Nome Científico: Butia eriospatha (Mart. Ex Drude) Becc.
Sinônimos: Cocos eriospatha Mart. Ex Drude, Syagrus eriopatha (Mart. Ex Drude) Glassm.
Nome Popular: Butiá
Família botânica: Arecaceae
Características gerais: Palmeira nativa da América do Sul, também conhecida por macumá e que ocorre nas matas e campos das regiões altas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O nome de butiá-felpudo é devido à espessa lanugem acastanhada na parte externa da espata. Sua altura varia de 4 a 6 m e seu diâmetro (DAP) de 20 a 40 cm, caracterizando-se pelo estipe revestido de bainhas e pecíolos velhos na região abaixo da coroa de folhas. Suas folhas pinadas, com coloração azul-esverdeada, podem chegar a 2 m de comprimento, com um pecíolo geralmente recoberto, na base, por delicados espinhos. É uma planta monoica. A inflorescência interfoliar, de 1 m de comprimento, é densamente ramificada, possuindo uma espata de até 12 m de comprimento, acanoada e ereta. A floração amarela ocorre de setembro a janeiro. Os frutos, pequenos, globosos e amarelos, amadurecem no verão.
Usos: Os frutos são consumidos ao natural ou sua polpa é usada na produção de licor e vinho. Da semente, pode ser extraído um tipo de azeite comestível. Seu estipe, de boa durabilidade, é usado em construções rústicas e as fibras das folhas, para a fabricação de chapéus, cestos, cordas e enchimentos de colchões e estofados.
(Fotos: E. Schwartz)
VALOR NUTRICIONAL DO BUTIÁ
Fonte: DONADIO, L.C.; ZACCARO, R.P. Valor nutricional de frutas.
Butia spp, Arecaceae, o butiá é fruto de uma palmeira, com várias espécies nativas no Sul do País e na América do Sul, sendo a principal a Butia eriospatha (Mart. Ex Drude) Becc. Seus frutos são um coquinho, pequeno, com cerca de 1,5 a 2 cm (até 2,2 a 3,5 cm) por 3,07 cm de diâmetro, com peso médio de 13,71 g, polpa de 9,7% no capitata e 6,3% no eriospata.
O óleo da amêndoa varia na composição conforme a espécie. No capitata: fibras – 8,9 g; lipídios – 28 g; proteínas – 11 g; e carboidratos – 28 g. No eriospata: fibras – 11,75 g; lipídios – 26 g; proteínas – 10,34 g; e carboidratos, 19,97 (SGANZERLA et al., 2010).
Os frutos ocorrem em cachos, de cor avermelhada ou amarelada, achatados na base e com amêndoa, ou semente também comestível. Há frutos de algumas espécies com até 3 cm de diâmetro. Usualmente a polpa não é comida ao natural, talvez pela sua acidez, mas seu sabor é muito atrativo. Além de poder ser consumido ao natural, pode ser utilizado para se fazer geleia, suco, doces e até vinho.
Da amêndoa extrai-se um óleo usado na alimentação.
Minerais – potássio – 462-516 mg; fósforo – 24 mg; e cálcio – 23 mg. Há ainda outros, como magnésio, enxofre e zinco.
Vitaminas – contém caroteno – 9,21 microgramas no capitata e 7,62 microgramas no eriospata; vitamina C – 33-53 mg; e vitamina A – 5 a 146 retinol equivalente. A polpa tem alto valor de betacaroteno, também é boa fonte de vitamina C.
A porcentagem de óleo na polpa é de 0,5 a 2,6%, com os ácidos graxos palmítico, oleico e linoleico, com 31, 32 e 24%, respectivamente. A polpa contém açúcares, de 10 a 16 ºBrix, e minerais.
A acidez da polpa pode variar de 1,4 a 2,4%. Pela extração mecânica, a polpa pode render entre 39 e 47% e há um equilíbrio entre os ácidos graxos essenciais, Omega – 6 e 3, o que viabiliza seu uso ao natural.
O suco da polpa do butiá já pode ser encontrado no mercado, com boa aceitação, até como energético. A amêndoa também é utilizada para, após torrada, ser usada em infusão em leite, no lugar do café, ou com o mate doce, agregando-lhes sabor.
Foto 1. Frutos de dois tipos: vermelho e amarelo. (Foto: E. Schwartz)
Foto 2. Técnica indígena de quebrar o caroço, com instrumento de pedra (Foto: M. Rossato)
Foto 3. Frutos miúdos de butiá, ainda verdes
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
A palmeira de butiazeiro foi muito utilizada como forragem para animais, tanto a folha como o fruto, sendo que as folhas também eram utilizadas para cobrir galpões. Outro uso relatado é a extração do “mel da palma”, prática que foi comum na zona de Castilhos, Uruguai, até a proibição legal em 1939. Havia também o uso industrial, no qual as fibras das folhas eram extraídas e vendidas principalmente para as tapeçarias de Montevidéu. O uso da amêndoa para fabricação de um subproduto, o café do coco, obtido da amêndoa torrada e moída, utilizada em infusão com leite para substituir o café, também foi registrado, sendo atualmente utilizado no mate doce para agregar-lhe sabor.
FACHINELLO, J.C.; SCHWARTZ, E. Butiazeiro. Jaboticabal: Funep, 2010.