A colheita da pitaia só encerra em maio, mas já é possível afirmar que a safra será boa, com aumento de produtividade em relação ao ano passado. Quem informa é Lidiane Camargo, extensionista rural da Epagri em Criciúma. A região Sul é a maior produtora da fruta no Estado, com 117 famílias agricultoras dedicando-se à atividade. Em muitas propriedades da região, sobretudo em Içara e Turvo, a pitaia é a principal fonte de renda.
Como a colheita não foi concluída, a extensionista não pode ainda afirmar qual o índice de crescimento de produção e produtividade, mas adianta que os resultados serão animadores. Há sete anos o cultivo da pitaia se popularizou no Sul de Santa Catarina. Desde então a atividade só vem se expandindo e se fortalecendo. Segundo Lidiane, praticamente todas as propriedades da região aumentaram suas áreas de plantio no último ano.
Todo esse entusiasmo com o cultivo da pitaia tem motivos. A planta, muita rústica, não é suscetível a doenças e sofre muito pouco com ataques de pragas. Assim, seu manejo é mais simples e o custo de produção menor, já que dispensa agrotóxicos e se desenvolve bem com adubo orgânico.
A fruticultura é uma vocação natural da região e muitos produtores de maracujá acabaram migrando para a pitaia em virtude das vantagens. “O manejo das duas frutas é similar”, explica Lidiane. Houve também quem deixasse a fumicultura para aderir ao novo cultivo, muito menos prejudicial para a saúde do agricultor e de menor impacto ambiental. O bom valor agregado da pitaia é outro atrativo para os agricultores, além do mercado, que é crescente. “Tem muita gente que ainda nem conhece a fruta”, atesta Lidiane. Boa parte da produção do Sul do Estado fica no comércio local, mas já há produtores vendendo para outras praças, como Curitiba e São Paulo.
Na Grande Florianópolis – Apesar de estar mais concentrado na região Sul, o cultivo da pitaia vem aos poucos se expandido pelo Estado. Segundo Lidiane, a fruta se adapta bem a áreas mais quentes e não tem limitações quanto a índices pluviométricos, já que gosta de chuva mas também é resistente a estiagem. Dentro deste cenário, somente a região serrana, onde a temperatura é mais baixa, não é ideal para o cultivo.
Vitório Schmitt, de Antônio Carlos, na Grande Florianópolis, apostou há dois ano nesse novo nicho de mercado e não tem do que reclamar. Possui 1,5 mil pés da planta, que, por serem jovens, ainda não estão na plenitude de sua capacidade produtiva. Esse ano ele teve uma boa colheita, que deve crescer nas próximas safras, já que uma planta produz frutos por até 20 anos.
Esse é mais um agricultor que optou pela pitaia por questões ambientais e de saúde. Ele planta chuchu há 20 anos, mas não estava satisfeito com o crescente volume de agrotóxicos que vinha aplicando na lavoura. Aos poucos está abandonando a hortaliça para se dedicar à pitaia, que não recebe nenhum tipo de agrotóxico. Ele também investe na apicultura, uma atividade que colabora para a produtividade da pitaia, já que a abelhas são importantes para a polinização da fruta.
Vitório vende praticamente toda sua produção de pitaia para o Ceasa, o restante entrega em mercados de Antônio Carlos. Encerra sua colheita na próxima semana com motivos para comemorar. Para quem pretende captar imagens da fruta no pé, a recomendação é que o faça o quanto antes, já que colheita está no final. Em Antônio Carlos, o Vitório pretende colher tudo até a terça-feira, 24 de abril. A propriedade do Vitório fica próxima ao centro da cidade, de fácil acesso.
Veja também vídeo da polinização da pitaya – A polinização da pitaya é o tema do Emater Responde desta semana. A polinização da pitaya geralmente é feita no verão, mas ela pode ocorrer, sem prejuízos, até o mês de maio. * Emater/RS-Ascar – https://www.youtube.com/watch?time_continue=4&v=CHghdJVWzuY