A certificação de hortifrútis veio para ficar. Quem nunca se deparou com a dificuldade de escolher o melhor hortifrúti para levar pra casa? Super mercados, sacolões, mercadões e outros estabelecimentos também enfrentam o desafio de escolher o melhor fornecedor de alimentos.
Nesse sentido, no mercado de hortifrúti existe concorrência pelos clientes e pelos fornecedores. Por isso, saber identificar e gerir bons fornecedores é essencial.
Um bom fornecedor de hortifrutis, além de apresentar um bom preço e qualidade do alimento, deve seguir três pilares básicos:
Com isso, quem está comprando hortifrúti consegue avaliar os riscos. Uma forma de apresentar esses pilares ao comprador é pela certificação de hortifrútis.
Afinal, imagine você ter que identificar a origem de um hortifrúti.
Dificilmente irá conseguir identificar se o alimento que está comprando no mercado veio direto de um produtor ou se passou por diferentes fornecedores.
Sem uma certificação de hortifrutis adequada, fica difícil responder à pergunta “quem produziu de fato o que eu estou comprando?” Muito menos saber como ele foi produzido.
Neste caso, o risco de comprar algo que tenha resíduos de defensivos não permitidos ou acima do limite permitido é algo que não pode ser detectado em uma inspeção de recebimento. Assim, expõe demais todos os entes da cadeia, que são responsáveis perante a Lei.
Em um mercado cada vez mais exigente, a produção agrícola certificada é vista como um grande diferencial. Isso não só para atingir o mercado externo, como também para comercialização dentro do Brasil.
As frutas foram os principais produtos certificados no Brasil, tendo em vista o atingimento dos mercados externos, principalmente europeu e americano. Dentre elas podemos citar os melões, maçãs, uvas, mangas, citros e bananas.
O mercado comprador lança mão de diversos requisitos a serem atendidos pelos entes da cadeia de fornecimento de hortifruti. Essas exigências estão focadas em BPAs (Boas Práticas Agrícolas), segurança de alimentos, responsabilidade social e rastreabilidade.
Esse mercado comprador está formado por lojas de varejo (supermercados e sacolões), serviços de alimentação (cozinhas industriais, redes de fast food, restaurantes), indústrias de alimentos e distribuidores de hortifruti (atacadistas).
Alguns compradores possuem seus próprios protocolos de auditoria, porém aceitam certificações reconhecidas mundialmente. Outros exigem diretamente os certificados segundo padrões mundiais.
Além do mais, existem diferentes tipos de certificação para o grupo dos hortifrutis. Ou seja, tanto focadas na produção agrícola primária como também nas áreas de packing house, indústrias de processamento e centros de distribuição. Neste artigo, vamos focar nos produtores rurais.
As principais certificações exigidas ou desejadas pelo mercado comprador de hortifruti são baseadas nas boas práticas agrícolas e segurança de alimentos. O mundialmente reconhecido GlobalGAP, atualmente a certificação mais cotada para produtores rurais de hortifruti, é um exemplo.
Alguns compradores adicionam requisitos ao GlobalGAP conhecidos como AddOn, que devem ser somados aos requisitos da norma no processo de auditoria.
Em 2015 tínhamos 1130 propriedades certificadas GlobalGAP no Brasil em um total mundial de mais de 160 mil produtores certificados. A maior concentração de certificados está no continente Europeu, que representa mais de 60% do total mundial.
Contudo, considerando o número de produtores de hortifruti no Brasil, que atinge 6 dígitos, ainda temos poucas produções certificadas.
A baixa adesão ou procura por certificações de hortifrútis pelos produtores rurais, principalmente os pequenos e médios, acontece porque existe uma ideia de que o atingimento dos padrões internacionais contidos em uma certificação é praticamente impossível. Mas isso não é verdade.
Muitos pequenos produtores, quando existe a necessidade, se organizam com baixo investimento, para obter uma certificação. O mais importante está no atendimento aos requisitos legais da aplicação de insumos, principalmente defensivos agrícolas, rastreabilidade, treinamentos da equipe interna e registros de todas as atividades.
Não menos importantes estão as certificações que envolvem padrões para responsabilidade social. Nesse contexto, o próprio GlobalGAP conta com o esquema GRASP, que atende aos requisitos sociais. Neste caso o cliente da norma é o colaborador e os principais temas estão vinculados aos preceitos da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Com uma cadeia de produtores certificada a compra de hortifruti certamente vai oferecer menos riscos para o mercado comprador e para o consumidor final.
Fonte: Hortifruti Saber e Saúde.