Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/ Esalq/USP) dizem que o cenário é de preços positivos para os produtores de laranja no polo citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro, mesmo em um cenário de maior produção.
Na avaliação dos pesquisadores, “ainda que a oferta da fruta se eleve na próxima temporada, o retorno dos estoques a níveis críticos nas indústrias paulistas (reflexo da menor produção em 2018/2019) deve sustentar a demanda pela matéria-prima”.
Eles lembram que a projeção de agosto/2018 da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) indicavam que os estoques finais previstos para 30 de junho deste ano – de 146,7 mil toneladas de suco em equivalente concentrado – seriam suficientes para atender a, no máximo, dois meses de embarque.
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As primeiras propostas de compra das laranjas de 2019/20 por parte das grandes indústrias se iniciaram com antecedência por mais um ano (em outubro/2018), dizem eles, observando que os valores oferecidos estiveram em torno de R$ 22,00/caixa de 40,8 kg, colhida e posta na indústria, podendo contar com adicional de participação no preço de venda do suco no mercado internacional. “Em 2018/19, vale lembrar, as primeiras propostas eram realizadas em torno de R$ 20,00/caixa.”
Segundo os pesquisadores, embora cautelosos em um primeiro momento, aguardando melhor dimensionamento da safra, os citricultores acataram as negociações em meados de novembro, temendo que os valores propostos recuassem nos meses seguintes. “As compras antecipadas têm sido uma estratégia das grandes indústrias desde 2016 (quando se iniciaram em outubro, mesmo com a safra 2017/18 tendo sido uma das maiores da história).”
Exterior
Em relação ao mercado internacional, os pesquisadores comentam que na Flórida o cenário também é favorável em termos de produção. Para 2018/2019, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima aumento de 71,5%, devido ao clima favorável ao desenvolvimento das laranjas locais e aos métodos mais adequados para a convivência com o greening.
Eles observam que ainda que a maior oferta norte-americana se confirme, os indicativos são de que a demanda dos EUA por suco de laranja brasileiro continue aquecida. “Isso porque, mesmo que o greening esteja mais controlado na Flórida, ainda se trata de um problema de longo prazo. Além disso, a previsão positiva não deve resultar em forte elevação dos volumes de suco nos estoques das indústrias norte-americanas.”
Fonte: hfbrasil.org.br