Nome científico: Bertholletia excelsa Bonpl.
Nomes populares: castanha-do-pará, castanheira, castanha-verdadeira, castanha-do-brasil, amendoeira-da-américa.
Família botânica: Lecythidaceae
Distribuição geográfica e habitat: nativa da região amazônica, em áreas não inundáveis, nas florestas de bosques altos, também ocorrente na mesma região boliviana e peruana, além de outros países como Colômbia, Venezuela, Suriname, Honduras e Guianas.
É uma árvore de grande porte, podendo medir até 60 m de altura, com tronco de 100 a 180 cm de diâmetro.
Tronco: cilíndrico, áspero, e com os ramos formando uma copa no ápice da planta.
Folhas: são simples, glabras, decíduas, de forma oblonga e elíptico-oblonga, verde-brilhantes na face superior e pálidas na inferior, com cor amarronzado-leve quando novas.
Flores: hermafroditas, zigomorfas, subsésseis, com 2 a 3 sépalas e seis pétalas, décor branca e amarela, perfumadas, não aderentes e imbricadas, um pouco desiguais, grossas e carnosas na base.
Fruto: é uma cápsula, chamada pixídio incompleto ou imperfeito, que recebe o nome de ouriço ou coco em espanhol. É esférico ou ligeiramente achatado, com casca muito dura e lenhosa, com células pétreas ou esclereídios. O peso do fruto é muito variável, indo de 200 a 2.000 g, medindo de 10 a 25 cm de diâmetro, com média de 18 sementes. As sementes ou castanhas são a parte de maior valor econômico da castanheira pelo seu teor nutritivo e qualidade dos aminoácidos presentes, sendo utilizadas de muitas maneiras, desde ao natural até em uma gama muito grande de produtos. Em 100 g de amêndoas, há 3 g de água, 75% de calorias, 16,4 g de proteínas, 69,3% de lipídios, 3,2 g de carboidratos, 4,6 g de fibras e 3,5 g de sais minerais, dos quais o cálcio e o fósforo são os principais. Rica em Vitamina B e outros minerais. É a principal fonte natural de selênio, um poderoso antioxidante que ajuda a reduzir a quantidade de radicais livres no organismo, os quais podem causar danos como inflamação, alterações no funcionamento das células e envelhecimento.
Clima e solo: na sua região de dispersão, as condições climáticas prevalecentes são as de temperatura média anual entre 24 e 27oC e mínima de 19oC, com precipitação de 1.400 a 2.800 mm por ano, mas com períodos mais secos em alguns meses, com menos de 100 mm por mês, sendo a umidade do ar entre 70 a 91%. Prefere solos não inundáveis, nas florestas de bosques altos.
A amêndoa é comestível.
O óleo e o extrato de castanha-do-pará são utilizados como matéria-prima na fabricação de produtos farmacêuticos, cremes de limpeza, hidratantes, batons, sabonetes finos, xampus e condicionadores.
A madeira é usada para tábuas, assoalhos, forros, compensados e embalagens.
A medicina popular recomenda a ingestão da fervura da casca da árvore para tratar moléstias no fígado, as sementes esmagadas para cauterizar feridas e a água deixada de molho no “umbigo do ouriço” para curar anemia, hepatite e desnutrição.
Clique aqui, para mais informações sobre as propriedades nutricionais e medicinais da castanha-do-pará.
Você sabia que a maior parte da castanha-do-brasil produzida no País vem de florestas nativas da região amazônica? E que esse trabalho é feito principalmente por ribeirinhos, agricultores familiares e povos indígenas? Pois é, a castanha é um dos principais produtos da sociobiodiversidade brasileira e seu uso e manejo estão diretamente vinculados ao conhecimento e à cultura das populações tradicionais e dos agricultores familiares da Amazônia.
A castanheira-do-brasil é encontrada nos estados de Roraima, Rondônia, Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Maranhão e Mato Grosso. É uma das espécies mais altas da Amazônia, atingindo entre 30 e 50 metros de altura. Desempenha papel importante na subsistência de milhares de famílias residentes na floresta, ou em áreas próximas, que realizam o extrativismo e a comercialização. A castanha apresenta elevado valor nutricional, sendo utilizada diretamente na alimentação e como ingrediente na fabricação de alimentos processados. Fonte: Embrapa Roraima/Blog do Ibraf. Para saber mais acessar: http://blogdoibraf.blogspot.com.br/2017/01/extrativismo-da-castanha-do-brasil-e.html
Duas entrevistas publicadas pelo TodaFruta são bastante esclarecedoras sobre a importância econômica e social da castanha-do-pará (clique nos nomes dos entrevistados para abrir as respectivas matérias):
Eng. Luiz Roberto Barbosa Morais, fundador da empresa oleoquímica Amazon Oil: “Produção de óleos, grande potencial da fruticultura”.
Dr. Alfredo Homma, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental: “Por que o Brasil deixou de ser o maior produtor mundial de castanha-do-brasil”.