(extraído do Globo Rural On-line – texto original do jornalista João Mathias)
Início – Adquira de viveiristas idôneos as mudas de qualidade obtidas por estaquia ou por enxertia, que geram um pomar mais uniforme e produtivo. Compre exemplares em substratos comerciais e com aparência saudável, evitando levar junto uma praga de solo. As variedades mais cultivadas em São Paulo são Olivier e Waldy-CATI, mas existem outras como Sertaneja, Flor-branca, Okinawa, entre outras, selecionadas pela Embrapa e pela Universidade Estadual de Londrina, PR.
Ambiente – Planta de clima tropical, a aceroleira também apresenta boa adaptação em regiões onde o clima é subtropical. Prefere temperaturas na faixa de 15o C a 32o C, com média anual de cerca de 26o C. A planta, apesar de ser exigente quanto à insolação, devido à influência que o sol tem na produção de vitamina C, registra bom desenvolvimento em locais onde as chuvas são bem distribuídas ao longo do ano.
Plantio – Deve ser realizado, preferencialmente, no início ou durante os meses da estação das chuvas, em solos profundos, areno-argilosos e bem drenados. Exceto no inverno, o plantio pode ser feito em qualquer época do ano, se houver disponibilidade de irrigação no cultivo da fruteira.
Espaçamento – Pode variar entre 5 x 5 metros, 6 x 4 metros e 5 x 4 metros, que é o mais utilizado nos plantios em propriedades instaladas no estado de São Paulo, com 500 árvores por hectare.
Cuidados – Em caso de necessidade, deve-se realizar as práticas culturais usuais, como controle de plantas daninhas, adubações de solo, podas de formação e de limpeza e irrigação. Adubos orgânicos contribuem para que os frutos fiquem maiores e a aceroleira, mais produtiva. Nematoides, pulgões, formigas cortadeiras, cigarrinhas e mosca-das-frutas são algumas das pragas que atacam a fruteira. Entre as doenças, incluem-se antracnose, cercosporiose, seca descendente de ramos e podridão de frutos.
Produção – Dependendo das condições climáticas locais e da condução do plantio, a partir de oito meses surgem os primeiros frutos da aceroleira. A planta pode registrar anualmente três ou mais safras concentradas, principalmente na primavera e no verão. Após o terceiro ou quarto ano do plantio, as fruteiras adultas chegam a produzir 40 quilos de acerolas por planta ao ano, o que corresponde a uma produtividade média em torno de 16 toneladas por hectare. Colha os frutos a cada dois ou três dias, retirando todos os maduros e os que estão mudando de coloração. Evite deixar as acerolas expostas ao sol depois da colheita.
Polinização – Vale salientar que, como a polinização da aceroleira também depende da ação de insetos, com destaque para as abelhas nativas do gênero Centris spp., é preciso contar com eles nas proximidades do cultivo. No entanto, quando se planta mais de uma variedade de acerola no mesmo pomar, pode ocorrer a polinização cruzada, o que beneficia o pegamento dos frutos.
RAIO-X:
Solo: profundo, areno-argiloso e bem drenado
Clima: tropical e subtropical
Área mínima: pode ser plantada em vaso para consumo doméstico
Colheita: a partir de 8 meses
Consultores: Fernanda de Paiva Badiz Furlaneto, médica-veterinária e pesquisadora do Polo Regional Centro Oeste, UPD Marília, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; e Maurício Dominguez Nasser, engenheiro agrônomo e pesquisador do Polo Regional Alta Paulista (APTA).