ele deve ter com o transporte e armazenamento dos frutos do açaí é o assunto do Prosa Rural desta semana.
Durante o programa, o pesquisador Dalton Cruz Pessoa, da Embrapa Instrumentação, São Carlos (SP), vai explicar quais os cuidados que o produtor deve ter na hora de transportar os frutos do açaí, dar dicas sobre o que ele deve ou não fazer na hora de armazenar os frutos; os métodos mais usados para armazenar o produto; as vantagens e desvantagens desses métodos, entre outras informações.
O consumo do açaí começou a ser ampliado no final da década de 90 com a industrialização e congelamento da polpa vendida aos mercados nacional, principalmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, e internacional. A procura crescente pelo produto deve-se ao fato do poder antioxidante dos compostos fenólicos, entre eles, as antocianinas. O pesquisador afirma que esse aumento da demanda traz também a necessidade de métodos de monitoramento da qualidade, tanto do produto a ser consumido in natura quanto do produto a ser reprocessado.
Conforme dados da publicação Sistemas de Produção da Embrapa Amazônia Oriental, as atividades de extração, transporte, comercialização e industrialização de frutos e palmito de açaizeiro são responsáveis pela geração de 25 mil empregos diretos e geram anualmente mais de R$ 40 milhões em receitas. Estima-se que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500 toneladas mensalmente, 150 toneladas em São Paulo e outras 200 toneladas nos demais estados brasileiros.
Grande parte dos frutos de açaí provém do extrativismo realizado por ribeirinhos ao longo da bacia amazônica. As condições precárias de transporte até os centros urbanos (onde estão instaladas as agroindústrias) e armazenamento, tendem a gerar perdas pós-colheita e redução da qualidade dos frutos no destino final. O que afeta o seu preço de mercado.
Isso acarreta perdas financeiras para o produtor ou coletor que não obtém remuneração adequada, nem para a indústria que recebe frutos com menor rendimento e precisa processá-los no mesmo dia, o que implica horas extras e um ritmo de trabalho irregular. Os estudos em pós-colheita e fisiologia do fruto de açaí são escassos.
Assim, o trabalho de pesquisa desenvolvido na Embrapa Instrumentação teve como intuito preencher algumas lacunas do conhecimento sobre o fruto de açaí. O estudo foi dividido em três partes: avaliação da respiração do fruto, determinação do ponto de congelamento e armazenamento refrigerado do fruto de açaí.
O processo de hidroconservação foi desenvolvido no Laboratório de Inovação em Pós-colheita da Embrapa Instrumentação como alternativa para aumentar o tempo de vida útil de hortifrutis. Atualmente estão sendo preparados três modelos para transferência da tecnologia: o modelo de imersão, o de aspersão e o híbrido.
Esta tecnologia usa uma solução aquosa como meio trocador de calor, em substituição ao ar, o que confere mais estabilidade à temperatura do meio e menores gradientes internos na câmara de armazenamento. Neste sistema o produto deve estar necessariamente em embalagem vedada, criando um ambiente de 100 % de umidade. Nestas condições e usando o modelo e imersão, o tempo de vida útil da couve manteiga foi aumentado em 300% e em 400% no modelo de aspersão.
Você saber mais sobre este assunto ouvindo o Prosa Rural, o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.